Resumo da semana - 03/07/21
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Resumo da semana - 03/07/21

Que ninguém sério leva a sério essa CPI circense nós já sabemos. Mas na sexta-feira, aqueles que buscam desesperadamente qualquer coisa para atingir Bolsonaro, mesmo tendo de levar Renan Calheiros a sério para tanto, ficaram animados com o de...

Constantino
9 min
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Renan sabia de tudo

Que ninguém sério leva a sério essa CPI circense nós já sabemos. Mas na sexta-feira, aqueles que buscam desesperadamente qualquer coisa para atingir Bolsonaro, mesmo tendo de levar Renan Calheiros a sério para tanto, ficaram animados com o depoimento do fanfarrão Miranda, acusado de estelionato. O deputado implicou Ricardo Barros no suposto esquema da compra da vacina indiana, que nem ocorreu ainda.

O deputado Ricardo Barros não é flor que se cheire mesmo, pelo visto. Seu currículo não é dos melhores, digamos. A Gazeta do Povo publicou um breve resumo dos indícios de "malfeitos" do deputado, que foi figura-chave nos governos de FHC, Lula, Dilma e Temer. Vi tucano falando que "agora acabou" o governo Bolsonaro, lembrando da passagem de Ricardo Barros nos governos tucanos e petistas. Mas Bolsonaro estaria, segundo o próprio Miranda, incomodado com seu líder, já que ele é refém do centrão. E quem quer chuta-lo de lá quer colocar em seu lugar... tucanos ou petistas? Qual a lógica?

Mas voltando ao caso da vacina, o irmão de Renan Calheiros foi o autor de uma emenda de MP para a compra da Covaxin mesmo sem registro da Anvisa. O senador Omar também, inclusive com Randolfe como relator no Senado. Este chegou a gravar um vídeo pressionando a Anvisa para liberar logo a vacina. A pressão para liberar tanto a Covaxin como a Sputinik russa era enorme. Pressão atípica, como disse o irmão do Luis Miranda.

Sim, Ricardo Barros não é confiável, e tudo merece investigação. Mas quem acha que Renan, Omar e Randolfe são confiáveis não merece tampouco ser levado a sério. E não custa lembrar que querem derrubar Bolsonaro para colocar essa gente no comando.

Golpe em curso

E, para colocar essa gente de volta ao poder, vale tudo, inclusive um golpe às claras, em plena luz do dia. O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski decidiu nesta segunda-feira (28) que a Justiça Federal não poderá mais utilizar as informações do acordo de leniência da Odebrecht em uma das ações penais da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão vale para o inquérito relacionado à sede do Instituto Lula, no qual o ex-presidente chegou a ser considerado réu com mais oito pessoas. O caso está na lista de processos enviados à Justiça Federal do Distrito Federal depois que o STF declarou a incompetência da Justiça Federal do Paraná para analisar quatro ações sobre Lula.

Leandro Ruschel comentou: "No dia que o Supremo anula provas da Odebrecht contra Lula, que chefiou o maior escândalo de corrupção da história, com dezenas de bilhões desviados, os militantes de redação insistem no 'esquema de corrupção' da vacina indiana que resultou em zero reais desviados".

Ficamos assim: o ministro que é amigo da família de Lula, que foi indicado por ele ao cargo, decide blindar o companheiro de mais um caso de corrupção. O Supremo já considerou Sergio Moro "suspeito", e agora estende à toda Lava Jato a mesma "suspeição", ignorando que os únicos realmente suspeitos são os próprios ministros supremos.

Enquanto isso, o mesmo STF dá 48 horas para o presidente Bolsonaro se explicar sobre acusação de prevaricação, confiando somente na palavra de um notório picareta, conhecido em Miami como estelionatário. 

