CRI e CRA começam a ser distribuídos via plataforma de crowdfunding. Mais: Uma startup que quer revolucionar o aluguel e um negócio ambicioso de reciclagem.
Edição 113 | ||
CRI e CRA começam a ser distribuídos via plataforma de crowdfunding. | ||
Mais: Uma startup que quer revolucionar o aluguel e um negócio ambicioso de reciclagem. | ||
Desbloqueado: CRI e CRA ganham nova forma de distribuição | ||
A Captable, uma das principais plataformas de equity crowdfunding do Brasil, está expandindo seu foco de negócios para incluir a oferta de papéis securitizados de dívida, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). | ||
Nos últimos 30 dias, a plataforma distribuiu seus primeiros papéis imobiliários e está se preparando para lançar a primeira venda de títulos do agronegócio. | ||
Este novo segmento de mercado está mostrando um crescimento significativo. Neste ano, a captação em CRIs e CRAs já alcançou R$ 13 milhões, em comparação aos R$ 5,5 milhões captados em equity para startups. | ||
Democratização dos Investimentos | ||
A Captable surgiu com o objetivo de democratizar o investimento em startups, permitindo aportes a partir de R$ 1 mil por investidor. | ||
Com a entrada no mercado de CRIs e CRAs, o foco é viabilizar ofertas para projetos menores, tanto imobiliários quanto agrícolas, e não apenas atrair investidores pessoa física, que já têm acesso a esses papéis com tíquetes baixos. | ||
Dos cinco CRIs ofertados até agora, quatro foram direcionados a investidores institucionais e um à base de pessoa física da plataforma, com valores captados variando entre R$ 500 mil e R$ 5,3 milhões. | ||
Outros sete projetos estão no pipeline, totalizando uma estimativa de R$ 80 milhões, com o maior atingindo R$ 15 milhões. | ||
Por que o modelo faz sentido? | ||
"O mercado geralmente trabalha com CRIs acima de R$ 30 milhões, mas há uma demanda por projetos menores, especialmente de investidores institucionais, como family offices," explica Deitos. | ||
"Nós conseguimos viabilizar esses projetos com custos mais baixos, partindo de 3% do valor da operação." Em 2023, o mercado brasileiro emitiu quase R$ 50 bilhões em CRIs. | ||
A Captable conta com uma securitizadora própria para as emissões. O impulso para investir nesse mercado veio com a publicação do Ofício-Circular 6 pela Superintendência de Supervisão de Securitização da CVM em julho de 2023. | ||
Esta regulação passou a considerar ativos securitizados com patrimônio segregado como pequenas empresas, com faturamento de até R$ 40 milhões, similar ao de muitas startups. Interessados em distribuir um CRI, CRA ou outros papéis através da plataforma podem cadastrá-los nesse link. | ||
Alpop utiliza análise de crédito para democratizar aluguel | ||
A fintech Alpop abriu uma captação de R$ 1,2 milhão como parte de uma rodada de investimentos seed. | ||
Focada na análise de crédito de famílias de baixa renda que buscam alugar moradias, a Alpop está direcionada a pessoas sem histórico de crédito positivo e com rendas informais. | ||
Inovação na análise de crédito | ||
A Alpop utiliza um algoritmo de análise de risco para avaliar a capacidade de pagamento dos inquilinos, eliminando a necessidade de fiador ou caução, que são frequentemente barreiras significativas na assinatura de contratos de locação. | ||
Este modelo inovador tem como objetivo facilitar o acesso à moradia para uma parcela significativa da população que enfrenta dificuldades em alugar imóveis devido às exigências tradicionais do mercado imobiliário. | ||
Plano estratégico | ||
A rodada de investimentos faz parte do plano estratégico da Alpop, que inclui a expansão das parcerias com imobiliárias e o aprimoramento da tecnologia de análise de risco. | ||
Atualmente, a fintech conta com cerca de 300 imobiliárias parceiras e 4,3 mil contratos de aluguel ativos. Caio Belazzi, presidente da Alpop, expressou a ambição da empresa: "Nosso objetivo é triplicar o número de contratos ativos até o final de 2025, atingindo a marca de 13 mil". | ||
