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🟣 US$ 27 bi em um setor

IA levanta US$ 27,1 bi em um trimestre. Mais: Microsoft sai do conselho da OpenAI e a questão da produtividade dos investimentos das big techs em inteligência artificial.

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Edição 115

IA levanta US$ 27,1 bi em um trimestre

Mais: Microsoft sai do conselho da OpenAI e a questão da produtividade dos investimentos das big techs em inteligência artificial.

Startups de IA atraem US$ 27,1 Bi no segundo trimestre de 2024

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Nos últimos dois anos, enquanto muitas startups de tecnologia enfrentaram dificuldades, reduziram custos, se venderam ou fecharam as portas, as startups focadas em inteligência artificial (IA) prosperaram de forma descolada do restante do mercado. 

Apenas no segundo trimestre de 2024, essas empresas atraíram US$ 27,1 bilhões em investimentos nos Estados Unidos, destacando-se em um setor que ainda sofre efeitos da ressaca dos investimentos em tecnologia.

Crescimento significativo

De acordo com a PitchBook, os investimentos em IA representaram quase metade de todo o financiamento de startups nos EUA durante esse período.

No total, as startups americanas arrecadaram US$ 56 bilhões, um aumento de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior, marcando o maior valor trimestral em dois anos.

Destaques do setor

Entre os principais destaques do setor, a CoreWeave, provedora de serviços de computação em nuvem para empresas de IA, levantou US$ 1,1 bilhão em maio, além de US$ 7,5 bilhões em dívida, avaliando a empresa em US$ 19 bilhões. 

A Scale AI, fornecedora de dados para empresas de IA, arrecadou US$ 1 bilhão, alcançando uma avaliação de US$ 13,8 bilhões. A xAI, fundada por Elon Musk, conseguiu US$ 6 bilhões, sendo avaliada em US$ 24 bilhões.

Mudança de mentalidade

Kyle Stanford, analista de pesquisa da PitchBook, observou que as rodadas de financiamento significativas aumentaram o volume geral de negócios da indústria, tanto em termos de valor monetário quanto de número de transações. 

Essa atividade levou os investidores a mudarem sua mentalidade, passando a encorajar mais investimentos em crescimento. No ano passado, Tom Loverro, investidor da IVP, previu um “evento de extinção em massa” para startups e recomendou a redução de custos. 

Recentemente, ele anunciou que essa era chegou ao fim, denominando o momento atual como o “Grande Reacordar”. Loverro agora incentiva as empresas a investirem fortemente no crescimento, especialmente em IA, afirmando, em uma postagem na plataforma social X, que o “trem da IA está deixando a estação e é preciso estar nele”.

Impacto do ChatGPT

O boom da IA teve início no final de 2022, quando a OpenAI lançou o ChatGPT. A tecnologia, capaz de produzir textos, imagens e vídeos, desencadeou uma onda de criação e financiamento de startups. 

Apesar das eficiências criadas pela IA, seu desenvolvimento é caro. Startups de IA gastam, em média, 22% de suas despesas em custos de computação, mais que o dobro dos 10% gastos por empresas de software não relacionadas à IA, segundo uma análise da Kruze Consulting, empresa de consultoria contábil e fiscal.

Healy Jones, vice-presidente de Estratégia Financeira da Kruze, explicou que “não é de admirar que os VCs [venture capitalists] estejam despejando dinheiro nessas empresas”, destacando que, embora as startups de IA estejam crescendo mais rapidamente, “elas claramente precisam do dinheiro”.

Oportunidade única

Para os investidores, o potencial da IA representa uma oportunidade única. Proeminentes investidores e executivos preveem que o mercado de IA será maior que os mercados de smartphones, computadores pessoais, mídias sociais e internet. 

No entanto, a competição com grandes empresas de tecnologia como Microsoft e Amazon pode impactar a capacidade das startups de IA de continuar arrecadando grandes quantias de dinheiro.

Em breve, uma oportunidade na Captable diminuirá a distância entre as grandes empresas de IA globais e o investidor brasileiro. Entre no grupo e fique por dentro.


Microsoft deixa conselho da OpenAI

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A Microsoft anunciou nessa semana que desistiu de seu assento como membro observador no conselho da OpenAI. A empresa alega que sua presença no conselho não é mais necessária, pois a governança da startup avançou de forma significativa nos últimos meses. 

"Nos últimos oito meses, testemunhamos progressos significativos do novo conselho e estamos confiantes na direção da empresa. Dado tudo isso, não acreditamos mais que nosso papel limitado como observador seja necessário", disse a Microsoft, em comunicado.

A notícia chega em meio ao aumento da pressão global pela regulamentação da IA. A medida também ocorre diante do crescente escrutínio regulatório sobre os investimentos e a influência das big techs em startups de inteligência artificial, com amplas preocupações sobre como isso afeta a concorrência no setor em rápido crescimento.

