Dentil/Praia Clube acaba com estigma, vence o Gerdau/Minas e fatura o bi da Superliga feminina de vôlei
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Dentil/Praia Clube acaba com estigma, vence o Gerdau/Minas e fatura o bi da Superliga feminina de vôlei

Análise e informações sobre o título conquistado pelo Dentil/Praia Clube nesta temporada 2022-23 do vôlei feminino.

Thiago Chaguri
4 min
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Elenco do Praia Clube exibindo suas premiações durante a cerimônia do título da temporada 2022-23 da Superliga feminina - Foto: Eliezer Esportes
Elenco do Praia Clube exibindo suas premiações durante a cerimônia do título da temporada 2022-23 da Superliga feminina - Foto: Eliezer Esportes

E deu Praia nas quadras do ginásio do Sabiázinho, em Uberlândia-MG. O Dentil/Praia Clube levou a melhor na "final pão de queijo" da Superliga feminina de vôlei sobre o Gerdau/Minas por expressivos 3 sets a 0, com parciais de 25/22, 25/22 e 26/24 e faturou o segundo título de sua história. O primeiro, curiosamente, foi conquistado há cinco anos, exatamente no mesmo local, pela temporada 2017-18.

Claudinha foi eleita a melhor jogadora da final. Impecável, a levantadora distribuiu muito bem as jogadas ofensivas e manteve-se firme em momentos de pressão. 

Claudinha, MVP da final, comemorando durante a partida - Foto: Eliezer Esportes
Claudinha, MVP da final, comemorando durante a partida - Foto: Eliezer Esportes

Há de se destacar também as atuações do sistema defensivo do time e das jogadoras Brayelin Martinez e, principalmente, de Anne Buijs. Ambas apresentaram forte efetividade no ataque e a holandesa saiu como a maior pontuadora, com 20 acertos. 

Título da equipe de Paulo Coco corroborou a melhor campanha da competição

Agora bicampeão, o Dentil/Praia Clube já havia demonstrado sua força durante a fase de classificação. Venceu 20 dos 22 jogos disputados.

Somando às vitórias das quartas de final, semifinal e final, os números sobem para 25 triunfos e apenas três derrotas em 28 jogos.

Praia Clube finda sequência de derrotas em decisões de Superliga 

O time da casa enfim quebrou a indigesta sequência de três vice-campeonatos da competição para o arquirrival. 

Esta foi a nona decisão de nível nacional entre os clubes e o terceiro triunfo aurinegro. 

Além da atual edição da Superliga, o Praia faturou as Supercopas de 2019 e 2021.

Já o Gerdau/Minas fez sua vantagem em três finais de Superliga (2018-2019, 2020-21 e 2021-22) e em outras três de Copa Brasil, 2019, 2021 e 2023.

Análise da partida

Dentil/Praia Clube

O Dentil/Praia Clube presenteou sua torcida com uma atuação repleta de energia, demonstrando agressividade e sabedoria para não definhar em momentos de pressão. O único ponto negativo ocorreu em alguns momentos de instabilidade, que logo foram recuperados.

Todos os setores funcionaram com fluidez. Além do ataque, muito efetivo e bem distribuído pela inspirada Claudinha, o sistema defensivo merece muitos elogios, pois apresentou bom volume de jogo e espetáculos em ralis, não desistindo dos lances mesmo quando pareciam perdidos. Kasiely e principalmente Suelen controlaram com qualidade o poderio ofensivo minastenista. 

O diferencial, entretanto, foi o bloqueio, onde Carolana domina. Nesse fundamento, o conjunto deu aula não somente em questão de pontuação, como também pela forte marcação. Os amortecimentos dos golpes rivais contribuíram para que a defesa propiciasse boas condições à Claudinha acionar as atacantes. 

Brayelin Martinez e Anne Buijs comandaram o ataque. A dominicana foi imparável no primeiro set e consistente durante o jogo. Sua companheira, por vezes questionada na temporada anterior, foi peça fundamental na recuperação do Dentil/Praia Clube na semifinal diante do Sesc-Flamengo e nesta final contra o Gerdau/Minas.

Salvou o time, que esteve à um ponto da eliminação no jogo 2 disputado no Rio de Janeiro ao despejar 27 pontos, e cravou outra ótima atuação na decisão realizada em Uberlândia. Buijs converteu suas chances em momentos decisivos no segundo e terceiro sets.

Gerdau/Minas

Já o Gerdau/Minas teve uma atuação abaixo do esperado.

O ataque não funcionou. Pri Heldes parecia tensa, cometendo erros diversos no levantamento. As atacantes estavam com dificuldades em virar as bolas, pois estavam bem marcadas pelo bloqueio rival.

Yonkaira Peña tenta fugir do forte bloqueio do Praia Clube - Foto: Eliezer Esportes
Yonkaira Peña tenta fugir do forte bloqueio do Praia Clube - Foto: Eliezer Esportes

Pelo lado defensivo, a falta de compactação ocasionou um espaçamento no fundo de quadra, algo muito bem explorado pelo Praia. Tais falhas impactaram na falta de volume de jogo.

A despeito de alguns problemas de lesão em jogadoras como a ponteira Pri Daroit e a central Julia Kudiess, além do desfalque de Carol Gattaz, a equipe de Belo Horizonte teve bons lapsos no primeiro e terceiro sets. 

Na primeira oportunidade, tirou uma diferença que chegou em oito pontos (18/10) ao empatar em 22, mas os erros não forçados quando tiveram a chance de passar à frente entregaram a parcial de bandeja.

O segundo set esteve parelho até a metade, mas Pri Heldes esteve em uma jornada infeliz e teve seu pior momento no dia. A levantadora não se conectou bem com suas companheiras e pecou nos tempos de bola.

Já no terceiro período houve maior equilíbrio, sendo decidido no 26° ponto para o campeão Praia Clube. Pri Souza entrou bem no lugar de Pri Daroit e as minastenistas resistiram até o fim do período, mas não conseguiram segurar o ímpeto da dupla Brayelin e Buijs.

O golpe final veio num ataque para fora de Pri Souza, que culminou no segundo título de Superliga para as donas da casa.

Jogadoras do Praia Clube invadem a quadra para comemorar o título - Foto: Felipe Santos
Jogadoras do Praia Clube invadem a quadra para comemorar o título - Foto: Felipe Santos