Entra ano e sai ano a história é a mesma e as cenas se repetem. Na manhã de ontem (15), um grupo de " torcedores organizados " do Botafogo invadiu o Centro de Treinamento do Clube carioca, para protestar contra a má fase do alvinegro carioca ...
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Entra ano e sai ano a história é a mesma e as cenas se repetem. Na manhã de ontem (15), um grupo de " torcedores organizados " do Botafogo invadiu o Centro de Treinamento do Clube carioca, para protestar contra a má fase do alvinegro carioca no Brasileirão 2022. Já são quatro jogos sem vitória no campeonato e para piorar a situação o time entrou na zona do rebaixamento para a segundona. | ||
O Curioso é que esta situação ocorre após um começo de campeonato bastante promissor da equipe, que agora sob nova fase como clube empresa, ou Sociedade Anônima do Futebol (SAF), adquirida pelo bilionário americano John Textor, que trouxe alguns reforços, além da chegada do técnico português Luis Castro, despertou a animação dos seus torcedores após anos de frustração, por conta das campanhas ruins, como um reflexo de más gestões que passaram pela equipe anteriormente. | ||
Apesar disso, a prática já comprovou que não se muda a realidade da noite para o dia, ainda mais dessa forma invadindo o local de trabalho dos atletas, e até mesmo o departamento médico, um local de privacidade, onde os atletas machucados precisam desse silêncio para se recuperar das lesões. Longe disso já demonstrou que só faz agravar aquilo que já vinha ruim. | ||
Talvez o que Textor não sabia é que o torcedor brasileiro assim como o latino-americano não tem o costume de seguir a filosofia empresarial americana/europeia, de que a reconstrução do clube tanto esportivamente quanto administrativamente é para longo prazo, e não acontece de uma hora para outra. Porém, mesmo com esta postura temperamental, nada justifica essa atitude brutal de invadir o local de trabalho do ídolo do seu clube para coagir e intimidar. | ||
Pensa que acabou? não. Como o treinamento do elenco principal era somente no período da tarde os indivíduos ficaram até o horário do coletivo para seguir com o festival de hostilidades contra os atletas e sem a presença da polícia. O direito de protestar e expressar sua opinião é legítimo, entretanto, isto cai por terra quando se faz o uso da violência. | ||
Ainda mais quando se descobre que muito provavelmente este fato ocorreu com a permissão da diretoria que apesar de negar, não me surpreenderia se tiver feito isto na prática. Aliás, os cartolas brasileiros precisam ser estudados pela NASA, pois uma hora reclamam dos prejuízos causados pelas torcidas organizadas, e na outra alimentam os próprios monstros, bancando suas viagens nos jogos do time, ou ainda empregando seus membros dentro dos clubes. | ||
Pura coincidência? não. Por outro lado fica novamente a pergunta. Será que vai ser preciso acontecer uma tragédia com alguma dessas vítimas para se fazer alguma coisa? Uma vez que apesar do estatuto do Torcedor, lei criada no ano de 2003, prever punições para este tipo de crime, na prática não vemos um esforço coletivo entre todos os envolvidos para coibirem este tipo de situação. | ||
Por fim resta aguardar e ao mesmo tempo ficar vigilante para cobrar cada vez mais antes que o pior não aconteça com algum atleta aqui no futebol brasileiro. |