▲ Housi | Como essa startup de Assinatura de imóveis saiu do zero para gerir R$10bi em propriedades
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▲ Housi | Como essa startup de Assinatura de imóveis saiu do zero para gerir R$10bi em propriedades

Olá amigos! Sejam muito bem-vindos a mais um estudo de caso AD10. Hoje vamos falar da Housi, uma empresa que está revolucionando o cenário imobiliário brasileiro com um modelo de assinatura. É uma história maneira de contar.

Claudio Ginglass
8 min
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Olá amigos! Sejam muito bem-vindos a mais um estudo de caso AD10. Hoje vamos falar da Housi, uma empresa que está revolucionando o cenário imobiliário brasileiro com um modelo de assinatura. É uma história maneira de contar.

Semana passada foi feriado e portanto não tivemos edição, mas para quem já acompanha nossas terças, sabe que aqui a intenção é a gente colaborar virtualmente. Se você ainda não está recebendo a newsletter, clica aí no botaozão abaixo e de preferência compartilhe com um amigão gente boa que vai ter interesse no tema 😂

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Antes de começar, vou compartilhar com vocês algo sobre investimentos no mercado imobiliário. É bizarro como o setor imobiliário brasileiro está absurdo no ponto de vista de investimentos em tecnologia.

Pegando carona no cenário imobiliário

A gente já falou aqui de empresas como a Quinto Andar, Loft e EmCasa, e a cada estudo mais aprofundado que faço, vejo como o Brasil (para não falar LATAM em geral) está oportunidades IMENSAS para proptechs e empresas do setor imobiliário. Olhem esses números:

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Esses são números de aportes (e valuations de algumas) das empresas do setor em 2021. Não tem como não ver com bons olhos para os próximos anos, e cobriremos todas essas empresas aqui. Eu particularmente vejo que teremos grandes transformações e tenho estado muito atento a um ramo em específico que é o de marketing imobiliário, mas que falaremos isso em outra oportunidade.

Contextualizando a Empresa

Estudando aqui o caso da Housi, consegui algumas informações interessantes. Ela nasceu com o "propósito de reinventar o jeito de viver em sociedade". Auto-intitulada plataforma de moradia on demand, ela é totalmente digital e prega a desburocratização do processo de intermediação imobiliária, com a premissa da liberdade de morar pelo tempo que quiser com a facilidade de um clique.

Fundada em 2019 por Alexandre Lafer, que já tem bagagem forte no setor, tendo sido CEO do grupo Vitacon e Vice-presidente do SECOVI SP, a Housi traz uma visão disruptiva do mercado imobiliário, integrando serviços e proporcionando experiências e vivência em comunidade. A empresa oferece locação de apartamentos de forma profissional sem tempo pré-determinado para a moradia, ou seja, totalmente flexível.

Alexandre Lafer, CEO com experiência no mercado
Alexandre Lafer, CEO com experiência no mercado

Para os investidores imobiliários, a Housi é uma alternativa ao modelo tradicional de gestão de locação, pois oferece uma administração patrimonial mais eficiente, proporcionando rentabilidade até 50% superior aos modelos tradicionais, com segurança e transparência.

O sistema da Housi conta com um algoritmo de distribuição que permite uma otimização de anúncios e precificação inteligente, com tarifa flutuante. O resultado é uma rentabilidade que pode atingir 50% a mais que locações tradicionais.

Para rentabilizar o imóvel e facilitar a gestão da locação, a Housi disponibiliza uma plataforma totalmente digital que conta com um dashboard interativo e uma área exclusiva para membros com conteúdo privado.

Além disso, o proprietário/investidor pode usufruir de descontos em qualquer Housi e ter acesso à rede de parceiros e aos eventos organizados pela plataforma em todo o Brasil. A Housi sai um pouco do comum no que apresenta ao cliente. Ela oferece uma série de serviços parceiros através do Housi Club, um programa de parcerias que permite o cliente utilizar serviços como Netflix, HBO Go, Uber Eats, Ifood entre outros com desconto.

Acho interessante a visão da empresa de gerar valor para os clientes, acredito nisso como um excelente diferencial.

As primeiras vendas: Aprendendo com outros negócios

Vamos focar aqui no que importa para nosso estudo de caso, que é o início. Não adianta abordar algo pela ótica do sucesso se o que para nós o que importa é justamente o caminho para fazer algo acontecer. 

Nesse aspecto, vale um comentário aqui como não é tão fácil achar informações sinceras sobre o início de negócios aqui no Brasil, apenas porque existe ainda uma barreira de as pessoas quererem sempre se mostrar vitoriosas ou quererem vender consultorias sobre o processo, sem saberem que o que mais conecta o público com sua autoridade é justamente a proximidade dela com as histórias de vida de quem narra. Mas bem, isso é algo que ainda vai demorar a mudar por aqui.

