#0017: Na última década vislumbramos os impactos do 4G na sociedade que trouxeram crescimento, empregos e uma série de oportunidades de conexão, mas como o 5G pode impactar a indústria da construção nos próximos anos e que problemas ele resolve / pot
#0017: Na última década vislumbramos os impactos do 4G na sociedade que trouxeram crescimento, empregos e uma série de oportunidades de conexão, mas como o 5G pode impactar a indústria da construção nos próximos anos e que problemas ele resolve / potencializa? | ||
Reports (1/7) | ||
A esta altura do campeonato não é muito segredo para o leitor que recebemos uma tonelada de material entre uma semana e outra com vários reports e matérias, o legal disso é a curadoria para manter o cadastro naqueles lugares que realmente tem boas análises e trazem bons insights. | ||
Inclusive isto é algo que aplico nas redes sociais, fonte de conhecimento inesgotável, mas por algum motivo sempre se fala sobre o lado negativo das redes, o que no final do dia é o filtro que você usa que vai dizer se algo é ruim ou não. | ||
Nas pesquisas e buscas da última semana me deparei com um relatório bem legal da Boston Consulting Group (BCG) sobre as promessas e impactos do 5G na economia americana, a partir dali foi puxar um pelo e veio um urso nas possibilidades. | ||
Nossa pesquisa estima que, na próxima década, a implantação do 5G contribuirá com US $ 1,4 trilhão a US $ 1,7 trilhão para o PIB dos EUA e criará de 3,8 milhões a 4,6 milhões de empregos. A princípio, o 5G contribuirá para a atividade econômica diretamente por meio da implantação de infraestrutura de rede. | ||
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Se pegarmos o gráfico da CTIA (Cellular Telecommunications and Internet Association ou Associação para Celular, Telecomunicações e Internet) baseado na pesquisa do BCG ,em AEC o impacto seria na ordem de U$ 127bi e com algo em torno de 451 mil empregos. | ||
Pela metodologia não fica claro o quanto já consideram também o outro lado, ou seja, o quanto a conectividade pode impactar no fim de algumas atividades que hoje só existem pela falta de conectividade. | ||
Enquanto essa dúvida persiste, vamos analisar aquilo que está ao nosso alcance. | ||
Latência (2/7) | ||
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É meio chover no molhado falar que o 5G possibilita as questões de IoT e etc.. falaremos disso mais adiante porque existe um ponto muito importante que o 5G promete resolver: latência! | ||
Vamos a definição: | ||
Também conhecida como ping, a latência nada mais é do que o tempo gasto (medido em milissegundos, ou ms) para seu dispositivo obter uma resposta da torre de celular ou do link de rádio da conexão, e isso envolve o envio de mensagens, dados e outros comandos. | ||
O fato é que o tempo de resposta é talvez um dos fatores mais importante na experiência do usuário em qualquer utilização de sistema ou solução. | ||
Quer saber o quanto o tempo de resposta é importante? Procura aquele seu amigo viciado em CS-GO e pergunta se ele já teve problema com ping, pode ser um conhecido gamer qualquer também. | ||
Garanto que a resposta a essa pergunta vai ser muito mais elucidativa do que tentar explicar isso em palavras aqui, meu irmão que o diga rs | ||
Virtualização (3/7) | ||
Em algum momento da história aqueles que me seguem em outras redes já deve ter me visto comentar sobre alguns testes de virtualização que realizamos no ambiente cloud da Microsoft (Azure). | ||
Basicamente o que foi feito foi configurar algumas máquinas virtuais para instalar softwares de Arquitetura e Engenharia e realizar testes de UX com clientes e parceiros avaliando a possibilidade desta arquitetura no dia a dia de empresas brasileiras. | ||
Devo dizer que como potencial foi um negócio monstruoso, vocês não têm ideia do que é poder criar uma VWAN (Virtual Wide-area- network) e usar a fibra ótica dos servidores de uma Big Tech para sincronizar e colaborar trabalhos. | ||
O grande problema nesta arquitetura é a questão da latência, como os softwares de AEC dependem massivamente de placas de vídeo estas máquinas só se encontravam em território americano e com isso a latência ficava sempre acima de 100ms, sendo assim, cada comando demorava uma “eternidade” para ser executado. | ||
Pode parecer pouco, mas como UX é horroroso esperar 1s, 2s as vezes 3s para realizar uma tarefa. | ||
Se houver comoção um dia publico o estudo na integra por aqui em algum momento da história, mas o bom ponto que enxergo no 5G é que com a eliminação da latência isto abre muitas, diversas, infinitas possibilidades de virtualização. | ||
Poder custear seu escritório por hora de máquina ligada e contabilizar isto em projeto é um avanço e tanto na minha opinião, pessoal de projetos deveria estar atento a isso mesmo que hoje a conta não seja tão favorável assim. | ||
Conectividade (4/7) | ||
