A geopolítica russa no século 21.
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A geopolítica russa no século 21.

A Rússia é hoje uma das maiores potências do mundo, em diversos contextos é ela quem mais se opõe ao poder dos EUA. Essa disputa permanente entre os dois polos polos a história do século vinte, mas não marcou só isso, a persistência da influê...

SANFLIX
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A Rússia é hoje uma das maiores potências do mundo, em diversos contextos é ela quem mais se opõe ao poder dos EUA. Essa disputa permanente entre os dois polos polos a história do século vinte, mas não marcou só isso, a persistência da influência russa na geopolítica atual promete ser também uma das marcas do século 21

Para entender o poder que a Rússia tem atualmente é preciso voltar um pouco no tempo.

A URSS foi dissolvida em 1991 e o reformador Gorbachev caiu, em seu lugar assumiu o primeiro presidente eleito da Rússia, Boris Yeltsin. Todas as demais antigas repúblicas soviéticas se espalharam em novos estados sóbrios, nesse rearranjo a Rússia emergiu como o maior país do bloco e o maior país do mundo em extensão territorial. Mas a entrada russa no mundo capitalista foi turbulenta, Yeltsin apostou num choque de capitalismo e o país deu início a uma onda de privatizações de suas empresas estatais.

A economia russa foi aberta para sociedades estrangeiras que entraram no mercado de quase 150 milhões de consumidores, esse era um mercado novo, inexplorado e ávido pelo contato com o ocidente. Antigos burocratas soviéticos converter-se em oligarcas, surgiu uma classe de novos milionários russos, grandes magnatas envolvidos com a corrupção e com o crime organizado.

Toda essa turbulência da abertura levou o país a um novo tipo de crise provocada pela dinâmica do capitalismo e por liberdades civis recém conquistadas. Em 1993 foi a vez da crise política, pressionado por opositores dissolveu o parlamento e reprimiu manifestações em Moscou, nascidos de mortos. Mesmo assim, foi eleito para o segundo mandato em 1996.

Em 1998 foi a vez da crise econômica, endividado, mergulhado na informação e sem desemprego, o país deu um calote na dívida externa provocando efeitos negativos na economia global. Internamente houve uma grande piora nos indicadores sociais.

Boris Yeltsin desgastado e acuado, acusado pela imprensa russa de comparecer bêbado às cerimónias públicas, o primeiro presidente eleito do país, anunciou em rede nacional que estava esperando o cargo. A Renúncia de Yeltsin em 1999 marcou uma ascensão de seu então vice-presidente, Vladimir Putin ao poder.

O ex-agente da KGB, o temido serviço secreto soviético, se converter a partir de então num líder hegemônico dentro da Rússia. Nenhum outro político seria capaz de rivalizar com Putin, que disputou e venceu sua primeira eleição em 2000 com 53% dos votos e esse era só o começo.  Em 2004 veio nova vitória eleitoral, foi reeleito para um novo mandato de 4 anos com quase 72% dos votos, até conseguir melhorias em alguns indicadores importantes, mas cada vez mais concentração o poder em suas mãos.

Putin também ampliou o uso da inteligência da polícia para reprimir movimentos da sociedade civil, ele sufocou violentamente movimentos separatistas na região rebelde da Chechênia e pouco fez para solucionar assassinatos de opositores de seu governo em Moscou. Não podendo disputar a presidência pela terceira vez seguida, Putin indicou um apagado afilhado político para assumir a cargo em seu lugar, enquanto ele mesmo migrou para a posição de primeiro-ministro, tornando se chefe de governo.

Mesmo diante de várias denúncias de violência e de perseguição política, Putin venceu e voltou a presidência em 2012, só que dessa vez o mandato presidencial era seis anos. O orçamento militar da Rússia foi multiplicado por mais de doze vezes, hoje o país é o segundo maior exportador mundial de armas, atrás apenas dos Estados Unidos.

A política internacional mais ambiciosa da era Putin ocorreu em 2014, quando a Rússia tomou para si o território da Crimeia. O movimento envolve uma mistura de pressão militar e política exercida sobre o governo da Ucrânia, que vinha se aproximando da União Europeia.

Diante do ocorrido, os Estados Unidos e como potências europeias protestaram, mas Putin não deu ouvidos. Esse é o melhor exemplo da disputa atual e latente entre a Rússia e como potências do ocidente, assim como acontecia com a União Soviética na Guerra Fria, fica evidente que os russos tentam manter um cordão de aliados numa zona tampão formada pelos países do leste europeu.

O que pode acontecer ainda não sabemos, mas ao que parece, com Putin, a mãe Rússia está ON.