Eu esbarrei em uma letra do Renato Russo, sobre desesperanças e sorrisos enferrujados, não lembro ao certo agora o título. E confrontando as minhas desesperanças sobre a humanidade com aquela letra, eu acabei lembrando de outra música dele, de nome
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 1 Coríntios 13:1 | ||
Eu nunca gostei de Legião Urbana, mas essa semana ouvindo um podcast, eu esbarrei em uma letra do Renato Russo, sobre desesperanças e sorrisos enferrujados, não lembro ao certo agora o título. E confrontando as minhas desesperanças sobre a humanidade com aquela letra, eu acabei lembrando de outra música dele, de nome Monte Castelo. | ||
E você pode já tá aí pensando, nossa que Clichê! | ||
Pode ser que sim, pode ser que não. Mas vamos ver se eu consigo, colocar em palavras parte do que pensei. | ||
Antes um breve contexto: | ||
A música Monte Castelo, é basicamente um pastiche, de dois textos clássicos: um trecho da primeira carta de São Paulo a igreja de Corinto (I co 13, mais especificamente) e outro o Soneto 11 de Luís Vaz de Camões. | ||
E aí entra um detalhe que provavelmente, fez meu inconsciente recuperar essa canção essa semana, o título da música Monte Castelo. Entendedores da escrita de Renato Russo afirmam que o nome da canção é uma alusão a Batalha de Monte Castello, um confronto entre as tropas aliadas e o exército alemão, que contou com a participação da FEB (Forças expedicionárias brasileiras), que depois de alguns confrontos derrotou os alemães ( e fico achando que se a gente entendesse um pouco mais de história, não sofreria tanto com 7x1). | ||
Eu não vou fazer uma análise da música, mas estas referências são importantes para você entender os meus devaneios na semana que passou. | ||
Tenho tido a constante sensação de estar vivendo em meio a uma guerra, ao abrirmos o jornal, as redes sociais é tiro, bomba, confusão de um lado para o outro. Ao olhar para a história temos a exata noção que algumas lutas foram fundamentais para melhoria e avanço da sociedade em tempos diferentes, mas a guerra sempre foi e é uma agressão para todos; porque sobram feridos, mutilados e mortos para todos os lados. | ||
Acho que de tempos em tempos é bom lembrar. | ||
Porque no furor da batalha de armas em punho, cólera nos olhos, sangue fervendo podemos esquecer da nossa humanidade, meu país, meu brasão, minha luta. E nós nos transformamos em guerreiros desumanos, sem coração e cegos na ausência de luz do conflito. | ||
A guerra nos abraça com seu calor e escuridão. Na cegueira do embate, com todas as armas nas mãos e na fúria de ser o vencedor. Não é possível sentir os respingos do sangue dos oponentes sobre a pele e roupas. | ||
Na guerra todos mancham as mãos, inevitavelmente, mas o problema tá sempre do outro lado. | ||
E é por isso que a carta de São Paulo, aos coríntios grita: | ||
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. | ||
Tanto Paulo como Camões definem o amor. O primeiro disse que o amor - não planeja o mal, não se alegra com a injustiça, mas com a verdade - já o português afirmou: | ||
É um não querer mais que bem querer;é um andar solitário entre a gente;é nunca contentar-se de contente;é um cuidar que ganha em se perder. | ||
Corremos atrás do amor, brigamos por amor, supostamente morremos de e por amor e não sabemos o que é o amor. O amor do qual esses textos falam, nós no nosso tempo não sabemos mais o que é, e nunca experimentamos (desculpa te incluir). | ||
Eu sei que citar Jesus é old fashioned, eu sei! Mas eu já tô sendo clichê falando de amor, então não custa jogar ao vento este lembrete para a hora do fogo cruzado. | ||
Ame o seu próximo como a si mesmo. | ||
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Para depois na vida: | ||