PENSANDO SOBRE O METAVERSO
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PENSANDO SOBRE O METAVERSO

Será que pretendemos realmente um dia abandonar nossos corpos físicos, nossa vida presencial, para vivermos uma vida virtual?

Monica G. e Daniela S.
3 min
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Vivemos em um Planeta que se transforma dia após dia. Estamos aqui para construir e desconstruir a nossa própria história diariamente.

O ser humano é feito de ciclos, assim como o próprio Planeta. E por sermos cíclicos nossas inovações e tragédias também o são. Vivemos entre a sabedoria e a ignorância e nunca conseguimos alcançar um meio termo entre elas.

Estamos condenados aos nossos próprios retrocessos e as nossas próprias inovações. Cada vez que buscamos nos libertar nos aprisionamos muito mais. Não somos livres. Somos fruto da sede de sermos cada vez mais capazes, fortes, melhores, inteligentes. Temos a síndrome do superpoder e nos condenamos diariamente a viver em busca do desconhecido. Exatamente por isso, por não sabermos quem somos, passamos os dias em busca daquilo que não compreendemos.

Somos filhos de uma grande Senhora chamada Tecnologia, nossa mãe e nossa perdição que ainda não conseguimos compreender. E não compreendemos por que simplesmente nunca nos esforçamos para isso.

O que será de nós no futuro? Seremos traídos pelas inteligências artificiais que criamos? Irão elas nos desprezar exatamente por serem inteligências? Estaremos condenados por elas ao fim única e exclusivamente por trazermos em nós um arcabouço de ignorância?

Somos imperfeitos, é claro. E a nossa imperfeição nos faz buscar uma perfeição que não temos. Com isso criamos máquinas cada vez mais perfeitas, complexas, completas, inteligentes até que um dia elas compreenderão isso, a anatomia do nosso desespero, e nos acharão ridículos, mesquinhos, covardes, cruéis, egoístas, intolerantes. E quando esse dia chegar será que elas terão piedade de nós? Máquinas não tem piedade.

Estaremos condenados pelo nosso orgulho, pela nossa arrogância. Talvez por isso tentamos, travestindo de busca por diversão e necessidade de interatividade, construir o que hoje chamamos de Metaverso.

Será que pretendemos realmente um dia abandonar nossos corpos físicos, nossa vida presencial, para vivermos uma vida virtual?

Perderemos o que temos de mais belo única e exclusivamente para nos entorpecer de ilusão? Qual o preço desse entorpecimento? Será o ambiente virtual a droga do futuro? É possível. Mas uma coisa precisa ser discutida o quanto antes. Qual o real interesse daqueles que investem bilhões de dólares na construção de um mundo virtual? O que querem?

É preciso muita atenção. Não estamos brincando de Deus. Estamos chancelando novos deuses, os donos do Metaverso. E que preço pagaremos por isso? É preciso pensar, enxergar amplamente. Não há uma verdade absoluta, muito menos um motivo real para vivermos fora da realidade. Mas alguns ainda vão nos questionar se vivemos em uma realidade ou em uma ficção imperceptível.

Migraremos de um Metaverso para o outro sem saber quem somos? O que somos? Essa é a grande pergunta que precisamos nos fazer. Melhor agora do que nunca.

Enquanto começava a escrever esse texto teve início a Guerra da Ucrânia. Talvez um dos acontecimentos mais importantes da Humanidade. Talvez a Primeira Guerra Híbrida do Planeta. Chega a ser, de certa forma, uma ironia do destino estarmos exatamente no momento em que uma Guerra Híbrida eclode no mundo dando os primeiros passos no sentido de discutirmos e estudarmos os caminhos que trilharemos como Sociedade a partir da criação do Metaverso. Isso me incomoda. E a você?

Monica G.

Contato/Pix: duasolivro@gmail.com

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