É só o amor
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É só o amor

Eu esbarrei em uma letra do Renato Russo, sobre desesperanças e sorrisos enferrujados, não lembro ao certo agora o título. E confrontando as minhas desesperanças sobre a humanidade com aquela letra, eu acabei lembrando de outra música dele, de nome

Monalisa
4 min
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Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 1 Coríntios 13:1

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Eu nunca gostei de Legião Urbana, mas essa semana ouvindo um podcast, eu esbarrei em uma letra do Renato Russo, sobre desesperanças e sorrisos enferrujados, não lembro ao certo agora o título. E confrontando as minhas desesperanças sobre a humanidade com aquela letra, eu acabei lembrando de outra música dele, de nome Monte Castelo.

E você pode já tá aí pensando, nossa que Clichê!

Pode ser que sim, pode ser que não. Mas vamos ver se eu consigo, colocar em palavras parte do que pensei.

Antes um breve contexto:

A música Monte Castelo, é basicamente um pastiche, de dois textos clássicos: um trecho da primeira carta de São Paulo a igreja de Corinto (I co 13, mais especificamente) e outro o Soneto 11 de Luís Vaz de Camões.

E aí entra um detalhe que provavelmente, fez meu inconsciente recuperar essa canção essa semana, o título da música Monte Castelo. Entendedores da escrita de Renato Russo afirmam que o nome da canção é uma alusão a Batalha de Monte Castello, um confronto entre as tropas aliadas e o exército alemão, que contou com a participação da FEB (Forças expedicionárias brasileiras), que depois de alguns confrontos derrotou os alemães ( e fico achando que se a gente entendesse um pouco mais de história, não sofreria tanto com 7x1).

Eu não vou fazer uma análise da música, mas estas referências são importantes para você entender os meus devaneios na semana que passou.

Tenho tido a constante sensação de estar vivendo em meio a uma guerra, ao abrirmos o jornal, as redes sociais é tiro, bomba, confusão de um lado para o outro. Ao olhar para a história temos a exata noção que algumas lutas foram fundamentais para melhoria e avanço da sociedade em tempos diferentes, mas a guerra sempre foi e é uma agressão para todos; porque sobram feridos, mutilados e mortos para todos os lados.

Acho que de tempos em tempos é bom lembrar.

Porque no furor da batalha de armas em punho, cólera nos olhos, sangue fervendo podemos esquecer da nossa humanidade, meu país, meu brasão, minha luta. E nós nos transformamos em guerreiros desumanos, sem coração e cegos na ausência de luz do conflito.

A guerra nos abraça com seu calor e escuridão. Na cegueira do embate, com todas as armas nas mãos e na fúria de ser o vencedor. Não é possível sentir os respingos do sangue dos oponentes sobre a pele e roupas.

Na guerra todos mancham as mãos, inevitavelmente, mas o problema tá sempre do outro lado.

E é por isso que a carta de São Paulo, aos coríntios grita:

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

Tanto Paulo como Camões definem o amor. O primeiro disse que o amor - não planeja o mal, não se alegra com a injustiça, mas com a verdade - já o português afirmou:

É um não querer mais que bem querer;é um andar solitário entre a gente;é nunca contentar-se de contente;é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;é servir a quem vence, o vencedor;é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor

Corremos atrás do amor, brigamos por amor, supostamente morremos de e por amor e não sabemos o que é o amor. O amor do qual esses textos falam, nós no nosso tempo não sabemos mais o que é, e nunca experimentamos (desculpa te incluir).

Eu sei que citar Jesus é old fashioned, eu sei! Mas eu já tô sendo clichê falando de amor, então não custa jogar ao vento este lembrete para a hora do fogo cruzado.

Ame o seu próximo como a si mesmo.

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Para depois na vida:

Monte Castelo - Legião Urbana

Soneto 11 - Luís Vaz de Camões

Carta de São Paulo aos Coríntios - Capítulo 13

Pra lembrar o que Jesus mandou fazer