Hegemonias, como a falta de competitividade torna esportes entediantes.
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Hegemonias, como a falta de competitividade torna esportes entediantes.

Competitividade x Favoritismo 

Thiago Vinicius
5 min
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Competitividade x Favoritismo. 

Não importa qual seja o esporte, existe um objetivo em comum que ao final de seus calendários a temporada tenha seus campeões e derrotados. A vitória é o ápice de qualquer competição, é o momento em que os atletas se consagram e que a torcida se deleita em comemorações por sair vitoriosa. A competividade é o combustível para a emoção, é ela que faz com que as pessoas coloquem o santo de cabeça pra baixo, usem a mesma camisa da sorte, fiquem apreensivos com um pit stop demorado ou com um jogo empatado nos acréscimos. O espectador expressa a competividade de diversas formas, pois apesar de torcer sabe que o cenário de derrota é possível. Mas quando os resultados são previsíveis e um dos competidores tem uma vantagem evidente o que acontece com o interesse pela competição?.

Favoritismo é o termo usado para um competidor que apresenta maior potencial para ser campeão de alguma competição, é natural que exista, pois campeonatos tendem a ser longos e logo fica evidente qual competidor tende a se sobressair melhor, porém quando esse favoritismo é fixo temporada após temporada,  e se concretiza, o esporte está em apuros, pois corre o risco de cair na monotonia e perder o combustível que atrai a torcida, a competividade. 

Vencer é bom, mas vencer sempre... é menos bom. 

Vejamos a bundesliga, o campeonato alemão conta com 18 times, dentre eles o Bayern de Munique, a equipe possui atualmente 30 títulos  na competição, vencendo 9 consecutivos entre 2013 e 2021, semelhante ao que conseguiu a equipe italiana, Juventus, que também ganhou todas as temporadas do campeonato italiano de 2012 a 2020. Os torcedores do Bayern e da Juventus, não tem do que reclamar, vencer é bom, mas silenciosamente a torcida se torna menos competitiva, estar  acomodada com a vitória produz um efeito anestésico onde já não se tem expectativas, não se sofre com a derrota caso ocorra e se cria um escuto com a séries de títulos, é como o flamengo de 2019 e 2020, campeão do brasileirão dois anos seguidos  não sofreu individualmente as chances mínimas de vencer o campeonato desse ano que já está 99,99% nas mão do Atlético Mineiro, como também o New England Patriots, equipe conseguiu nos últimos 20 anos, 6 superbowls, empatando com o Pittsburgh Steelers, não vencendo desde de 2019, os torcedores tem um lema anestésico " quem tem mais tem 6", semelhante a como o São Paulo se refere aos seus títulos mundiais, o ultimo foi em 2005. Outro destaque de títulos em sequencia é a Mercede Benz e o piloto Lewis Hamiton, que falaremos mais a frente. 

Perder é ruim, perder sempre é mais ainda. 

Na perspectiva de quem sempre perde, temos duplo impacto, primeiro na parte de espectadores, pois é evidente que numa competição, temos mais perdedores que vencedores. Perder sempre gera um efeito de não se sentir tão representado, o que é intensificado quando só se tem uma equipe vencedora sempre, logo o publico para tal competição reduz, pois não se tem muitas perspectivas boas, e ninguém se submete a derrotas anunciadas.  A dinâmica de cada esporte é o que define quando se tem competidores mais perdedores que outros, são contenções de danos, ou maiores danos, como vagas em outras competições, rebaixamentos, retorno financeiro proporcional a posição e etc.

Como o esporte foge da monotonia e se torna atrativo outra vez. 

Nos últimos 7 anos a Mercedez benz conquistou o campeonato de construtores e o piloto Lewis Hamiton o hepta campeonato pela equipe, nesse período a equipe e o piloto ganharam fãs pelo mundo inteiro, ao mesmo tempo em que as esquipes não vencedoras vivem seu período mais tímido. A temporada desse ano apresentou em sua maior parte o piloto holandês da Redbull Racing,  Max Versttapen, como favorito ao titulo em sua maior parte, faltando duas corridas, o inglês Lewis Hamilton parece ter recuperado esse favoritismo, o que não muda o fato que essa temporada tem sido considerada uma das mais acirradas da ultima década, é assim que o esporte se torna atrativo outra vez, quando surge um competidor a altura que ameaça a série de vitorias da equipe que está no trono a tanto tempo e é uma disputa que vale a pena ver.

Rodizio de vitorias também não é uma opção consciente. 

Dito tudo isso, não é de se esperar que uma equipe vencedora simplesmente canse de vencer e dê oportunidade a outra, se a essência do esporte é competir, deve-se competir pra vencer sempre, como já dizia Ayrton Senna. Então, apesar do risco do tédio, equipes se tornam grande por suas conquistas, qualquer dano a competição é colateral, cíclico e natural. Com isso se as formam competições por mais títulos, equipes buscando superar outras e isso é extremante positivo. 

Meu nome é Thiago e esse foi meu primeiro texto sobre esporte aqui, espero que tenham gostado.