Geopolítica: Um jogo sem fim.
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Geopolítica: Um jogo sem fim.

Há uma sombria conexão entre os migrantes que naufragam tentando efetuar um perigoa travessia na faixa do Mediterrâneo que liga a África do Norte ao continente Europeu; como civis mortos em ataques aéreos nos subúrbios de Damasco, na Síria e ...

SANFLIX
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Há uma sombria conexão entre os migrantes que naufragam tentando efetuar um perigosa travessia na faixa do Mediterrâneo que liga a África do Norte ao continente Europeu; como civis mortos em ataques aéreos nos subúrbios de Damasco, na Síria e como eliminados da guerra instalada na Ucrânia.

A crise humanitária que se aprofunda três regiões do mundo é o resultado do processo de desestabilização política de um conjunto de países que se estende desde o Norte da África ao Oriente Médio e para além, alcançando o Cáucaso, onde se confronta historicamente Rússia, Irã e Turquia. Este arco de instabilidade está exercendo grande pressão sobre o mundo ocidental, especialmente sobre a Europa. Um contingente gigantesco de pessoas está fugindo dessas regiões de conflito em direção ao continente europeu. Em recente entrevista a chanceler alemã Angela Merkel afirmou que a questão dos refugiados em deslocamento à Europa faz parecer pequeno os desafios da "crise económica da Grécia ou a estabilidade do euro".

Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra ao Terror, invadindo o Afeganistão para combater o Taliban e o Iraque para depor o presidente Saddan Hussein. Com esta estratégia os Estados Unidos realinhariam o equilíbrio de poder na região e assegurariam o fornecimento de petróleo.No entanto, a queda de ditadores árabes que por décadas garantiram a estabilidade na região, não abriu caminho para a ascensão de uma democracia secular, ao contrário , caminho aberto para extremistas islâmicos que os ditadores há muito reprimiam. Aqui está a origem do sanguinário grupo terrorista autointitulado Estado Islâmico que hoje domina territórios da Síria e do Iraque.

Atualmente, os interesses dos EUA no Oriente Médio mudaram, pois ingressaram em uma nova era de menor dependência do petróleo estrangeiro já que, com o gás de xisto, estão produzindo mais energia dentro de casa. Ademais, no momento, os EUA parecem ter uma capacidade ou um interesse limitado em interferir no curso dos acontecimentos no Oriente Médio. Não obstante, os americanos têm um papel nisso tudo, queiram ou não.

A Guerra ao Terror imposta pelos EUA livrou o mundo de Saddam Hussein mas colapsou uma estrutura de poder árabe e abriu uma porta para o aumento da influência do Irã, liberando como tensões latentes entre os sunitas e xiitas. A Arábia Saudita cada vez mais está financiando as facções sunitas na região, e o Irã apoiando os grupos xiitas. Isso vem criando um tipo nocivo de conflito sectário em grande escala. A gravidade e sensibilidade desta situação pode ser medida pela polêmica disposição dos Estados Unidos em fechar um acordo nuclear com o Irã.

Infelizmente, em meio a esta intrincada disputa geopolítica, a guerra civil se expande de forma inexorável entre o Norte da África e o Cáucaso, causando dor e sofrimento aos vulneráveis ​​que se deslocam em uma jornada desesperada em busca de segurança e alívio.

Fonte: Gazeta Digital.