É bem interessante dar uma olhada em alguns testes que alguns usuários de aparelhos com esta tecnologia tem postado na internet, a velocidade da brincadeira é algo surreal: aqui, aqui e aqui alguns exemplos. | ||
Lembra da visão autônoma da construção? Então, muito do que será rastreado e autônomo até o final da década provavelmente poderá estar baseado na tecnologia 5G. | ||
A conectividade trazida pela tecnologia vai ter um impacto bastante substancial na forma como gerenciamos as coisas, isso, claro, se quisermos nos manter competitivos. | ||
Uma vez uma grande rede de franquias queria fazer uma sala com um grupo de engenheiros na matriz conectados as obras por todo o Brasil através de câmeras instaladas no capacete dos mestres de obras. | ||
A ideia era fazer inspeções das obras “ao vivo” conversando com os mestres conectados pelas chamadas de vídeos, óbvio que a conectividade foi um problema para fazer tal coisa funcionar. | ||
Outros exemplos: sabe aquela operação de maquinário no qual temos um operador em uma sala com ar-condicionado na Alemanha operando uma retroescavadeira na Índia? Esta operação pode se beneficiar desta conectividade. | ||
Sabe aquela transmissão de gigas/teras de modelos da sala com ar-condicionado dos projetistas para o celular do engenheiro no canteiro de obras se beneficiará desta conectividade? Idem. | ||
Já disse aqui na AEC Experience mais de uma vez, a natureza do trabalho vai mudar, o cargo pode até ser o mesmo, mas a forma de fazer as coisas vai se alterar. | ||
Espaço (5/7) | ||
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Uma coisa que sempre vem a mente com relação ao 5G são as famosas torres de comunicação e sua função, afinal, construir a rede é um negócio que vai ser necessário um investimento bilionário. | ||
O interessante é que existem vários e vários estudos e iniciativas na linha de produção de satélites para transmissão de dados. Olha que interessante o que a Nokia fala sobre o assunto: | ||
“Os satélites de comunicação tradicionais são geoestacionários e estão em órbita há mais de 50 anos. Os satélites GEO pesam mais de 1000 kg e operam 36.000 quilômetros acima da terra. Esses satélites permanecem em uma posição fixa em relação a qualquer posição. Apesar da órbita da Terra, isso permite que as antenas terrestres apontem diretamente para o satélite, em uma posição fixa. | ||
Em contraste, os satélites Low Earth Orbit (LEO) são miniaturizados, versões em órbita que operam entre 500 e 2.000 quilômetros acima da superfície da Terra e pesam menos de 500 kg. Devido à sua órbita baixa, a latência é reduzida significativamente, pois o satélite está melhor posicionado para receber e transmitir dados rapidamente. Infelizmente, isso também cria uma área de cobertura menor, de modo que os satélites LEO transmitem continuamente sinais de comunicação e tráfego através de uma constelação de satélites. Isso garante uma cobertura contínua e em larga escala em uma área geográfica predefinida.” | ||
A Agência Espacial Europeia tem um vídeo muito legal explicando como e porque satélites podem ajudar muito na questão de conectividade e construção das redes de 5G. | ||
Vale a pena dar uma olhada para entender melhor o tema. | ||
Segurança (6/7) | ||
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Não é preciso ser nenhum gênio para entender que toda a conectividade impacta diretamente na capacidade de segurança dos sistemas. | ||
É um pouco longo, mas se você gosta do tema segurança recomendo muito o relatório da AdaptiveMobile Segucity no White Paper chamado A Slice in Time: Slicing Security in 5G Core Networks. | ||
As vezes leio essas coisas e penso que talvez seja melhor ir morar numa caverna sem conexão nenhuma com a vida lá fora, são os efeitos de ter gerenciado fabricantes de segurança por um tempo e assistido Mr. Robot. | ||
Para quem não vai ler o relatório, basicamente será necessário ter cuidados nestes pontos: | ||
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Para o usuário final pode até ser um negócio plug N play, mas para quem esta por trás dos sistemas não vai ser um negócio tão simples. | ||
10 years look ahead (7/7) | ||
Enquanto temos países já desenvolvendo, usufruindo e resolvendo problemas que o 5G traz, por estas terras vai saber quando vai ocorrer o leilão. | ||
Particularmente é complicado a inércia das coisas, as vezes falta um pouco de senso de que a tecnologia não é só uma questão bonita de geeks que ficaram famosos depois de Big Bang Theory e assistem o Peter Jordan no Youtube. | ||
Cada vez que deixamos para depois o que já poderia estar resolvido é um atraso que temos em vários aspectos como sociedade. | ||
Em outros países isto já está rodando em menor ou maior escala desde 2018, competitividade se mede por isto também, mas isto é outra conversa... | ||
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Obrigado, | ||
Abs. | ||
Tiago Ricotta | ||
Publicado em 11 de Agosto de 2021 às 14:57 |