Parceria essencial com a Microsoft

Conforme destaca o Financial Times, a parceria com a Microsoft foi essencial para o sucesso da OpenAI. A startup apoiou-se na Microsoft para serviços de computação e armazenamento em nuvem de bilhões de dólares.

Além disso, o presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, foi um importante mediador durante a turbulência da OpenAI em novembro, quando a startup demitiu e, dias depois, recontratou o CEO, Sam Altman.

Investimentos e integrações

A Microsoft chegou a investir US$ 13 bilhões na OpenAI, frente ao sucesso estrondoso de seu chatbot de IA generativa ChatGPT, e assumiu a posição de observadora no conselho em novembro do ano passado. 

A big tech não tinha direito de voto, mas participava das reuniões do conselho e tinha acesso a informações confidenciais da startup. A Microsoft integrou os serviços da OpenAI em suas plataformas Windows e Copilot AI, acompanhando a movimentação global de gigantes de tecnologia investindo em inteligência artificial generativa para acelerar seu crescimento.

Preocupações reguladoras

Com o fortalecimento da parceria entre as empresas, órgãos reguladores na Europa e nos Estados Unidos expressaram preocupação com a influência da big tech sobre a OpenAI.

A startup alega ser "uma empresa totalmente independente governada pela OpenAI Nonprofit". Segundo o Financial Times, a Microsoft não tem uma participação acionária convencional na startup. Em vez disso, ela tem direito a uma parte dos lucros de uma subsidiária da OpenAI, até um certo limite.

Outra big tech que mudou seus planos em relação à OpenAI é a Apple. A companhia tinha planos de assumir um papel observador no conselho da startup, como parte de um acordo para integrar o ChatGPT aos seus dispositivos. 

No entanto, de acordo com o Financial Times, a companhia teria desistido de sua cadeira no conselho.

Diante dessas movimentações, a OpenAI pode assumir uma nova abordagem para informar e envolver seus parceiros estratégicos, organizando reuniões regulares com a Microsoft e a Apple, além de investidores como Thrive Capital e Khosla Ventures.


Big techs e IAs

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A competição das big techs para liderar o campo da inteligência artificial (IA) nos próximos anos também está começando a preocupar os investidores, diante de temores de que os robustos investimentos previstos para os próximos anos não apresentem resultados palpáveis para as big techs.

Gastos massivos em capex e P&D

Estrategistas do Goldman Sachs destacaram que empresas como Amazon, Meta, Microsoft e Alphabet – conhecidas como hyperscalers – gastaram cerca de US$ 357 bilhões no ano passado com despesas de capital (capex) e pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Uma “porção significativa” desse montante foi direcionada para IA, representando quase um quarto do total destinado para capex e P&D pelas empresas listadas no S&P 500.

A cobrança dos investidores

“Os hyperscalers atuais serão requeridos em algum momento a provar que receitas e lucros serão gerados destes investimentos,” afirma o relatório, segundo a Bloomberg.

Desde que a IA ganhou destaque, investidores têm apostado nos potenciais vencedores dessa corrida – como a Nvidia, cujo valor de mercado passou de US$ 300 bilhões para quase US$ 3 trilhões em dois anos. Em resposta, as big techs aumentaram seus investimentos para não ficar para trás.

Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, ocorrida em abril, a Meta anunciou que o capex de 2024 deve ficar entre US$ 35 bilhões e US$ 40 bilhões, acima da projeção anterior de US$ 30 bilhões a US$ 37 bilhões. 

A CFO da companhia, Susan Li, afirmou que a empresa pretende acelerar os gastos com infraestrutura para “apoiar os nossos planos para IA” e que o capex deve subir no próximo ano, “à medida que investimos agressivamente para apoiar a nossa ambiciosa pesquisa em IA e esforços de desenvolvimento de produtos”.

Na Alphabet, o capex totalizou US$ 12 bilhões no primeiro trimestre, superando a previsão de US$ 10 bilhões. A CFO Ruth Porat destacou, em abril, que o valor reflete “nossa confiança nas oportunidades oferecidas pela IA” e que os investimentos da empresa devem permanecer no mesmo patamar, ou acima, nos próximos trimestres. 

Isso significa que a empresa pode investir cerca de US$ 48 bilhões neste ano, acima dos US$ 32,3 bilhões registrados em 2023, segundo o Financial Times.

Será que é bolha?

Apesar dos valores elevados, os estrategistas do Goldman Sachs apontam que os investimentos “ainda são insignificantes” em comparação com o que foi visto durante a bolha da internet no começo dos anos 2000.

No auge daquele período, as empresas estavam gastando quase 100% do fluxo de caixa oriundo das operações em capex e P&D, em contraste com os 72% vistos atualmente.

Mesmo assim, as despesas precisam demonstrar resultados. “Como foi visto na bolha da internet, o desempenho das vendas será um indicador chave para os investidores avaliarem a durabilidade do trade com IA,” conclui o relatório.

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