🟣 É o fim dos apps de banco?
0
0

🟣 É o fim dos apps de banco?

Banco Central avisa: apps de banco deixarão de existir. Mais: R$ 2 bilhões para startups brasileiras de IA em 2022 e os R$ 72 milhões da CondoConta.

1248
6 min
0
0
Email image

Edição 81

Banco Central avisa: apps de banco deixarão de existir.

Mais: R$ 2 bilhões para startups brasileiras de IA em 2022 e os R$ 72 milhões da CondoConta.

O fim dos apps de banco

Email image

Os apps de banco individuais darão lugar aos superapps agregadores de informações financeiras. Segundo Campos Neto, presidente do Banco Central, em apenas um ano e meio, dois anos, não haverá mais o app do Santander, do Bradesco, ou de qualquer banco específico.

Os apps únicos dos grandes bancos darão espaço para a competição entre sistemas e a expectativa é que isso beneficie os consumidores. Segundo o presidente do BC, prevê-se que haverá uma carteira digital de dados construída por um superapp, que vai captar todas as movimentações financeiras dos usuários.

A Finansystech, uma startup que levantou R$ 2,49 milhões na Captable em 2021 e, pouco tempo depois, foi adquirida pela Celcoin no segundo maior M&A de 2023, já trabalha na ideia. A fintech já atende mais de 40 bancos, cooperativas e seguradoras.

Esses clientes estão em busca de plataformas que sejam capazes de entregar aos seus clientes o conceito de Open Finance – ou seja, a abertura e compartilhamento dos dados de produtos financeiros oferecidos por bancos e corretoras, utilizados por cada cliente.

Assim, todas essas informações estarão abertas para acesso pelas instituições financeiras e, se o cliente desejar, poderão ser combinadas em um único superaplicativo.

Especialista explica o contexto

Danillo Branco, CEO da Finansystech e especialista em Open Finance, explica a fala de Campos Neto: quando mencionou a ideia, o presidente do BC estava explicando que não será obrigatório que o consumidor utilize o app de cada banco para administrar suas contas em cada instituição.

Segundo ele, isso não significa que os apps deixarão de existir, mas que deixarão de ser a única opção para interagir com uma determinada conta bancária, por exemplo. Também abrirá espaço para que as pessoas busquem superapps que combinem informações de diversas instituições – e esses apps, inclusive, podem ser criados até mesmo por startups ou empresas que não são instituições financeiras.

A relação com os bancos continuará, mas em um novo canal. Será uma disputa pela evolução dos canais de interação com o cliente – uma luta pelo hábito dos clientes se desenrolará. 

Para não perder espaço na cabeça dos clientes, as grandes instituições bancárias já preparam o terreno para manter sua relevância. O Banco do Brasil, por exemplo, já trouxe para dentro do seu app dados de outras instituições; o Bradesco, no Next, permite assinar o Disney Plus; o Itaú já oferece opções de seguros.

Antes do que se imagina

A previsão do presidente do Banco Central pode parecer irrealista à primeira vista. Mas, vale lembrar, o brasileiro demonstrou apetite por facilidade e inovação quando ocorreu o lançamento do PIX no país.

A estimativa era que a adoção do novo meio de pagamento instantâneo levaria seis meses para alcançar 200 mil transações – na realidade, o número foi de 10 milhões de transações nesse mesmo período. 

Startups brasileiras de IA levantaram R$ 2 bilhões em 2022

Email image

Segundo o relatório sobre Inteligência Artificial do Distrito, publicado em 2023, as startups latinoamericanas de IA têm um potencial exponencial: são quase 500 startups ativas mapeadas. Só no Brasil, elas já levantaram R$ 2 bilhões apenas em 2022.

E o uso da tecnologia disparou: o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022 foi suficiente para fazer com que o uso de IA em algum nível dentro dos processos de empresas da América Latina chegasse a 29% – globalmente, essa adoção chega a 34%, segundo dados de um estudo da IBM.

E mais: de acordo com a consultoria IDC, foram investidos, globalmente, US$ 500 bilhões na tecnologia neste ano. E a projeção é de que, até 2030, a IA contribua para um crescimento de 5% do PIB da América Latina.

Brasil larga na frente

O Brasil se destaca na região ao concentrar o maior número de empresas do segmento e o maior volume de investimentos. O país é responsável por 73,65% do total de startups do setor na LatAm. Um líder regional no desenvolvimento e inovação em IA na América Latina.

Logo após o Brasil, Colômbia e México figuram com 6,64% de representatividade cada; o Chile ficou com 5,60% do total, a Argentina com 3,73%; e, por fim, Peru, Uruguai, Costa Rica e Equador juntos somam pouco mais de 3% do total.

Segundo Eduardo Fuentes, Head de Research do Distrito: 

“Esses números refletem um cenário promissor, mas que ainda necessita de maiores investimentos e iniciativas para fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico, indicando que ainda existe muito espaço para crescimento e consolidação desses mercados”.

CondoConta levanta mais R$ 72,3 milhões

Email image

Depois de receber, no início de outubro, R$ 30 milhões via EXT Capital, a CondoConta garantiu mais R$ 72,3 milhões para reforçar a operação.

O novo aporte foi realizado por SYN Proptech, Endeavor Scale-Up e Terracotta Ventures, além dos atuais investidores como Redpoint eVentures e Igah Ventures.

Segundo o fundador, Rodrigo Della Rocca:

“A gente entendeu que os condomínios não tinham um produto financeiro dedicado exclusivamente a eles, porque o condomínio até tem CNPJ, mas não é exatamente uma empresa. É o dinheiro de várias pessoas numa única conta. E isso, às vezes, dificultava, por exemplo, a tomada de crédito”.

A CondoConta se diz o "banco dos condomínios" e oferece uma conta com diversos serviços, como: transações e emissão de cotas condominiais mensais; prestação de contas em tempo real; automação de boletos e balanços; crédito para financiamentos; seguros; e antecipação da cota condominial.

O volume surpreende

A startup já transacionou mais de R$ 650 milhões e possui R$ 90 bilhões em gestão de patrimônio condominial. Com os aportes recentes, já liberou a primeira grande novidade: uma API pública e gratuita. A ideia é que a tecnologia do banco seja integrada aos sistemas de gestão das administradoras de condomínio, o que dará mais escala para o negócio. 

Com a novidade, pretendem alcançar R$ 1 bilhão de reais transacionados até metade do ano que vem. 

A aposta no crescimento do negócio está baseada em um dado: hoje o Brasil tem cerca de 500.000 condomínios, com aproximadamente 95 milhões de pessoas morando ou trabalhando neles. Desses 95 milhões, a fintech atende, hoje, 400.000. Ou seja, há muito espaço para crescer.

Mas Della Rocca entende que, para isso, precisa romper algumas barreiras:

“Estamos vivendo uma mudança que é benéfica para a CondoConta, até alguns anos atrás, o síndico era o senhor que estava aposentado e tinha mais tempo para cuidar do condomínio. Agora, acontece uma profissionalização. É um novo perfil, que vem com uma mudança de mentalidade”. 

Mesmo assim, o empresário entende que é uma missão da empresa educar o mercado e criar espaços para que mais condomínios virem clientes do banco. 

Compartilhar conteúdo

Informativa, inteligente, exponencial.

Selecionamos as principais notícias do mercado. Trazemos editoriais, análises, entrevistas e materiais educativos. Fazemos você embarcar nesse ecossistema que pode te trazer retornos inimagináveis.

O nosso e-mail chega na sua caixa de entrada toda sexta-feira, às 12h48.