por Deivis Chiodini | @deivischiodini
por Deivis Chiodini | @deivischiodini | ||
A final da conferência SEC foi fora do padrão em 2021. Nem tanto pelos times, já que foi a terceira vez nos últimos 4 anos que Alabama e Georgia se enfrentavam no jogo decisivo, mas sim pela situação: acostumada a estar garantida nos playoffs e ser considerada ampla favorita, Alabama não só era azarão por 7 pontos, como não podia sequer pensar em derrota. Por ter sido batida por Texas A&M, uma derrota deixaria o time comandando por Nick Saban fora dos playoffs. | ||
Para piorar, Georgia vinha imbatível em 2021. Além da invencibilidade, a defesa vinha com números assustadores: apenas 85 pontos sofridos, média de pouco mais que 7 por jogo. Durante a temporada regular, três vezes a equipe fez os adversários saírem de campo sem anotar nada. Só 3 oponentes marcaram mais de 10 pontos e mesmo assim, ninguém passou dos 17. E não dá para acusar o time de Kirby Smart de bater em galinhas-mortas: além de jogar na já citada SEC, foram 4 triunfos sobre equipes ranqueadas no top-25 da nação. | ||
O nascimento de uma estrela | ||
O que Georgia não contava é que veria sua fortaleza desmoronar justamente pelo nascimento de uma estrela em Alabama. Entendam, o quarterback Bryce Young vinha jogando bem a temporada toda, porém é num jogo dessa importância, com 78 mil torcedores torcendo para Georgia, que ele provou ser o que se esperava. Claro que a mão de Nick Saban sempre merece ser destacada: com um plano de jogo fora da curva, ele soube usar a agressividade da defesa dos Bulldogs contra ela: foram 138 jardas em passes que entre os números que a bola viajou entre 11 e 19 jardas aéreas, explorando as costas dos linebackers. | ||
Entretanto, nenhum plano seria efetivo sem um quarterback executando bem. E aí que Bryce Young surpreende: ele está apenas no seu segundo ano no college football, o primeiro como titular e mesmo assim seu processamento do jogo é muito rápido. Por diversas vezes ele identificou as rotações da secundária e soltou a bola rápido, tornando o pass rush inefetivo. Mesmo quando pressionado, Young manteve a compostura e soube lidar bem com os defensores no seu cangote. Resultado: 412 jardas e 3 touchdowns, para levar os Crimson Tide para os playoffs. | ||
É o seguimento de uma linhagem | ||
Jalen Hurts, Tua Tagovailoa, Mac Jones: sabe o que todos eles têm em comum, além de serem quarterbacks titulares na NFL hoje em dia? São os 3 antecessores de Young em Alabama. Apesar da responsabilidade que isso causa, dá para dizer sem medo que Bryce é uma evolução em relação a todos eles. É como se Saban tivesse conseguido juntar a melhor característica de cada um dos citados e colocado no camisa 9. Tudo isso com suporte de elite ao seu redor. | ||
Apesar de não usar tanto as pernas como Hurts, Young sabe ganhar jardas por terra quando precisa, como visto no touchdown de 11 jardas correndo contra Georgia. De Tua, a capacidade de manipular o pocket impressiona, deslizando dentro do bolsão. Já de Mac Jones, a boa tomada de decisão é o que agrada, sempre entendendo o que a defesa adversária está fazendo e reagindo rápido. É um Megazord de Saban. | ||
Young só estará disponível para o Draft de 2023. Se as expectativas se confirmarem, não será espanto algum ele ser o primeiro nome chamado pelo comissário e os torcedores da equipe que o selecionar vibrando muito. Nasceu uma estrela e isso não acontece todo dia. | ||
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