Resistência
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Resistência

Thiago Cherem
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O desconforto de levantar da cama para ir até a academia. A dificuldade para estudar. A procrastinação de um projeto importante. Essa é a resistência, conceito que o escritor Steven Pressfield classificou como a força invisível que nos impede de viver a vida que de fato queremos. Ela é tudo aquilo que afasta o nosso ser do querer ser.

Todos nós, dos mais bem sucedidos aos menos favorecidos da sociedade, sofrem diariamente com a resistência. A diferença, entretanto, é que enquanto os amadores se deixam levar por ela e buscam sufocá-la, os profissionais entendem que é preciso vencer apesar dela. A resistência se manifesta para o mais experiente dos músicos que está prestes a encarar uma plateia, mas ela já não é grande o suficiente para pará-lo.

O livro “The War of Art”, cujo autor já mencionei, abre o primeiro capítulo com a frase mais impactante da obra. Fazendo um paralelo com o ofício dos escritores, o autor coloca:

*“Há um segredo que verdadeiros escritores sabem, mas que aspirantes a escritores não, e o segredo é esse: A parte difícil não é escrever. A parte difícil é sentar para escrever. O que nos impede de fazer isso é a resistência”*

Aqueles que protagonizam suas vidas compreendem a importância da ação, do primeiro passo, pois ele é o mais difícil.

No mundo atual, a resistência criou raizes profundas no cotidiano de cada um de nós. Inseridos em uma cultura de consumismo desenfreado, sempre temos à mão uma distração para impedir que realizemos nossas tarefas importantes. É notório que criar desculpas se tornou mais fácil do que encarar a realidade.

A resistência se disfarça de preparação.

Sempre há um curso, um produto ou um livro para você “se preparar” para abrir um negócio ou mudar de carreira. Isso é a resistência lhe convencendo que você ainda não está pronto. Isso é uma mentira.

*”Uma coisa é estudar a guerra. Outra, é viver a vida de um soldado.”*

Seja na forma de medo ou travestida de um quadro clínico de depressão e ansiedade, a resistência estará lá. Cabe a todos nós encarar a vida como profissionais e cumprir os acordos que fazemos com nós mesmos. Aos poucos, como disse Henley em seu famoso poema, nos tornaremos os mestres do nosso destino - os capitães da nossa alma.