Resumo da semana - 02/10/21
95
4

Resumo da semana - 02/10/21

O historiador e militante comunista Jones Manoel defendeu o incentivo do “ódio de classe” entre trabalhadores contra seus patrões e os representantes da “burguesia brasileira”, como ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidentes da...

Constantino
11 min
95
4

Comuna pode tudo

O historiador e militante comunista Jones Manoel defendeu o incentivo do “ódio de classe” entre trabalhadores contra seus patrões e os representantes da “burguesia brasileira”, como ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidentes da Câmara e do Congresso.

“Uma das tarefas fundamentais da gente é estimular o ódio de classe. Tem que acordar todo dia querendo esfolar o patrão”, disse durante uma palestra no Sindicato da Construção Civil de Fortaleza em 18 de setembro. “Tem que acordar todo dia querendo pegar pelos cabelos cada um daqueles ministros do STF –se puxar pelo Fux sai a peruca–, o presidente da Câmara dos Deputados, presidente do Congresso, tem que odiar, tem que xingar. Tem que ver uma foto e ter raiva, ter vontade de cuspir, tem que odiar a burguesia brasileira, e seus representantes”, declarou.

O vídeo circulou bastante pelas redes sociais, mas não por conta da mobilização dos comunistas, já que esses contam com a simpatia de artistas como Caetano e da militância da imprensa, mas zero de engajamento. O vídeo circulou por iniciativa de bolsonaristas, para mostrar o duplo padrão vigente em nosso país.

Não custa lembrar que temos um deputado federal preso por gravar um vídeo desejando agredir um dos ministros supremos. Ele tem imunidade parlamentar, não pode ser preso por dar sua opinião, por mais radical que seja. Não obstante, está preso há meses, mesmo após pagar fiança. E para essa prisão ilegal, o STF inovou criando o flagrante perpétuo.

O que fica claro para todos é que o combate ao discurso de ódio e às Fake News nunca passou de um engodo, de um pretexto para se criar regras subjetivas e elásticas que, na prática, permitem a perseguição da direita. Quem se considera de esquerda pode tudo, tem um salvo-conduto para destilar ódio, desejar a morte do presidente, fazer ameaças veladas ou até escancaradas.

Novo x Amoedo

João Amoedo é o principal fundador do Partido Novo, não só pela idealização do projeto, mas por seu financiamento. Não obstante, justamente pelo Novo representar uma tentativa de mudança de postura na política nacional, o partido não tem dono - ou não deveria ter. Ele deve seguir princípios e valores, não caciques partidários com interesses próprios.

E é por essa razão que a criatura tem cada vez buscado se afastar mais do principal criador. Amoedo mudou muito de postura, só pensa em atacar Bolsonaro, pedir seu impeachment, agir de forma estranha e aparentemente sem qualquer espírito público. Não são críticas construtivas com base em discordâncias legítimas - essa é a postura da bancada do partido no Congresso.

Amoedo parece obcecado em derrubar Bolsonaro, não se importando de ficar ao lado de Ciro Gomes, do PCdoB e de movimentos esquerdistas para esse propósito. E passou a perseguir "bolsonaristas" no partido, ou seja, aqueles que não dormem e acordam só pensando em derrubar o presidente, como o próprio Amoedo.

Com isso em mente, Amoedo enviou aos diretórios do Partido Novo uma carta com a intenção de retomar ao comando da sigla. Amoedo se colocou com uma espécie de Messias salvador do partido, que está rachado por culpa dele mesmo. Amoedo recebeu respostas humilhantes de diretórios regionais bem diferentes daquilo que devia imaginar, acostumado talvez com a subserviência de quem mais parece funcionário seu do que colega de partido. 

É triste observar o destino de João Amoedo, mas é alvissareiro notar a luta de resistência de membros do partido, justamente para reforçar seus valores de origem, o motivo pelo qual tanta gente resolveu entrar para a política para fazer diferente. O Partido Novo não tem - ou não pode ter - um dono. Não importa se Amoedo foi o principal financiador, o Novo não é uma empresa dele. Espero que, nessa batalha interna, aqueles que defendem os princípios fundadores do Novo vençam. A alternativa é o partido virar um puxadinho tucano do Itaú...

Mil dias sem corrupção

Quando Lula completou mil dias de governo, o escândalo do mensalão era o tema mais comentado no país. Ali o PT tentava comprar o Congresso para avançar com seu projeto totalitário de poder, inspirado nos modelos socialistas com partido único. Depois viu-se que o mensalão era apenas o topo do iceberg, pois vieram o petrolão e muitos outros escândalos que tinham no comando petista o núcleo duro da corrupção.