Precisamos parar de dourar a pílula por medo de retaliação, ainda que ela exista num estado policialesco como temos hoje, cujo STF abusa de um poder arbitrário sem freios ou limites. O que estamos vendo é um golpe em curso, que tenta destruir a todo custo Bolsonaro, enquanto resgatou das trevas do pântano da corrupção o ex-presidente Lula. Tudo isso feito à luz do dia, com a cumplicidade de boa parte de nossa imprensa e dos “isentões”.

Ceticismo liberal

O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. O alerta de Lord Acton é um mantra do liberalismo. Todo liberal que se preza é desconfiado com o poder, alimenta um ceticismo saudável em relação a todos os políticos. Liberais não enxergam deuses na política, salvadores da Pátria.

Ocorre que, quando se trata de Bolsonaro, isso é um espantalho criado por pseudoliberais, que são na verdade tucanos disfarçados. Talvez uma minoria apoie o presidente atual com esse nível de "endeusamento", levando a sério o lance de "mito". A imensa maioria simplesmente reconhece várias virtudes em seu governo, admite um ministério mais técnico, uma agenda reformista importante, e os 900 dias de governo sem escândalos de corrupção.

Essa gente também olha para as alternativas com profundo temor, sabe que tucanos têm feito, em conluio com a mídia, um jogo sujo que na prática ajuda na possível volta de Lula, o maior corrupto de todos, e com uma agenda socialista. Ou seja, o reconhecimento dos acertos do atual governo e o medo legítimo do destino venezuelano com a volta do Foro de SP fazem com que muitos liberais se recusem a fazer o papel de idiota útil de comunista. É senso de prioridades e de proporções.

Todo liberal, como eu disse, deve ser cético com políticos no poder. Mas o que dizer de quem compra a valor de face o que diz nossa imprensa, veículos como Folha, Globo, Estadão e Antagonista? Tem que ser muito bobão mesmo! Ou desejar tanto derrubar Bolsonaro que vale tudo nesse processo, até abandonar o saudável ceticismo, inclusive acerca do trabalho de uma mídia partidária e enviesada.

Política é a arte do possível, um concurso de feiura. Os liberais clássicos entendem isso e não alimentam esperanças tolas. Sabem, por exemplo, que a aproximação do governo com o centrão é arriscada, ainda que necessária. É isso ou o fim de qualquer governabilidade, na melhor das hipóteses, ou impeachment, na mais provável delas. O Parlamento foi eleito, afinal de contas. Os "românticos" nunca oferecem alternativas realistas.

Liberais não são céticos, portanto, só com governos, mas também com a imprensa, com os "especialistas", com as entidades supranacionais etc. Onde foi parar tal ceticismo? O liberalismo não fecha os olhos para os poderosos - tampouco para as manipulações da mídia em nome da ciência ou para o jogo sujo de bastidores na disputa pelo poder.

Tucanopetistas e o super pedido de impeachment

Na Argentina, o presidente lulista, com amplo poder centralizado, fez tudo certo, ouviu a ciência, impôs lockdown, e mesmo assim o vírus matou muita gente. É um dos piores países em gestão da pandemia. No Brasil, Bolsonaro teve poder esvaziado pelo STF, governadores impuseram lockdown, mas o presidente foi o culpado pelas mortes. E é com essa narrativa fajuta que a esquerda lulista pretende partir para a campanha em 2022.

E conta com o apoio da Nova Esquerda! MBL, Joice Hasselmann e Alexandre Frota estavam juntos do PT e do PSOL na hora de fazer o "super" pedido de impeachment, tudo com base nesse discurso furado ou coisas ainda piores. Eles assinam um pedido de impeachment ao lado de PT e PSOL no qual um dos motivos são as “hostilidades” do Presidente contra China, Venezuela e Cuba!

Mas a imprensa insiste em chama-los de direita. É estratégia. Ou melhor, é a tentativa de resgatar a velha estratégia das tesouras, quando tudo ficava só entre PT e PSDB, ou seja, em "casa". Os jornalistas chamavam os tucanos de direita, e todos fingiam haver disputa ideológica real, quando na prática havia apenas um jogo de cartas marcadas e uma disputa interna de poder pela esquerda.

