Sorriso forçado
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Sorriso forçado

Thiago Cherem
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Te vendem felicidade o tempo todo. É a especialidade das redes sociais e dos publicitários. A única coisa que você não pode sentir hoje em dia é tristeza, pois sempre há um produto ou um post motivacional para resolver essa questão.

Quando foi que ficar triste se tornou errado? A “ditadura da felicidade” que vivemos hoje quer ao máximo que você sinta que estar triste é estar fora do padrão. Perdeu um ente querido? Um emprego? Terminou um relacionamento longo? “Ergue a cabeça, esquece isso, bola pra frente!” - é o conselho que o mundo joga no seu colo. A primeira vista, pode até parecer o jeito certo de lidar com a tristeza, porque, de fato, estar triste é naturalmente negativo do ponto de vista biológico. O grande e alarmante problema, entretanto, é que estamos nos tornando “mortos vivos” tentando evitar a tristeza e a frustração a todo custo.

Empurramos para debaixo do tapete todos os elefantes brancos que estão a nossa volta. A fim de evitar o choro interminável, preferimos arrastar uma amizade ou relacionamento há muito desgastado. Em nome da felicidade obrigatória que compramos em alguma palestra motivacional, suprimimos uma injustiça feita por alguém próximo, pois simplesmente não vale a pena brigar. Você quer sentar e chorar um pouco, mas a sociedade lhe obriga a mostrar um sorriso forçado.

É necessário enfrentar a dor, caso contrário é impossível superá-la. Aquilo que acreditamos ser muitas vezes o fundo do poço é simplesmente a melhor oportunidade de autoconhecimento e evolução. Colocaram a tristeza na mesma caixinha da fraqueza. Isso só colabora para a criação de uma geração de pessoas anestesiadas, mas jamais curadas, dos problemas que a vida traz.

Disseram para você se olhar no espelho de manhã e se achar a pessoa mais incrível do mundo, que nada lhe abala e que chorar é para os fracos. Disseram para você que é errado ser humano, e por você está tudo bem.