Bolsonaro completou mil dias de governo nesta segunda, e uma grande diferença salta aos olhos: não há escândalos de corrupção no governo federal até aqui. Há somente indícios de uma tentativa envolvendo a compra de uma vacina e um escalão inferior do Ministério da Saúde, mas nada concreto e sem qualquer elo com o Palácio do Planalto, sem falar que não houve desembolso de recursos efetivado.

Ou seja, a primeira grande mudança, para quem tem apreço por questões éticas, é um governo sem roubalheira desenfreada, como acontecia nos anos petistas. Não é pouco, mas não é tudo. Além disso, temos ministérios técnicos, estatais sob comando profissional que voltaram a dar lucro, uma agenda reformista que infelizmente acaba desidratada pelo Congresso, bilhões investidos em infraestrutura, uma pauta de privatizações etc.

Diante desse cenário, a oposição se pega numa conjuntura difícil para culpar o governo pela inflação e o desemprego, ignorando não só a pandemia como a reação a essa pandemia, aplaudida pela própria oposição. O lockdown, o "fique em casa que a economia a gente vê depois", tudo isso contribuiu para o agravamento do quadro econômico. O depois chegou, a inflação é um fenômeno mundial, mas quem vive só de narrativas nem liga, pois o objetivo é desgastar o governo, nada mais.

Quem falava para ignorar a economia até "ontem", hoje está obcecado com a economia e só fala disso, sem levar em conta a alta da gasolina no mundo inteiro, a inflação elevada até nos Estados Unidos e por aí vai. Falta honestidade na análise. Não quer dizer que o governo não mereça críticas ou que seja perfeito. Está longe disso! Mas a oposição não tem críticas, e sim ataques desonestos. E o povo percebe.

Bolsoringa malvadão

Depois de mais de 80 dias de estabilidade, a Petrobras anunciou nesta terça-feira, 28, um aumento de quase 9% no preço do diesel nas refinarias. Com o reajuste, o preço médio do diesel vendido pela companhia a distribuidoras passará de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro — um reajuste médio de R$ 0,25 por litro. A gasolina, por sua vez, se mantém inalterada.

O preço dos combustíveis virou tema político sensível no país, e a oposição aproveita para tentar desgastar ainda mais o presidente. Bolsonaro passou a ser o responsável pela inflação, pela narrativa esquerdista. Aqueles que antes mandavam deixar a economia para depois, agora só falam de economia. E ignoram uma tal pandemia...

Os mercados entraram em pânico nesta terça e despencaram no mundo todo. O medo veio do risco de apagão na China. Pelo menos 20 províncias e regiões chinesas que representam mais de 66% do Produto Interno Bruto (PIB) do país adotaram alguma forma de racionamento de energia. Algumas empresas já operam à luz de velas e shopping centers estão fechando mais cedo.

A maior montadora do mundo, a Toyota, e fornecedores de gigantes como Apple e Tesla já vêm reduzindo produção devido ao menor suprimento de eletricidade. A ruptura das cadeias produtivas globais por conta da reação sem precedentes a esta pandemia, além da gigantesca injeção de liquidez nos mercados pelos bancos centrais, tem produzido uma escalada inflacionária no mundo todo. O preço da carne, por exemplo, disparou nos Estados Unidos.

O Reino Unido enfrenta uma crise de combustíveis que deixou postos nas grandes cidades desabastecidos e incitou o governo a deixar os militares de prontidão para transportar o produto caso o problema se agrave. Dezenas de postos colocaram avisos dizendo que estão sem gasolina ou diesel, relata a imprensa local. Mais de dois terços dos postos de gasolina britânicos esgotaram os seus estoques de combustíveis na segunda-feira, no quarto dia da crise.

Quando observamos o que se passa em outros países, com falta de energia e combustível, o aumento de preço da Petrobras parece um problema menor. A alternativa seria ainda pior, caso o governo seguisse a velha receita populista de controle de preços. Todos têm motivo de sobra para indignação, mas é preciso apontar para os culpados certos. Bolsonaro é o alvo errado.

“Economia fica para depois”

O deputado socialista Marcelo Freixo escreveu em seu Twitter: "O preço da gasolina subiu 40% em um ano e o valor do ICMS permaneceu o mesmo nesse período. Vamos parar com essa mentirada de que o combustível está caro por causa dos governadores. O culpado se chama JAIR BOLSONARO, que está destruindo a economia brasileira".

