O Pálido Olho Azul (2023) | Crítica

O ano de 2022 talvez tenha sido ótimo para os fãs de Christian Bale devido a quantidade de projetos lançados como Amsterdã, Thor: Amor e Trovão e o recente O Pálido Olho Azul, que apesar de ter sido lançado mundialmente na Netflix em 2023, saiu em cinemas selecionados em 2022. 

Neste longa, vemos a história de Augustus Landor, um detetive aposentado que é chamado para uma escola de cadetes a fim de descobrir quem é o assassino que está matando jovens militares com o objetivo de descobrir a chave para a imortalidade. 

O filme é uma excelente construção de um ambiente gótico e obscuro dos filmes de WhoDunit (aqueles filmes que tem que descobrir quem é o assassino). Aqui, tem uma elevação desse tipo de trama tendo em vista que o filme foca sobre a quantidade de mortes e por se tratar do tema da chave para imortalidade. Por mais que pareça um tema viajado para um filme de assassinato, ele se mantém bem pé no chão ao tratar sobre o tema. Nada de fantasias ou coisas mirabolantes que nos fazem não acreditar no filme ou nos personagens. É belíssimo como o filme ambienta a época que se passa (1830) e todo o clima frio e tenso que os personagens estão passando, tendo em vista que tem um assassino infiltrado ali e qualquer um pode ser o próximo a morrer.

Destaque também para as atuações de Christian Bale e Harry Melling. Christian Bale como sempre entrega uma atuação fenomenal e traz todo o cansaço que o seu personagem enfrenta por estar aposentado e ter que voltar para resolver esse caso. Já, Harry Melling (o primo chato do Harry Potter) demonstra e surpreende com uma excelente atuação. Aqui ele interpreta Edgar Allan Poe, o grande escritor de contos sombrios e góticos. O personagem dele é interessantíssimo e ele o faz caricato de uma forma que o espectador compra o personagem, a ponto de não nos irritar com suas caras e bocas. 

Para mim, a melhor parte do filme é a história e como o roteiro se desenrola utilizando do telespectador para imaginar tudo o que tá acontecendo em tela. O roteiro assinado por Scott Cooper e Louis Bayard é um mistério que vai sendo criado e a ponto que o filme vai passando, parece que não vai haver solução alguma pois os rastros do assassino vão sendo apagados até que chega o final e nos deparamos com um maravilhoso plot twist que realmente nos pega de surpresa. Sinceramente, eu não sou de ficar emocionado em filme mas a revelação de toda a história e o final desse filme é um soco no estômago e de deixar qualquer um boquiaberto. Garanto que você não consegue pegar o final do filme e mesmo se pegar antes, vai ser surpreendido, porque o plot twist desse filme é guardado justamente da melhor forma, pois vem na hora que o telespectador menos espera. Sinceramente, um dos melhores finais de filme que já vi, pois é emocionante, poético e tocante. A cena final fala por si só.

Em suma, O Pálido Olho Azul é um grande acerto da Netflix. É um filme de suspense que cria todo esse ambiente de imediatismo pois se precisa descobrir urgentemente quem é o assassino e aqui a história é realmente bem construída e foca justamente no trajeto até descobrirmos quem está por trás das mortes dos cadetes. Não é mais um filme apenas de um assassinato que fica criando situações mirabolantes e impossíveis de acontecer. Aqui é tudo cru, simples e da forma mais realística possível, até para a situação do assassino querendo descobrir a chave para a imortalidade. Vale a pena demais assistir O Pálido Olho Azul e com certeza vale uma reassistida. 

Nota: 8,5