Como ser líder em um mundo descentralizado?

Toda terça-feira, às 21h, lançamos a nossa News -- ou metade dela. Isso porque, na terça, vamos abordar um assunto, e toda quinta-feira, no mesmo horário de sempre, vamos discutir sobre ele.  E não estarei sozinho! Na companhia de especialistas e embaixadores da Echoa, você vai encontrar uma news novinha em folha com a opinião de quem sabe.

E falando em diminutivo, eu te falei das rapidinhas? Então deixa eu te contar rapidinho: toda sexta-feira lançamos um short pra comentar o que mais rola na Creatorsfera. 

Tá bom pra vocês, creators? Epa, creators, vírgula!

Ser líder. Liderar. Ter liderança.

Recorrendo ao bom e velho dicionário, Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. Em um mundo analógico, um líder equivale a um grande expert em um assunto, o qual é capaz de sair à frente dos demais -- assumindo, assim, a liderança.

Mas o mundo já não é mais analógico -- é digital. Isso traz uma nova forma de entender a liderança: se, antes, um líder seria aquele que mais conhece sobre um assunto, hoje vive-se um mundo em que todos podem saber sobre tudo. Pensando em negócios, por exemplo, os clientes estão cada vez informados sobre produtos e serviços, de modo que líderes de empresas precisam conhecer mais os seus clientes que os próprios produtos em si. 

Isso é uma das formas que representam a Era da Imersão que estamos vivendo. Ainda pensando por uma lente de vendas, saber sobre o produto em si não é algo que o diferencie dos demais -- qualquer um pode saber. Um líder precisa gerar a conexão do cliente com o produto e, portanto, necessita de conhecer a fundo o seu público para construir laços poderosos.

Vivemos uma era em que todos tem acesso à informação, de modo que o maior diferencial que um líder pode trazer é a geração de conexão. 

Ao contrário da Web2, dominada por plataformas centralizadas, como Google e Apple, a Web3 usa blockchain, criptografia e NFT para tirar o poder das Big Techs e transferi-lo de volta para os indivíduos.

Já falamos em textos anteriores mas, de maneira geral, na Web3, os serviços que usamos não são hospedados por uma empresa provedora de serviços, conservando-se o princípio da neutralidade tecnológica, em que todos podem contribuir com um percentual do resultado final. Assim, fica a questão: como pensar liderança a partir da descentralização?

Essa questão é colocada porque, apesar de liderança estar relacionada a influência, ela também está atrelada a decisão, algo que na Web3 é horizontalizado, sem uma figura centralizadora que dê a cartada final. A forma como a liderança é exercida na Web3 desafia as estruturas hierárquicas e os modelos tradicionais de gestão, mostrando que essa revolução transformará muito mais do que apenas cultura e tecnologia.

Isso significa que a liderança acabou? Não, muito pelo contrário. Ela é tão importante para a Web3 quanto para qualquer outra coisa. Se a Web3 é marcada por ir além, as lideranças dela também precisam ir além. Numa era marcada por metaversos, precisamos de metalíderes.

Da mesma forma, se realmente queremos entender a Web3, devemos ir além da leitura de artigos e da participação de servidores no Discord -- é necessário entender os líderes da Web3, identificando suas características e compreendendo o seu sucesso dentro dessa nova era.

Morgan Beller, da NfX, entrevistou 100 Web3 Founders, mapeando as skills que via em comum entre eles. Assim, foram encontradas 5 habilidades inerentes ao perfil dos metalíderes:

• Systems Thinker: a web3 tem caráter descentralizado, o que significa que qualquer pessoa pode ter acesso seu código aberto de uma empresa, o que permite a identificação de brechas que comprometam a confiabilidade do seu negócio, por exemplo, Por isso, líderes de sucesso da Web3 são pensadores de sistemas, capazes de analisar informações de maneira macro, entendendo fluxos e processos, objetivando antever quaisquer tipos de rupturas em suas linhas de produção.

• Community Leader: a base da Web3 é a comunidade que ela forma. Nela, é fundamental estar próximo de quem compõe o seu público. Aqui, a relação com o público vai além da identificação: é preciso que os membros se conectem emocionalmente com o propósito do seu negócio -- afinal, é isso que mantém a Web3. Assim, os metalíderes precisam entender essa dinâmica, pensando sempre na experiência que proporcionam ao seu público e objetivando aprofundar esse relacionamento por meio da tecnologia e inovação. 

• Democratic: se não há centralização, a tomada de decisão é baseada no consenso. Esse é o pilar de uma democracia: quando a vontade geral representa o todo. Por isso, um metalíder precisa ser democrático, entendendo o que está em jogo e o que motiva os demais. Assim, será possível chegar-se a uma decisão. Para isso, é preciso escuta ativa e muito, muito jogo de cintura. 

• Pie Maker, Not Taker: não é apenas sobre delegar tarefas, é preciso pegar e fazer. Metalíderes são executores, pessoas práticas que fazem parte do ambiente em construção. Ao contrário de uma liderança tradicional, o metalíder precisa estar envolvido na construção do ambiente, alinhando todas as partes envolvidas para que o resultado seja o maior possível.

• Unlearner: tão importante quanto aprender, é desaprender. Estamos acostumados com um padrão de comportamento, e a grande inovação da Web3 é o quanto ela se desvincula da velha era. Assim, para um metalíder, é fundamental se desprender de ideias e conceitos passados. Esse movimento de abrir mão de determinadas posturas é a chave para vivenciar mudanças significativas e progressivas.

Sim, é possível ser líder em um mundo descentralizado. Não somente é possível como é necessário. Contudo, é preciso estar aberto às mudanças, e a adaptabilidade ao novo é fundamental. Você está preparado para ser um metalíder?

🧙🏻‍♀️ Sophia disse...

... que mindset não é um termo qualquer. Apesar de ter dado uma banalizada recente, o mindset é, de fato, muito relevante quando pensamos em adaptabilidade e novas competências.

Por isso, a indicação da Sophia's Library de hoje é essa: Mindset, da Carol Dweck.

Professora de psicologia na Universidade Stanford e especialista internacional em sucesso e motivação, Carol desenvolveu, ao longo de décadas de pesquisa, o conceito de mindset, que se trata de uma atitude mental com que encaramos a vida. Segundo Dweck, o mindset é crucial para o sucesso, de modo que a forma com a qual lidamos com nossos objetivos é a chave para conseguir alcança-los.

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