Aprendendo a fazer amigos com Dale Carnegie

Já viu uma pessoa que você gostaria de conhecer melhor e ficou sem saber o que falar e como abordar? Confesso que não vou aqui te passar uma receita de como fazer todo mundo ficar de queixo caído e morrendo de vontade de estar em sua presença. Isso não passa de sensacionalismo barato para enganar trouxa. Mesmo sem uma cartilha completa para você seguir, trago alguns pontos que com certeza irão te ajudar a fazer networking. Todos esses pontos são baseados no livro de Dale Carnegie: Como fazer amigos e influenciar pessoas.

O título do livro pode te fazer pensar que ele foi escrito por um empreendedor de palco, um piramideiro, um coach mágico que vai te deixar bilionário, ou tudo isso junto em um cara só, mas não, dessa vez não. O livro foi escrito por um autor americano que ajudou inúmeras pessoas a desenvolverem a forma como se comunicam. O termo fazer amigos, na minha opinião, não seria o nome ideal, já que vejo a amizade como uma coisa extremamente natural e intensa. Mas é inegável que as ideias de Carnegie te ajudam a se relacionar com as pessoas, e a deixar uma excelente impressão.

Como fazer alguém ter interesse em mim? 

Parece até texto pra coroa solteirão em busca de um amor, mas não é isso não. Vou reformular, peraí.

Como fazer as pessoas se interessarem por aquilo que eu falo?

Deixo que o próprio autor te responda com dois trechos retirados do livro.

1) "Você pode fazer mais amigos em dois meses, interessando-se pelas pessoas, do que em dois anos, tentando fazer as pessoas terem interesse em você."

2) "Todos nós, sejamos o padeiro, o açougueiro ou o rei, todos nós gostamos das pessoas que nos admiram"

Achei pouco, toma mais alguns trechinhos para ter o gostinho do tanto que esse clássico tem pra oferecer aos seus leitores.

"Para ser interessante, seja interessado. Faça perguntas a que outro homem tenha prazer de responder. Estimule-o a falar sobre si mesmo e sobre seus assuntos prediletos."

"Grandes homens me disseram que preferem bons ouvintes a bons faladores, mas a habilidade de ouvir parece mais rara do que qualquer outra."

"Há uma lei da conduta humana de máxima importância. (...) A lei é a seguinte: fazer a outra pessoa sentir-se importante."

Tá bom, já dei spoiler demais.

Quantas vezes você encontrou uma pessoa que começou a tagarelar até faltar o ar, e falar sobre seus projetos, suas ideias, sua família, seu time e até dos seus namorados(as). Já parou pra pensar se as vezes você não faz o mesmo? Cada dia que passa, o tempo se torna mais disputado, principalmente entre as pessoas bem sucedidas nos negócios.

 Dale Carnegie, quando fala que todos nós gostamos de pessoas que nos admiram, não mentiu, mas pode ser mal interpretado. Lembre-se que o texto fala em admiração, o que em nada tem a ver com bajulação. Se você admira uma pessoa, e por acaso encontra-la, saiba deixar claro que reconhece a grandeza de seu trabalho, mas não se torne repetitivo ao ponto de que seus comentários incomodem. 

Agora falo de uma visão minha, e não mais do autor. Acredito que, caso você admire uma determinada pessoa e tenha a oportunidade de conhece-la, pense com calma no que falar e como falar, dependendo do ambiente e da ocasião. Se você tiver uma startup de tecnologia que precisa de investimento e encontrar o Bill Gates de saída na porta de um hotel, não acredito que perguntar sobre a vida dele numa conversa de poucos segundos te deixaria mais próximo de um aporte do bilionário americano. Se você estivesse em um jantar com ele, aí sim acho que se interessar pela sua vida traria um pouco de aproximação. Lembrando que se interessar e fazer perguntas não é simplesmente uma técnica mágica pra fazer as pessoas te amarem. Isso precisa ser genuíno. É somente um lembrete de como agir. Você não precisa anotar em um papel e treinar algumas perguntas com a intenção de fazer uma pessoa gostar de você, isso deveria ser feito naturalmente. Por acaso você não pergunta aos seus pais, filhos ou amigos como eles estão? Lembre-se de fazer algumas perguntas assim para todos que conversar, não para demonstrar interesse, mas por ter verdadeiramente interesse.