Compaixão Relativa
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Compaixão Relativa

Thiago Cherem
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É impossível assistir à propaganda dos Médicos Sem Fronteiras e não se emocionar. As crianças desnutridas na África e a ideia de um país que parece ignorado pelo resto do mundo tiram lágrimas de muita gente.

“Que triste a fome na África!”

Sim. Muito triste. Enorme problema que a humanidade não resolveu. Entretanto, um maior obstáculo a ser vencido é o da compaixão relativa. É muito fácil nos sensibilizarmos com a pobreza de um outro país ou até mesmo com alguém em uma cidade próxima. Difícil mesmo é dar um prato de comida ao morador de rua que dorme há cinco anos na esquina da sua casa - por quem você passa todos os dias fingindo que não viu. É mais fácil chamar o pedinte da sinaleira de vagabundo do que ajudar de fato.

A única diferença entre a fome na África e a dos mendigos na sua rua é a propaganda hollywoodiana que você acha mais impactante.