Além disso, a startup pretende ampliar sua rede de parcerias para 600 imobiliárias até o final de 2024, dobrando sua capacidade de atendimento. | ||
Um negócio gigante | ||
Em 2023, a Alpop alcançou uma receita bruta de R$ 3,5 milhões, representando um crescimento de 63% em relação ao ano anterior. A captação de recursos, conduzida pela Captable, visa apoiar este crescimento contínuo e permitir que a Alpop expanda suas operações de maneira significativa. | ||
A Alpop está posicionada para transformar o mercado de aluguel residencial para famílias de baixa renda através de sua inovadora abordagem de análise de crédito. | ||
Com o apoio financeiro via Captable, a fintech pretende não apenas aumentar sua base de contratos e parcerias, mas também contribuir para a democratização do acesso à moradia no Brasil. | ||
Como a Recicli está construindo um negócio de R$ 750 milhões/ano? | ||
O Brasil atualmente recicla pouco mais de 3% de seus resíduos eletrônicos, e é de olho nesse potencial não aproveitado que a Recicli quer crescer. | ||
Com tecnologias proprietárias para o reaproveitamento desses materiais, a empresa tem metas ambiciosas de crescimento, mirando um futuro onde a receita anual pode atingir R$ 750 milhões. | ||
Fundada em 2017, a Recicli nasceu do desejo de seu CEO e cofundador, Flávio Pietrobon, de aplicar patentes desenvolvidas durante sua carreira acadêmica. | ||
Flávio, um pesquisador de longa data, viu na criação da empresa uma forma de escalar suas ideias de reciclagem, que na academia seria difícil implementar em larga escala. | ||
"Montar a Recicli foi a saída para fazer essas patentes saírem da prateleira e se tornarem soluções efetivas a serviço da sociedade", pontua Flávio. | ||
Tecnologia e processos | ||
Baseada em patentes próprias, a Recicli utiliza processos como a biolixiviação, que usa microrganismos para processar metais nobres (como ouro, prata, níquel, paládio, manganês, cobalto, ferro, magnésio e lítio) extraídos de resíduos industriais. | ||
Esses metais são então refinados e vendidos para serem reutilizados no início da cadeia produtiva. De uma tonelada de equipamentos eletrônicos, a empresa visa recuperar cerca de 50 quilos de metais nobres, gerando um valor total superior a R$ 116 mil por tonelada. | ||
Metas ambiciosas | ||
A empresa tem planos de dobrar sua capacidade produtiva a cada dois anos, com a meta de processar 4,5 mil toneladas por ano, o que poderia resultar em um faturamento de R$ 750 milhões anuais. | ||
"Crescemos 273% no ano passado, e para 2024 nossa expectativa é crescer 254%, atingindo R$ 1 milhão em receita. Até 2031, estimamos uma receita potencial acima de R$ 2 bilhões", revela Flávio. | ||
Expansão e captação | ||
Operando de forma bootstrapped até o ano passado, a Recicli fez sua primeira captação com um investimento-anjo. Agora, está realizando uma captação via crowdfunding na Captable, com um alvo de R$ 1,25 milhão. | ||
Flávio aponta que este aporte inicial é um passo para estabelecer a credibilidade da empresa no mercado e abrir caminho para futuras rodadas de financiamento mais substanciais. A empresa já está em negociações com quatro VCs interessados, cada um com investimentos na casa dos R$ 25 milhões. | ||
A empresa já trabalha com grandes empresas nacionais e internacionais dos setores siderúrgico, de energia e automobilístico. Um exemplo é a Stellantis, com quem a Recicli iniciou um projeto de reaproveitamento de baterias para carros elétricos, o que rendeu à empresa o Stellantis Venture Awards no ano passado. | ||
Com uma combinação de inovação tecnológica, expansão estratégica e diversificação de operações, a Recicli está posicionada para se tornar uma líder no setor de reciclagem de resíduos eletrônicos e outros materiais. A empresa não só está ajudando a resolver problemas ambientais críticos, mas também está criando um modelo de negócio sustentável e lucrativo. | ||
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