E SE FOSSE SEU FILHO (A)?
4
0

E SE FOSSE SEU FILHO (A)?

Em nossas vidas estamos diariamente tomando decisões, julgando escolhas e resultados. Há situações que parecem ser dilemas, onde é necessário fazer uma escolha que independente qual seja, trará sofrimentos. Principalmente quando envolve filho...

Thiago da Silva Vieira
4 min
4
0

Em nossas vidas estamos diariamente tomando decisões, julgando escolhas e resultados. Há situações que parecem ser dilemas, onde é necessário fazer uma escolha que independente qual seja, trará sofrimentos. Principalmente quando envolve filhos. Aquele que agem em favor dos filhos, mas contrário aos mandamentos divinos são julgados e condenados pelos que não estão envolvidos na situação. Uma das perguntas usadas pelos criticados é: e se fosse seu filho?

Essa pergunta é um apelo emocional que tenta conduzir as pessoas a concordarem com o pecado, tentando substituir a obediência do coração que ama a Deus pela idolatria. É difícil responder? Talvez! Se a resposta for baseada em alguma autoridade que não seja a Bíblia. Iríamos apelar para autoridades humanas, consultando qual a melhor decisão a ser tomada em cada caso. O resultado disso é uma ética relativista, onde cada um tem sua opinião sobre o assunto, mas ninguém com a verdade. Porém a pergunta certa deveria ser: " O que você faria como Cristão que tem a Bíblia como autoridade última? Qual a vontade de Deus nesse caso? Sempre devemos partir da Escritura para tomar decisões éticas. Deus revelou a sua vontade de maneira clara, e sem exceções em relação ao aborto:"não assassinarás" (Êxodo 20. 13; 21. 22,23; 23.7; Provérbios 17.5 ). Deus falou, devemos obedecer, não negociar. Deus falou, é regra universal, consultas a opiniões extras devem ser excluídas. A "opinião" de Deus é a única válida, é a verdade absoluta ( João  17. 17). É tolice, se fazer de surdo diante dos altos- falantes da Lei de Deus.

Alguns cristãos agem como se não soubessem a vontade de Deus para determinados assuntos como o aborto, homossexualidade, feminismo, comunismo e outros tipo de pecados. Eles agem assim não porque não sabem a verdade sobre essas coisas, pois Deus as revelou na Bíblia, mas, porque não querem confrontar pessoas que vivem na prática desses pecados. Talvez amigos, parentes ou eles mesmos. Por terem seus corações centrados em si mesmos, amam mais a si mesmos do que a Cristo. Temem desagradar os homens, mas não a Deus. 

Abraão, quando ordenado por Deus a sacrificar seu único filho Isaque, o filho da promessa, ele não se recusou, não agiu baseado em sentimentos contrários à vontade de Deus, não consultou outros crentes sobre o que fariam se fosse com um filho deles. Abraão obedeceu, não poupando seu único filho Isaque. Isso é uma prova de amor a Deus, isso é a obediência fruto de uma verdadeira fé que é centrada em Deus. Filhos não devem ser ídolos que nos impedem de obedecer a Deus, jamais devem substituir o que somente Deus pode receber, adoração. A verdadeira fé é obediente aos mandamentos Divinos, não existe fé, amor e adoração sem obediência. Se deixamos de obedecer a Deus por causa de algo, esse algo se torna um ídolo. Nossos filhos são bênçãos que nos conduzem a adorar o Senhor, nunca são fins em si mesmos. Não há nenhum dilema quando nossos filhos precisam receber alívio e uns dos meios disponíveis é um pecado. Imagine alguém que tem um filho doente, uma possibilidade para salvar seu filho é necessário uma alta quantia em dinheiro, sendo que roubar traria o resultado pretendido. Esse pai que rouba está amando mais seu filho do que a Deus que deveria ser obedecido no oitavo mandamento. Isso também é idolatria, quebra do primeiro mandamento. Todo pecado é incredulidade, é rejeitar Deus como Ele é, Todo-poderoso, fiel e suficiente para nossa felicidade. Nesse caso, por que não confiar na providência de Deus? Será que o pecado é a melhor saída ou a fé em Deus que pode restaurar a saúde desse filho? 

Em todos os casos, onde o amor a nossos filhos conflitam em obedecer e amar a Deus, a ética bíblica diz para obedecermos a Deus. O contrário sempre é idolatria, amar e adorar a criatura no lugar do Criador. Cometer pecados para livrar nossos filhos de sofrimentos é ilusão, é crer em uma mentira, é um desafio a Deus, atraindo mais sofrimentos, pois Deus abençoa aqueles que amam a Sua lei, mas se desagrada e envia castigos aos que a transgride (Salmos 1; Deuteronomio 28). Deus falou, Abraão obedeceu ao invés de consultar os sentimentos do seu coração como fonte de sua ética. Abraão cria no poder e fidelidade de Deus. Ele sabia que Deus era todo-poderoso para ressuscitar Isaque dos mortos. Sendo digno de ser obedecido. Resultado, Deus abençoou Abraão. ( Gênesis 22. 16-18). "Agora sei que temes a Deus, não me negastes seu único filho."

Devemos compreender que Deus é todo sábio, todas as situações estão em seu controle soberano. Mesmo nós não sabendo os resultados em escolher a obediência, mesmo que implique em sofrimento, sabemos que Deus se agrada disso e nos abençoa. Jó que perdeu dez filhos, quando provado com inúmeras aflições não recebeu explicação, mas nos ensinou sobre Deus: “Ele sabe o que está fazendo comigo, e quando me testar, sairei puro como ouro” (Jó 23.10, TA). Quem você adora? Quem você serve? "E se fosse seu filho?" Deus que mesmo sendo infinitamente satisfeito em si mesmo, por amor a pecadores não poupou seu único filho, antes por pecadores o entregou como sacrifício substitutivo pela culpa, nos livrando da condenação para Sua própria Glória.

"Não nos negou Seu único Filho."

Por Thiago da Silva Vieira

IM. The Sacrifice of Isaac (Il Sacrificio di Isacco), 1603-1604, Caravaggio
IM. The Sacrifice of Isaac (Il Sacrificio di Isacco), 1603-1604, Caravaggio