A rodada de US$ 640 milhões da Groq e o desafio para a Nvidia. Mais: A startup que recupera metais preciosos de resíduos eletrônicos e CVC da Braskem foca investimentos em deeptechs.
Edição 119 | ||
A rodada de US$ 640 milhões da Groq e o desafio para a Nvidia. | ||
Mais: A startup que recupera metais preciosos de resíduos eletrônicos e CVC da Braskem foca investimentos em deeptechs. | ||
Groq conquista nova rodada, valendo US$ 2,8 bilhões – um desafio para a Nvidia? | ||
A startup Groq está causando um impacto significativo no setor de tecnologia. A empresa anunciou uma captação de US$ 640 milhões em uma nova rodada de financiamento liderada pela Blackrock. | ||
Outros investidores de peso, como Neuberger Berman, Type One Ventures, Cisco, KDDI e Samsung Catalyst Fund, também participaram da rodada. | ||
Com esse novo aporte, a Groq acumula mais de US$ 1 bilhão em investimentos, valorizando a empresa em US$ 2,8 bilhões. | ||
Esta rodada representa um grande avanço para a Groq, que originalmente buscava US$ 300 milhões com uma avaliação um pouco inferior, de US$ 2,5 bilhões. | ||
Recentemente, investidores brasileiros tiveram a oportunidade de investir em um Pool através de uma parceria entre Captable e Bossa Invest, garantindo, indiretamente, participação na Groq! Em breve haverá uma nova oportunidade – saiba primeiro aqui. | ||
Chegada de reforços | ||
Além do aporte financeiro significativo, a Groq também anunciou a chegada de dois reforços importantes em sua equipe executiva. Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, servirá como consultor técnico para a startup. | ||
Stuart Pann, ex-chefe do negócio de foundry da Intel e ex-CIO da HP, se juntará à Groq como diretor de operações. | ||
A nomeação de LeCun é relevante, especialmente considerando os investimentos da Meta em seus próprios chips de IA, o que proporciona à Groq um aliado poderoso em um mercado altamente competitivo. | ||
Inovação tecnológica: o LPU | ||
A Groq, que emergiu do modo stealth em 2016, está desenvolvendo o que chama de LPU (unidade de processamento de linguagem) para inferência. | ||
A empresa afirma que suas LPUs podem executar modelos de IA generativa existentes, semelhantes em arquitetura aos ChatGPT e GPT-4 da OpenAI, com uma velocidade 10 vezes maior e com um décimo do consumo de energia. | ||
Este avanço tecnológico pode redefinir o mercado de chips de IA, colocando a Groq como um forte concorrente da Nvidia. | ||
Liderança visionária | ||
Jonathan Ross, CEO da Groq, é conhecido por ajudar a inventar a TPU (unidade de processamento tensorial), o chip acelerador de IA do Google usado para treinar e executar modelos. | ||
Ross cofundou a Groq com Douglas Wightman, um empreendedor e ex-engenheiro do laboratório X da Alphabet, empresa-mãe do Google, há quase uma década. Com essa experiência, a dupla está bem posicionada para levar a Groq a novos patamares no mercado de chips de IA. | ||
GroqCloud: a plataforma para desenvolvedores | ||
A Groq oferece uma plataforma de desenvolvimento baseada em LPU chamada GroqCloud, que disponibiliza modelos "abertos" como a família Llama 3.1 da Meta, Gemma do Google, Whisper da OpenAI e Mixtral da Mistral. | ||
Além disso, a GroqCloud possui uma API que permite aos clientes usar seus chips em instâncias na nuvem. Em julho, a GroqCloud já contava com mais de 356.000 desenvolvedores. | ||
Parte do novo financiamento será utilizado para expandir a capacidade da plataforma e adicionar novos modelos e recursos. | ||
Perspectivas futuras | ||
Com uma base sólida de desenvolvedores e apoio de grandes empresas, a Groq tem um futuro promissor. Segundo Stuart Pann, COO da Groq, mais de 75% das empresas da Fortune 100 estão representadas entre os desenvolvedores da plataforma GroqCloud. | ||
Este amplo alcance demonstra o potencial significativo de mercado que a Groq tem à sua frente. Com novos investimentos, tecnologia inovadora e uma equipe experiente, a startup está bem posicionada para desafiar gigantes como a Nvidia e liderar a próxima geração de chips de IA. | ||
Startup que extrai metais preciosos de lixo eletrônico capta R$ 1,04 milhão | ||
A startup Recicli, fundada em 2017 pelo pesquisador Flávio Pietrobon, busca transformar a reciclagem de equipamentos eletrônicos em um negócio rentável. | ||
Focada na economia circular, a empresa extrai matérias-primas valiosas como ouro, prata e cobre de lixo eletrônico. | ||
Depois de operar por bootstrap até agosto do ano passado, a Recicli decidiu buscar capital de investidores para expandir e modernizar sua linha de produção. | ||
