A feia sentou-se para comer. A feia mastiga feio, se movimenta feio, faz cara feia enquanto corta o bife. A feia demora para comer.
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A feia sentou-se para comer. A feia mastiga feio, se movimenta feio, faz cara feia enquanto corta o bife. A feia demora para comer. | ||
Quando finalmente se levantou, parte do vestido fora engolido pelas nádegas. Estava no meu campo de visão, não pode evitar a constatação: que cena feia! | ||
Duas velhas caminham como velhas, uma delas veste uma saia de couro, fato que me chama atenção e me faz desperceber a outra velha. A saia de couro é bonita, tem um corte moderno, favoreceu o corpo velho dela, acrescentou sensualidade à silhueta da velha. | ||
A velha puxa a cadeira, prepara-se para sentar, pouco ágil, bastante cansada, só deixa o corpo escorregar sobre o assento. A fadiga certamente não é do dia, é de uma vida. | ||
Elas passam alguns minutos na mesa, trocam duas ou três palavras, o resto do pouco tempo que passam ali , é silêncio. Olhares evasivos. Parecem perdidas. | ||
Não estão todos perdidos? | ||
Há perdidos conscientes da sua falta de rumo, ou da permanente sensação de encruzilhada. Há perdidos completamente convictos de sua direção. Não sabem que estão perdidos, embora estejam. | ||
Não estamos todos num labirinto sem saída? | ||
Alguns viram a esquerda, dobram à direita, a pressa e a urgência de quem vai para algum lugar. Imaginam que vão para algum lugar, mas de fato, onde chegarão? | ||
Outros, apenas estão conscientes do quanto é vão procurar saída, simplesmente trocam passos, quando parar não é uma opção. | ||
E eu, um tanto atrapalhada, na vida e na escrita, não sei como fechar este texto, me perdi na conclusão. |