Trocando F por J
É, não tá fácil.
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É, não tá fácil. | ||
Nunca esteve, na verdade, mas sobretudo ultimamente, manter-se informado e atento às coisas que rolam se tornou uma tarefa quase impossível. E, não se engane: eu não tô falando dos desdobramentos da guerra na Ucrânia ou dos números atualizados da Covid-19. Eu falo de absolutamente tudo. | ||
Criar conteúdo é uma tarefa de percepção. Precisamos, sim, estar por dentro das tendências, do que move o público, e do que se discute. E o processo de estar a par de tudo pode ser (como é) muito pouco acolhedor. Um exemplo prático: Web3. esse conteúdo é novo para mim, tal qual para muitos de vocês. E a quantidade de materiais, fontes e estudos relativos a esse assunto é ensurdecedor. | ||
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Assim, às vésperas do feriado de Carnaval, me bateu um leve desespero: precisava viajar e, portanto, ficaria desconectado por pouco mais de 12 horas, o que corresponde a 720 minutos. Você tem ideia do que acontece em 1 minuto na internet? Um estudo da Data Never Sleeps revelou que, em sessenta segundos, | ||
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Agora multiplica isso tudo por 12. Seria mais ou menos essa quantidade de conteúdo que eu estaria perdendo. E não posso negar que a recência dos fatos me alarmou ao dobro. Você imaginaria o que é um estudante de Relações Internacionais por fora do que rola na Europa? Ou um redator desatualizado dos desdobramentos dos NFTs? Ou um Consultor Júnior desatualizado da reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados? | ||
A resposta é simples: seria apenas um ser humano normal. Mas o medo de ouvir aquele "você não sabia???" seguida da sensação de pequenez por estar por fora de algo é tão grande que a gente começa a gastar muito mais tempo online para estar por dentro de tudo. | ||
Mas, o problema disso é que, não importa o esforço que façamos, nunca saberemos tudo. E essa ansiedade informacional tem nome: fear of missing out, ou a famosa FoMO, que consiste no medo de estar perdendo alguma coisa, principalmente no mundo digital. E ainda tem uma variável importante nisso tudo: estar mais tempo online não significa que você estará mais consciente. | ||
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Percebi que meu tempo de tela quase dobrou desde o início do ano. A sensação que tenho não é de mais sabedoria; pelo contrário, sinto mais ansiedade a cada notificação que chega e mais tensão a cada minuto que passo checando as novidades constantemente. Sem falar na minha caixa de entrada do email, que verifico aproximadamente 40 vezes ao dia. | ||
Por isso, vamos organizar essa ansiedade digital? Não tô falando que vamos conseguir, mas queria compartilhar algumas atitudes que tem me ajudado muito a tornar meu tempo online mais produtivo (e meus momentos offline mais prazerosos). Então, | ||
- Organize de uma vez por todas o seu email. Um bom primeiro passo para isso é usar o Unroll.me,um gerenciador para sua caixa de entrada. Ele permite se descadastrar de diversas listas de recebimento com poucos cliques e notifica os usuários sempre que novos contatos indesejados aparecem. Eu tinha 176 inscrições, e agora apenas 16. Mudou demais! | ||
- Tem aquele parente chato que enche suas notificações? Silencia, arquiva, exclui. Sem dó! É difícil separar físico do digital, mas quando se trata de sossego, é um esforço válido. | ||
- Mantenha com som apenas grupos muito importantes. Meu celular está no modo silencioso desde que eu comprei, mas eu o programei para tocar apenas mensagens dos meus chefes, familiares importantes ou clientes estratégicos. No mais, eu tiro um momento para ler e responder, tudo junto. E, sempre vale aquele aviso: se for urgente, manda email, rs. | ||
- Separe um momento do seu dia para leituras e respostas de mensagens. Como falei no ponto anterior, mantenho ativas as notificações de um grupo muito seleto, além de permitir som de alguns poucos aplicativos. Para não ser aquele que demora 5 meses para responder, busco tirar um momento no meu dia -- sobretudo à noite -- para responder retroativamente. Além disso, sempre pela manhã busco checar os sites de notícia e dar uma olhada nas minhas newsletters preferidas. | ||
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Da FoMO já falamos, mas você conhece a JoMO? A sigla para joy of missing out é o contrário da anterior: significa o bem-estar em entender que não é sobre isso, mas tá tudo bem! Precisamos urgentemente normalizar o "nossa, não sabia!" e valorizar que o tempo em que isso estava acontecendo, você tava fazendo outra coisa muito mais interessante. | ||
A troca do F pelo J ocorre aos poucos, e são pequenos hábitos que auxiliam nessa. Assim, bora step-by-step -- pode até não ser sobre isso, mas tá tudo bem. :) | ||
📚 RONALDICAS | ||
3 horas da manhã, você não consegue pregar os olhos. Tá decidido: amanhã eu vou acordar cedo, malhar, fazer meu café, ler o jornal, ouvir um podcast, arrumar minha cama, me ajeitar e ir pro trabalho -- tudo antes das 8. Aquele surto de inspiração vem, e é tanta excitação para mudar sua vida de uma vez por todas que você decide nem dormir. | ||
Mas daí você acorda depois, às 11h, todo atrasado, cheio de mensagem de texto, completamente desnorteado e levemente frustrado. Então, você pensa: segunda-feira eu começo essa nova rotina. | ||
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O livro Hábitos Atômicos fala muito sobre esse lugar de querer agir significativamente e no fim não fazer nada. Para essa metanoia que buscamos, pequenos hábitos podem ser adotados no lugar dos maus, colaborando para a criação de um ambiente mais favorável para nossa própria saúde mental. Fica a dica! | ||
🏞️ O QUE MAIS ROLA NA CREATORSFERA... | ||
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