Através da Captable, a empresa arrecadou R$ 1,043 milhão com a participação de 217 investidores. Esses recursos serão destinados à infraestrutura, aumento da capacidade operacional e desenvolvimento tecnológico, visando alcançar maior eficiência no pré-processamento dos materiais. | ||
Tecnologia e impacto ambiental | ||
A Recicli utiliza uma tecnologia própria baseada em biometalurgia, um método que não gera impactos negativos para o ambiente, como emissão de poluentes por processos químicos. | ||
“O que a gente faz é a separação e a recuperação dos metais nobres. O resíduo é triturado e, dentro do equipamento, conseguimos separar metais importantes”, explica Paulo Pietrobon, CPO e cofundador da startup. | ||
O que foi conquistado até aqui | ||
Nos últimos três anos, o processo de manufatura reversa da Recicli permitiu a destinação adequada de 30 toneladas de equipamentos eletrônicos, recuperando aproximadamente 50 kg de metais nobres por tonelada, o que gera cerca de R$ 116 mil por tonelada. | ||
Com uma tecnologia inteiramente patenteada, a empresa projeta um faturamento anual de R$ 61,5 milhões até 2028 e espera alcançar uma receita acima de R$ 2 bilhões até 2031. | ||
Novos projetos | ||
Além dos resíduos eletrônicos, a Recicli está mirando baterias de veículos elétricos, recuperando metais preciosos como lítio, cobalto e níquel. A empresa também planeja desenvolver uma metodologia para reciclar placas fotovoltaicas usadas em sistemas de energia solar. Para isso, uma nova captação está planejada para 2025, com a expectativa de conquistar cerca de R$ 20 milhões. | ||
Oxygea Ventures foca investimentos em deeptech e sustentabilidade | ||
A Oxygea Ventures, braço de corporate venture capital (CVC) e venture building (CVB) da Braskem, está mirando alto para o fim de 2024. Com o objetivo de fechar o ano com 10 empresas em seu portfólio, a Oxygea está focada em investimentos que variam de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões, podendo alcançar até US$ 15 milhões em algumas ocasiões. | ||
Esse movimento demonstra a crescente relevância da deep tech no mercado de venture capital, especialmente em áreas que promovem a descarbonização e a sustentabilidade. | ||
A estratégia | ||
Paulo Emediato, CMO da Oxygea, detalha a estratégia do fundo, que tem como principais teses a sustentabilidade e a transformação digital da indústria. | ||
A Oxygea busca investir em tecnologias que promovam a neutralidade de carbono, economia circular, energia renovável e novos materiais, além de apoiar a digitalização industrial por meio de soluções em Smart Factory, IoT, visão computacional, transição energética e mobilidade do futuro. | ||
A proposta é não apenas melhorar a eficiência das empresas, mas também capacitá-las para operar de forma mais sustentável. | ||
Investimentos estruturados | ||
Com US$ 150 milhões disponíveis para investimentos nos próximos cinco anos, a Oxygea alocou US$ 100 milhões para CVC e US$ 50 milhões para incubação e aceleração de startups. | ||
As startups em estágios mais maduros recebem os aportes do CVC, enquanto as empresas em fase inicial podem se beneficiar do Oxygea Labs, que em 2024 está preparado para investir até R$ 2 milhões nas empresas selecionadas. | ||
O fundo está consciente de que startups focadas em descarbonização exigem soluções deep tech complexas, o que demanda mais tempo e capital. | ||
Embora a Oxygea esteja empenhada em investir em deep tech, encontrar startups nesse segmento no Brasil continua sendo um desafio. Paulo Emediato reconhece que o mercado brasileiro tende a ser mais propenso a desenvolver soluções e serviços sobre tecnologias existentes, em vez de criar inovações tecnológicas de base. | ||
Por isso, o fundo tem se aproximado de centros de pesquisa e ecossistemas especializados, como o Hacktown em Santa Rita do Sapucaí, para identificar oportunidades e construir um pipeline robusto de investimentos. | ||
Exemplos de investimento | ||
Um dos investimentos mais recentes da Oxygea exemplifica bem sua estratégia. A empresa participou da série B da norte-americana AssetWatch, contribuindo com cerca de US$ 2 milhões em uma rodada de US$ 40 milhões liderada pela Wellington Management. | ||
A AssetWatch é uma startup de manutenção preditiva baseada em inteligência artificial, alinhada com a tese da Oxygea de transformar a indústria por meio de tecnologias avançadas e sustentáveis. | ||
A vocação da Oxygea para investir em deep tech está se consolidando, apesar dos desafios. A empresa está comprometida em explorar territórios estratégicos e menos atrativos para o capital de risco tradicional, mas que são cruciais para a transformação industrial e a descarbonização. | ||
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