A ansiedade é algo comum para a maioria das pessoas. Tão comum que você pode sofrer dela pela vida toda sem perceber. Mas ela é somente um sintoma... e a causa?
A ansiedade é algo comum para a maioria das pessoas. Tão comum que você pode sofrer dela pela vida toda sem perceber. Em uma palestra que ministrei em 2014, fui perguntado sobre a ansiedade e percebi que não tinha uma resposta pronta, rápida, e isto me levou a reflexão interna. Neste momento, percebi que para chegar a uma resposta satisfatória, primeiro eu tinha que lidar com a minha própria ansiedade e pude ver o quanto ela estava presente em minha vida (e em vários pontos), mas não estava consciente disso. Muitas pessoas desenvolvem sintomas por ter ansiedade como: vício de cigarro, compulsão alimentar, fuga de situações, transtornos obsessivos compulsivos, necessidade de controlar tudo e todos, etc. Tudo isso então são sintomas que podem até ser tratados com remédios. Mas e a causa? | ||
No fundo, na raiz da questão, eu percebi que a ansiedade está relacionada com algo que não queremos sentir em nós mesmos. Toda a nossa relação com o mundo passa pelo crivo de nossos sentidos físicos e com nossos pensamentos. Logo, as situações externas não carregam algo de mal ou negativo por elas. Lidamos com o julgamento mental que fazemos dessas situações. | ||
Diante disso, podemos não aceitar uma situação ou julgá-la inadequada a partir de nosso ponto de vista. Agora, se você está diante de uma situação mas não está disposto a sentir todo o comichão interno que ela gera, você pode querer se ocupar com algo para não sentir. | ||
Entendendo as sensações | ||
Pela física quântica, sabemos que essa inquietação sentida como “ansiedade” nasce a partir de hormônios que uma parte de nosso cérebro chamada hipotálamo produz, jogando na corrente sanguínea. Logo, tudo que é sentido na verdade é a reação química percebida pelo cérebro a imagens que ele está vendo associada a pensamentos. E quanto mais identificado você esteja a seus pensamentos, mais forte será essa reação. | ||
Observando detalhes | ||
Percebo que a ansiedade pode ter “N” motivos e formas diferente de se manifestar, mas sempre estará relacionada com a fuga de si mesmo, em sentir e observar o real motivo desta inquietação. Nessa hora que muitos hábitos nascem, e que por si só depois se tornam um vício. Numa fila de banco, onde “obrigatoriamente” você precisa passar minutos com você mesmo, um joguinho de celular faz a distração para não sentir-se (ou refletir-se, espelhar a si mesmo). | ||
Diante de uma discussão familiar, alguém toca em um ponto crucial da convivência e a outra abandona o recinto para fumar um cigarro e “esfriar a cabeça”. Fumar pode então ser uma pequena fuga para que a pessoa não reconheça que está sendo intransigente ou controlador. | ||
A ansiedade pode ter raízes mais profundas, quando você pode estar insatisfeito com seu trabalho e sua rotina há anos e, para não sentir isso, acaba por se ocupar com algo (ou vários coisas) para ver o tempo passar e não entrar em contato com uma situação que exigiria mudança e esforço. Por isso, mesmo tomando um remédio para o vício de tabaco, a ansiedade ainda persisti e logo vem a compulsão alimentar, porque ela ainda está lá. | ||
Enfrentando e vencendo | ||
A unica forma de encarar de frente a ansiedade é encarar a si mesmo, olhando profundamente, o que pode ser feita em uma meditação simples e rápida. Cada pessoa terá seus motivos para evitar sentir, e a tendência da mente é evitar algo que gere dor. Ela faz isso inocente e automático, daí talvez a fuga de sentir a si mesmo: medo. | ||
Mesmo inocente, a mente desconhece que o único tratamento eficaz é justamente não fugir, mas olhar e se permitir sentir o que quer que seja. Não sentindo, pequenos hábitos vão se desenvolvendo e se justificando, nascendo uma grande ilusão sobre a verdade de si mesmo. Verdade esta que, pode estar ai, apenas esperando ser vista e expressada. | ||