Capital de giro, entenda melhor o que é e como ele impacta o seu negócio
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Capital de giro, entenda melhor o que é e como ele impacta o seu negócio

Entenda melhor como o capital de giro impacta o seu negócio.

Thiago Oliveira
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Nesse texto aqui, sobre as decisões na área financeira começamos a conversar sobre a função de finanças em um negócio. Lá vimos que gerenciar fluxo de caixa ou seja fazer com que o dinheiro esteja no lugar certo e na hora certa é uma das 3 decisões macro em finanças. Vamos entrar um pouco mais em detalhes nessa questão e entender o que é capital de giro que tem tudo a ver com o seu fluxo de caixa.  

Em uma definição simples capital de giro é aquele dinheiro que a empresa usa para rodar as suas operações. Se formos analisar aquele balanço que a contabilidade envia para você e nos apoiar na teoria do modelo Fleuriet as contas que representam estoques, clientes, antecipações entre outras que estão no ativo circulante do seu balanço e que possuem características de giro, ou seja, que são cíclicas, que se renovam com o tempo são a representação contábil de para onde está indo o capital de giro da sua empresa. Em outras palavras o capital de giro serve para a empresa se manter em funcionamento no curto prazo.

Existem indicadores que representam o capital de giro da sua empresa a NCG (Necessidade de Capital de Giro) o CCL (Capital Circulante Liquido) e o ST (Saldo em tesouraria). A NCG representa quanto de capital de giro a sua empresa precisa para tocar as operações, o CCL quanto de fato a empresa possui para cobrir essa necessidade e o ST é o resultado da subtração CCL menos NCG. Mas, e na prática o que isso tudo significa?

Essa análise de capital de giro e fluxo de caixa é algo importantíssimo para vida do seu negócio, por isso é sempre bom ter esses números em mãos. Uma empresa não quebra no futuro, ela quebra hoje, dessa forma é preciso se atentar ao que os números vão dizendo para a gente.

Existem empresas que em seu modelo de negócio primeiro recebem de seus clientes e depois pagam os seus fornecedores. Isso acontece também por que essas empresas precisam dar mais prazo para seus clientes para ter mais competitividade no mercado. Esse cenário estrategicamente não é nenhum problema, porém, a empresa precisa se preparar para isso. A cada dia que a empresa fica sem receber ela alonga o seu ciclo operacional e financeiro, quanto maior esses ciclos maior será a necessidade capital de giro da empresa. Pensando nisso a empresa precisa ter recursos financeiros para se preparar para esse gap entre receitas e despesas.

Quando se tem os números da NCG e os ciclos em mãos a empresa pode buscar recursos de capital de longo prazo para realizar esse investimento em seu capital de giro. Isso quer dizer buscar dinheiro com os sócios ou com o mercado, mas, essas dividas precisam ser estruturadas, de longo prazo e com custo de capital baixo para não criar outro problema. Entenda o capital de giro como um investimento que a empresa faz em seu mercado, seja em estoques, em clientes para manter a fidelidade e como todo bom investimento precisa trabalhar com a captação de recursos baratos para que o retorno compense a operação. Não adianta você aumentar as vendas para o seu cliente a custo de aumentar o prazo de recebimento sendo que para isso você precisa pegar um empréstimo de curto prazo caríssimo no banco. Eu sempre digo que vendedor que bate meta pode quebrar a empresa, se caso essas vendas acontecerem só por que ele dá mais prazo, se a empresa não estiver preparada para aguentar os momentos sem entrada de recurso a vaca vai se deitando rapidamente no brejo.

Do outro lado existem empresas que trabalham com o ciclo financeiro negativo, o que em se tratando de ciclos não é ruim. Isso quer dizer que a empresa primeiro recebe do seu cliente e depois paga o seu fornecedor. Acontece muito com supermercados por exemplo. Podemos entender que os fornecedores dessa empresa estão investindo nela. Essa é uma situação muito confortável, mas, existem seus riscos.

A empresa terá um alto valor em caixa devido aos recebimentos que ela possui e que chegam antes dos pagamentos. O empreendedor não pode se confundir e achar que aquele dinheiro é do negócio e comprar máquinas novas para a empresa por exemplo. Essa grana é dos seus fornecedores, mas, que naquele momento está em suas mãos. Aproveite essa situação para tirar alguma vantagem, fazendo alguma operação financeira, mas, lembre-se que há obrigações que precisam ser cumpridas, logo, esses investimentos precisam ser de risco moderado.

Eu sempre acho que é melhor que o dinheiro esteja nas minhas mãos do que na dos outros, logo assim que eu bato o olho em um balanço e vejo que a empresa possui mais dinheiro em caixa do que empréstimos de curto prazo, e mais valor à pagar a fornecedores do que à receber de clientes eu vejo que há uma oportunidade gigantesca para essa empresa. O dinheiro está com ela, e se tiverem bons gestores ela se beneficiará com isso. Claro nem sempre é possível isso acontecer, quando não for a dica é se preparar para manter os seus investimentos no giro de maneira assertiva buscando trazer o máximo de retorno possível.

Mantenha-se sempre atento a sua NCG, CCL, ST nos Ciclos Operacionais e Financeiros e nos Prazos Médios do seu negócio, para você sempre tomar as melhores decisões.