Racistas foram os primeiros defensores do salário mínimo
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Racistas foram os primeiros defensores do salário mínimo

Em 1910, 22% da força de trabalho dos Estados Unidos era imigrante

Leonardo Teodoro
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Em 1910, 22% da força de trabalho dos Estados Unidos era imigrante

E isso era um problema para muita gente

Imigrantes em busca do sonho americano aceitavam receber menos para aprender um trabalho no seu novo país

A solução? O salário mínimo

O jornalista e ativista social Paull Kellog propôs dobrar o piso salarial para os imigrantes

Para ele, desta forma ninguém mais os empregaria

Ele não foi o único, o casal de reformistas Beatrice e Sidney Webb advogaram que se o salário mínimo custa o emprego de uma pessoa com deficiência, essa "não é uma marca de uma sociedade doente, mas de uma sociedade saudável"

Durante as discussões do Davis Bacon Act, a primeira lei nacional sobre salário mínimo nos EUA editada em 1931, o deputado Clayton Allgood afirmou que um "empregador tem inúmeros negros contratados [...] e é este tipo de competição que o trabalhador branco vem enfrentando por todo o país"

Na África do Sul, antes do Apartheid, racistas já se organizavam e utilizavam o salário mínimo como arma

Em 1925, a comissão Sul-Africana de economia e salários afirmou que "devemos fixar um piso tão alto até que nenhum nativo seja empregado"

Hoje a exclusão de profissionais com pouca qualificação do mercado de trabalho causada por pisos salariais muito altos é encarada como um terrível efeito colateral

Mas quem propôs e defendeu o salário mínimo sabia o que estava fazendo