Acima de tudo primeiro gostaria de falar que me sinto feliz de ter visto um filme do Jordan Peele no cinema. Comediante famoso nos E.U.A (e por todo o mundo), Peele é um excelente comediante mas demonstra ser um excelente diretor + roteirista...
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Acima de tudo primeiro gostaria de falar que me sinto feliz de ter visto um filme do Jordan Peele no cinema. Comediante famoso nos E.U.A (e por todo o mundo), Peele é um excelente comediante mas demonstra ser um excelente diretor + roteirista. Dono de filmes como Corra!, Nós e agora Não, Não Olhe!, Peele busca sempre inovar e ir na contra mão de Hollywood querando contar as suas histórias, independente qual seja ela. Feita essa introdução, aqui começo de fato a analisar o filme. | ||
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Após um evento estranho ocasionar a morte de seu pai, OJ (Daniel Kaluuya) segue sua vida cuidando de cavalos e cuidando da parte de dublês em filmes de cinema. Um certo dia, após presenciar novamente tais eventos estranhos, OJ e sua irmã Emerald (Keke Palmer) decidem ir a fundo e investigar tudo isso e o resposta poderá não ser aquilo que exatamente esperam. | ||
Dada a largada na sinopse, devo dizer que acho que nunca assisti um filme que fiquei com o coração e mente tão dividido entre achar se gostei muito ou achei muito fraco. Acho que essas foi uma das missões de Jordan Peele ao criar a história e ao idealizar todo esse filme. O filme de toda forma (não vou mentir para você) é "burocrático". Ele tem sua própria linguagem (que quem já tenha visto os filmes anteriores do Jordan Peele) já vai estar familiarizado porém aquele novo espectador tome um choque e ache chato essa forma dele contar histórias. | ||
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Este filme para aqueles que buscam um cinema rápido, para desligar a mente, não é recomendado de jeito nenhum. Ele é denso, é reflexivo, ele lhe incomoda e lhe deixa pensando no que acabou de ver a cada cena que passa. Eu creio que Peele ao formular toda a ideia quis buscar fazer com o que público fosse numa voracidade em busca de um espetáculo e que ao se deparar com o evento, ficasse em dúvida do que se acabara de ver é verdade ou não, inclusive essa é a temática. | ||
O filme busca falar sobre espetáculos e sobre a grandiosidade de Hollywood, sobre como estamos na ânsia de sempre querermos filmes maiores, sequências maiores com mais explosões, cada vez mais um Vingadores: Ultimato elevado a décima potência e quando não obtemos todo esse êxtase um filme, frusta nossa expectativa e acabamos destilando o ódio perante a obra que nós vimos. Além disso, há a abordagem sobre a "espetácularização" de tragédias (que você verá melhor ao ver o filme) mas que sem entrar em spoilers, creio que seja uma crítica a indústria ao atual ao vermos tanta exposições e certas glamourizações de tragédias que aconteceram em nosso mundo. | ||
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O filme em si, como falei, é sobre pegar toda nossa expectativa e brincar com ela, mostrar aquilo que pensávamos que não queríamos ver mas acabamos nos satisfazendo ao se deparar com tal cena. O gênero Terror/Suspense está bem presente no filme mas apresentado de forma técnica e que você não espera de jeito nenhum que irá se assustar (na sessão que fui, tomamos uns 3 sustos) reais com o filme. Há um cena no celeiro envolvendo o personagem do Daniel Kaluuya que brinca com o terror e comédia e é simplesmente genial. | ||
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A direção do Jordan Peele é simplesmente fantástica. Ele em seus filmes consegue justamente explorar a beleza visual que nos faz brilhar os olhos na ansiedade ao ir ao cinema e traz uma direção fantástica. Cada cena é visualmente maravilhosa, o filme não deixa cortes confusos e explorar bem aquilo que merece ser explorado e nada passa "mal-gravado" ou deixando aquela marca de mal direção. Quem já viu Corra! e Nós sabe de toda a genialidade do Peele. Além disso o mesmo é muito criativo e nesses 3 filmes consegue deixar sua marca e nos fazer entrar nesses universos dele com histórias tão únicas. | ||
Já no que se trata das atuações, nada a reclamar. Daniel Kaluuya, dono de filmes como Judas e o Messias Negro, Pantera Negra, Corra! mostra como é um ótimo ator e traz personagens tão únicos. Keke Palmer vem como o alívio cômico e nos faz simpatizar com sua personagem. Steve Yeun traz um dono do parque que por mais que não esteja totalmente presente no filme, é uma das engrenagens para todo o filme e traz um personagem caricato e interessante. | ||
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Em suma, Não, Não Olhe! é um filme que nos faz sair da zona de conforto e buscar uma aventura num filme que não estamos acostumados, em meio a vários blockbusters por aí. Se você está buscando um filme que deixe você reflexivo ou que faça você pensar por mais que seja por um breve tempo, este aqui é o filme para você. De qualquer forma, Não, Não Olhe! merece a sua atenção, por ser uma rota de fuga aos filmes que estamos acostumados a ver e por ser uma história tão específica e diferente de tudo o que você já viu. | ||
Nota: 7,7 |