Interessante. Jair Bolsonaro fez o petróleo tipo Brent subir no mundo todo? Fez a gasolina aqui nos EUA subir 50%? Fez faltar combustível no Reino Unido? Causou a crise energética chinesa, que já fez montadoras gigantes como a Toyota interromper sua produção? Nossa oposição esquerdista finge não saber que estamos numa grande crise global, causada pela reação a esta pandemia?

E aqui vem o cerne da questão: alguns de nós alertamos para isso! Quando todos pensavam só em lockdown, em fechar tudo e usar o estado para distribuir recursos, alguns lembravam que economia também era vida, que o caos social advindo de uma crise global poderia ser terrível, que o remédio não podia ser pior do que a doença. Nada disso surtia qualquer efeito.

A turma repetia que o foco único era a saúde e que "economia fica para depois". Os isolacionistas acusavam de insensíveis aqueles que mencionavam a economia, coisa de "especulador de Bolsa". Bolsonaro foi demonizado por insistir em duas prioridades. Os jornalistas compartilhavam a hashtag "fique em casa" em sua quarentena gourmet, como foi o caso de Vera Magalhães, que hoje parece... só focar na economia!

Enquanto isso, ao lado do Brasil, governos de esquerda seguiram a "ciência" recomendada pela patota, e o resultado é péssimo. Mas nossa imprensa finge que países como Argentina e Venezuela sequer existem, ignora notícias que ilustram o quadro econômico infinitamente pior do que o brasileiro.

A pobreza na Venezuela chegou a 94,5% da população e 76,6% vivem em extrema pobreza. Pessimismo cresce entre os jovens argentinos: 70% preferem morar em outro país. 66% dos consultados consideram que nos próximos 10 anos a situação de pobreza será pior ou muito pior do que hoje. Por que Freixo e Vera Magalhães não comparam a situação nacional com a dos nossos vizinhos?

Legalize a opinião!

Vivemos uma total inversão de valores em nosso país. Bandidos perseguem gente honesta, corruptos bancam os bastiões da ética, autoritários fingem defender a democracia e impostores monopolizam a fala em nome da ciência. A CPI circense da Covid é o ícone dessa inversão toda.

Lacombe abre assim sua coluna desta sexta na Gazeta: "É um absurdo atrás do outro. O avesso de tudo o que é desejável: a verdade, o fato, o argumento, o bom senso, a isenção, a imparcialidade… Quer saber como não se realiza um depoimento? É só assistir às sessões da CPI da Covid. A maior parte dos senadores está descontrolada. Claro, o que essa turma fala e faz é irrelevante; sua guerra eleitoral é muito particular. Por isso, entendo que, com o tempo curto, ninguém decente deve perder um minuto sequer com sessões fedorentas, mas é urgente que se faça um alerta".

O jornalista aponta para o óbvio: como não há crimes cometidos nem pelo presidente, nem por seus apoiadores, até onde a vista alcança, então é preciso inventar o crime, e no caso apoiar o governo já virou uma infração grave.

Criaram o crime de opinião! Para o senador Randolfe, que apoia o ditador socialista Maduro na Venezuela, liberdade de opinião é defender o Flamengo, não criticar máscaras obrigatórias. "Por que você disseminou sua opinião sobre vacina?", quis saber o relator. "Porque no Brasil tenho a liberdade de disseminar minha opinião", respondeu o depoente. E isso deveria bastar, encerrar qualquer discussão sobre o assunto.

A direita é perseguida por suas qualidades e virtudes, não por seus defeitos. Bolsonaro mesmo, que tem inúmeros defeitos, acaba sendo atacado por seus acertos. Tem se colocado contra o absurdo passaporte vacinal, por exemplo, e com os argumentos certos: "Cada vez mais nos vemos obrigados, juntamente com vocês, como demonstramos no 7 de setembro, a lutar para que cada um dos incisos do artigo 5º seja cumprido. Respeitar o direito de ir e vir. Respeitar o direito ao trabalho. À liberdade de culto. Não aceitar o passaporte da Covid".

Ou reagimos com mais vigor contra tanta inversão e tanto absurdo, ou seremos totalmente escravizados em breve. O empresário Otávio Fakhouri, que teve sua honra massacrada por senadores sem qualquer honra na CPI, alertou: "Ter posição favorável à descriminalização das drogas e ao assassinato de fetos - LIBERDADE DE OPINIÃO; Ter posição favorável à não obrigatoriedade do uso de máscaras - CRIME CONTRA A HUMANIDADE; Entenderam o perigo de aceitarmos essa narrativa que tentaram impor sobre mim hoje?"