Agora querem que figuras como Kim Kataguiri e Joice representem a direita. Não são direita nem no Brasil, nem na China! A bem da verdade, parecem um tanto confortáveis com um modelo chinês da vida. São apenas oportunistas que tiraram de vez suas máscaras. E que adotam agora um discurso de que é preciso se unir ao "inimigo" para derrotar um inimigo ainda pior, o bolsonarismo, para depois combater o petismo. Quem acha Bolsonaro pior do que Lula, além de desvio ético, dá atestado de esquerdismo patológico, simples assim.

Eis o que temos, portanto: toda a esquerda unida contra o atual governo. Não tem qualquer direita ali, apesar da narrativa dos jornalistas, que adorariam limitar o espectro político da extrema esquerda ao esquerdismo mais light dos tucanos, ignorando a legitimidade do liberalismo clássico e do conservadorismo.

Na era das redes sociais, não vai colar, porém. Temos cada vez mais gente denunciando a fraude. Estou nessa missão há duas décadas, e não mudei: meu inimigo sempre foi e continua sendo o esquerdismo. É por isso que eu atacava o PT antes, e continuo atacando o PT hoje. Não estou ao lado de Lula e nunca estive. Apenas ampliei a lista de alvos, para incluir os novos representantes da esquerda: o MBL e companhia.

O inimigo agora é o mesmo. Sempre foi e sempre será a esquerda, pois o esquerdismo significa a maior ameaça que temos às nossas liberdades, ao progresso, à própria democracia.

Leite sai do armário

Sair do armário e se assumir gay, no Irã ou na Arábia Saudita ou qualquer país islâmico, sem dúvida é um ato de coragem, ou suicídio mesmo. No Irã os homossexuais ainda são mortos pelo regime dos aiatolás. Mas quem pode achar que, em pleno século 21, admitir a homossexualidade seja um ato de bravura? É a coisa mais natural do mundo...

Não quero dizer, com isso, que não existam casos isolados de homofobia. Existem, como existem de racismo, e todos devem ser condenados e punidos. O que é bem diferente de censurar quem, por questões morais ou religiosas, considera o comportamento homossexual pecaminoso. Isso é um direito do indivíduo numa sociedade livre também.

O grande problema é que os movimentos LGBT transformaram a inclinação ou opção sexual numa bandeira política, e já vimos até placas com dizeres bizarros como "meu fiofó (era outro termo) é revolucionário". Conheço vários gays que abominam os movimentos LGBT por conta disso, e também por promoverem a promiscuidade e a baixaria como se todo gay tivesse que agir dessa forma.

É por isso que usar a homossexualidade como bandeira política no Ocidente em pleno século 21 é confissão de falta de consistência das ideias. Quase ninguém liga para o que adultos fazem entre quatro paredes. Mas o povo liga para o autoritarismo "científico" dessa turma, que destrói empregos. Isso sim! Foi exatamente o ponto de Guilherme Fiuza ao comentar a "revelação" do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao assumir sua homossexualidade na entrevista com Pedro Bial:

“Governador do Rio Grande do Sul revela que é gay. Com quem ele dorme é problema dele. O que ele tem que revelar é onde está o laudo de eficácia do lockdown desvairado que impôs à população e como se salva vidas bloqueando gôndola de supermercado. Totalitarismo não tem sexo.

O que o Brasil precisa é de um debate sério de ideias, principalmente sobre o que alguns vêm repetindo em nome da ciência, monopolizando seu uso de forma absurda e autoritária. Chamar de "negacionista" quem discorda de medidas como o lockdown, que não apresentou bons resultados em lugar algum, não vai encerrar o debate, mas sim expor a falta de consistência de quem se esconde atrás desse rótulo vazio.