Diego Ribas: Bom? Para quem?
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Diego Ribas: Bom? Para quem?

Quando chegou ao Flamengo em 2016, Diego Ribas fez tremer o aeroporto internacional do Galeão no Rio de Janeiro. Não faltaram analistas e repórteres para vaticinar que a chegada do Atleta elevava o nível do time carioca, que entrava no segund...

Fernando Escobar
4 min
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Quando chegou ao Flamengo em 2016, Diego Ribas fez tremer o aeroporto internacional do Galeão no Rio de Janeiro. Não faltaram analistas e repórteres para vaticinar que a chegada do Atleta elevava o nível do time carioca, que entrava no segundo mandato de Eduardo Bandeira de Mello, com as finanças em boa situação, mas precisando de títulos em campo.

Diego pertence a uma geração "mágica" do Santos que não teve o sucesso estrondoso que dela se esperava. Um time que tinha craques como o goleiro Fábio Costa, o lateral Léo,  o meia Elano e o atacante Robinho, grande promessa que não se realizou tendo passado por clubes poderosos como Milan e Real Madrid.

Sobre a trajetória europeia de Diego, quero destacar, dentre alguns títulos e boas passagens, justamente um momento ruim. Diego Ribas foi afastado no Wolfsburg por indisciplina, após faltar a um treino por, adivinhe: não aceitar a reserva. 

Recentemente, o jornalista Mauro Cezar Pereira reforçou um comentário recorrente de que Ribas tem um excelente media training, ele sabe o que dizer e como dizer, em frente às câmeras, sem suar uma gota. Eu mesmo fiquei encantado por uma de suas entrevistas quando, após sofrer ameaças da idiotas que se dizem torcedores do Flamengo, Diego disse (mais ou menos): Se eu precisar viver com seguranças à minha volta e da minha família, eu viverei, para jogar neste clube.

Com essa habilidade diante das câmeras e boa desenvoltura no discurso, Diego se transformou no capitão do Flamengo. Para mim, contudo, Diego, ancorado em seu media training nunca vestiu propriamente a camisa do clube. Não demonstrava a raça que a torcida exigia em campo, sua linguagem corporal, reforço, para mim, sempre contradisse o belo discurso.

Em 2017, o Flamengo trouxe outra estrela para o elenco: Everton Ribeiro. A divisão do protagonismo (de novo, minha visão) não agradou a Diego Ribas que, se forem revistos os vídeos dos jogos, não passava a bola para o companheiro. No ano mágico de 2019, em uma entrevista para o Globo Esporte com cinco integrantes do time campeão da Libertadores e campeão brasileiro, todos estavam com camisa do Flamengo, exceto um jogador. Preciso dizer qual?

Como eu disse no último texto, para mim, Diego tentou fritar Jorge Jesus ao dar uma cavadinha no primeiro pênalti da disputa que eliminou o Flamengo da Copa do Brasil de 2019. Depois dele, mais dois ou três pênaltis foram batidos de forma extremamente displicente. 

Assim, chego a conclusão de que Diego fez (e faz) mais mal do que bem ao Flamengo.  A despeito do bom jogo na final da Libertadores, com o passe para o gol do título (que muitos dizem ter sido "um chutão") e do razoável campeonato que fez em 2020, quando Rogério Ceni encaixou todos os "medalhões" do time e ganhou o título a duras penas. Para mim, inclusive, o ano mágico não teria acontecido (e Jorge Jesus disse isso muito "de passagem") se não houvesse ocorrido a terrível fratura de tornozelo, no jogo contra o Emelec, que deixou Diego afastado do grupo por três meses. 

Eu conversava com um amigo botafoguense que, num lampejo, falou: "Talvez ele se encaixasse no Botafogo". Eu acho que não, Diego Ribas é, hoje, para mim (!), o destruidor de contra ataques, não tem objetividade e tudo o que consegue em campo é andar de um lado para o outro com a bola, esperando ser tocado para cair e pedir falta. Muito pouco para quem já foi uma grande promessa do futebol brasileiro. 

Diego precisa ir, urgentemente, que vá ser feliz em outro clube ou que saiba a hora de parar com seus 37 anos, no Flamengo, não dá. O Flamengo perdeu a chance quando o atleta invadiu uma entrevista, nas dependências do clube, autorizada pelo clube, com membros da comunicação do clube, com o staff de um colega (Tiago Maia), para gravar um vídeo, fazendo acusações ao jornalista que, uniformizado, representando uma empresa de TV, fazia seu trabalho. Ali, como disse Mauro Cezar (no link que pus acima), era um ótimo momento para o Flamengo dizer: Olha, nós não podemos tolerar esse tipo de comportamento ofensivo e moleque dentro do clube, obrigado por tudo e tchau! Ao contrário, ele ainda veste a braçadeira de capitão da equipe, mesmo quando entra no meio do jogo.

Antes de encerrar, preciso deixar claro que não tenho absolutamente qualquer coisa para falar do "homem" Diego Ribas, não o conheço como pai, como esposo, talvez seja até um bom colega de chope, o que falo aqui, são minhas impressões do seu comportamento como atleta do Clube de Regatas Flamengo.

Fique bem.