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A partir das informações que colhi, pude perceber que a ideia da Housi foi baseada na observação do que já acontece em outros países como tendência. Tem se tornado cada vez mais comum, principalmente em países europeus, aonde o metro quadrado é supervalorizado, a ideia de moradias por assinatura. Alexandre, que por já estar inserido no mercado, viu isso como uma oportunidade a partir de sua construtora e incorporadora, o que certamente permitiu criar canais para testar esse modelo.

CONCLUSÃO 01: Antecipe a validação da sua ideia. Tentar descobrir se ela faz sentido é o primeiro passo para não perder tempo com ideias que possam te levar ao orgulho de ser o criador. Se você tiver condições, utilize sua expertise para tentar engatar algo no mercado que tenha valor para potenciais clientes (como vimos em outros estudos de caso aqui)

O modelo das flagships

Colhendo alguns imóveis inicialmente nesse formato, acredito que o impulso inicial de fato tenha sido dado através da base de clientes da Vitacon, o que seria algo natural de se fazer. No entanto, como convencer pessoas a adotar um modelo ainda pouco difundido aqui?

É aí que entra uma estratégia útil que consegui identificar. Uma vez provado que o modelo de assinatura fazia sentido, a Housi começou com a ideia de implementar "Flagships", pegando propriedades de sua base e dando um destaque no sentido de divulgação dos apartamentos, com serviços e decoração incríveis. A intenção, pelo que pude ver, foi dar atenção a espaços que estimulassem o desejo de clientes e os tornassem ainda mais desejáveis.

Um exemplo foi fazer uma parceria com uma página famosa do instagram para decorar um apartamento de acordo com o "lifestyle" da página. Na flagship de São Paulo, convidaram a página @perrengue_chique para ser a inspiração de um dos apartamentos. A página, que tem como símbolo um flamingo, ganhou homenagem nas paredes e varanda. Assim, o cliente que contratasse aquele apartamento teria uma experiência única.

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Isso catapultou a imagem da empresa, que passou a ter bastante visibilidade e atrair interessados. A partir dessa ideia, criaram flagships em outros lugares, o que foi cada vez mais encorpando a ideia de o modelo de assinatura ser algo tangível e agradável para o cidadão comum.

CONCLUSÃO 02: Oferecer algo que brilhe aos olhos do cliente nunca vai ser uma opção ruim. No caso da Housi, por já ter iniciado com uma equipe experiente (e por ser um spin-off de uma construtora, com grana também!), o caminho pode até ter sido facilitado. Mas isso não quer dizer que não tiveram que pensar fora da caixa para conseguir ter impacto em relação a um modelo novo, o que não é tão fácil assim de implementar.

Potencializando os benefícios aos clientes

Atualmente a empresa já conseguiu entender um modelo vencedor que combine uma experiência incrível com seus negócios imobiliários. A ideia das flagships fez sucesso e expandiu-se para outras cidades, como Curitiba e Goiânia. Atualmente a empresa também já conta com 16 cidades no portfólio e mais de 40 parceiros.

 Além disso, criou serviços de valor agregado. Por exemplo, ao disponibilizar o imóvel, o proprietário pode contar com a Housi Decor, consultoria especializada que avalia se o imóvel está no padrão sugerido pela Housi ou se é necessário decorar e mobiliar o apartamento para garantir ainda mais eficiência na locação. Um imóvel no contra piso pode ser reformado com um investimento de 15 a 35 mil reais. A plataforma oferece também vistoria semanal, limpeza e manutenção das unidades.  

Na plataforma, o preço do aluguel dos apartamentos disponíveis variam entre R$ 100 e R$ 300 reais por noite e R$ 2.500 e R$ 6.500 por mês.


Acho fundamental para quem se interessa pelo mercado imobiliário saber de estratégias de crescimento também. Mas nada é tão importante quanto o início, uma vez que a maioria das pessoas tem dificuldade justamente em cosntruir um processo que seja vitorioso para conseguir replicar.

Histórias como essa são boas para servir como inspiração. Vale considerar que muitos de nós não terão condições de iniciar um negócio que seja capital intensivo, mas que no mínimo conseguirão pensar em algo que não demande tanto tempo e recursos para que consiga promover as primeiras vendas. A partir delas, portanto, será possível mensurar se o negócio conseguirá tração ou não.

Espero que tenham gostado de mais essa edição! Tenho visto como proptechs têm um apelo bom por aqui e pretendo desenvolver mais estudos de caso em cima dessas e outras empresas do setor. Siga o canal ou acesse antesdas10.com.br e receba no seu inbox a próxima edição!

Abraços e até a próxima!

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