tudo o que me disseram esse livro era verdade! e como boa escritora, segue um delicioso fio de análise dessa história do ponto de vista estrutural e narrativo :)
tudo o que me disseram esse livro era verdade! e como boa escritora, segue um delicioso fio de análise dessa história do ponto de vista estrutural e narrativo | ||
1. a história começa boa, no mínimo intrigante, fazendo com que a gente fique curioso sobre que mundo é esse e em que ano estamos, mas a autora demora um pouquinho para chegar lá | ||
2. no segundo capítulo, percebemos que se trata de uma distopia e até aí, tudo bem, ficamos ainda mais curiosos, até que | ||
3. no quinto capítulo, vem o ditado: daí pra frente é só para trás: a narrativa se torna extremamente óbvia e os comportamentos da protagonista, Mare, já não faz mais nenhum sentido | ||
- acontece uma grande movimentação em relação ao grupo revolucionário do livro, a Guarda Escarlate, e a Mare fica extremamente preocupada, como se ela estivesse super envolvidada... na real, ela nem sabe de nada e trocou duas palavras com alguém que é de lá de dentro, a Farley | ||
- Mare conhece Cal porque se esbarraram e ela se abre para ele, contando toda a sua vida e chorando as pitangas para um desconhecido... não parecia ser algo que ela faria, mas dá pra aceitar já que está se sentindo muito mal pelo que aconteceu com a irmã | ||
- e aí, de repente, serventes do palácio a intimam para que ela trabalhe no castelo... entendemos que foi Cal quem a indicou para aquele cargo e as pecinhas começam a se encaixar | ||
ok, e por que esses pontos que citei são um problema? | ||
porque tudo que aconteceu antes da personagem se esbarrar com Cal não muda a vida dela, o que muda é o acaso, é o fato dela ter se esbarrado com o PRINCÍPE (!!!), numa cena que achei incrivelmente aleatória, aliás | ||
[acabam de destruir todas as chances da irmã dela ser bem-sucedida, Mare se sente mal e vai roubar? ok, vamos fingir que é aceitável] | ||
claro que no futuro o fato dela conhecer a Farley vai impactar no enredo, mas a grande reviravolta da vida da personagem não foi decidida pela parte mais importante da história, que é a revolução da Guarda, mas porque ela se esbarrou em um moreno misterioso e chorou pra ele (sério, gente, não dá!) | ||
e o que eu faria de diferente se escrevesse A Rainha Vermelha? | ||
1. aprofundaria a relação entre Mare e Farley para que a protagonista tivesse um motivo real para se preocupar em conhecer alguém envolvida na Guarda Escarlate | ||
2. colocaria o Cal envolvido com a Guarda Escarlate desde o início para que ele a chamasse para trabalhar no castelo por conta da Guarda, para protegê-la, ou qualquer outro motivo, e não porque ele teve pena dela ou a achou bonita | ||
isso seria o suficiente para recalibrar esses primeiros capítulos e eu, com certeza, ficaria intrigada com o restante da história, mas parece que essa será uma leitura abandonada... | ||
ah, não vou nem comentar as semelhanças na estrutura narrativa entre A Rainha Vermelha e A Seleção, tá? de fato, são histórias diferentes, com estruturas idênticas... | ||
e é por isso que você não deve ler A Rainha Vermelha :) | ||
você já leu, irmã? o que achou? | ||
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