Como prometido, aqui vem a nossa newsletter sobre Dener Pamplona, o pioneiro da moda de luxo brasileira.
Como prometido, aqui vem a nossa newsletter sobre Dener Pamplona, o pioneiro da moda de luxo brasileira. | ||
Dener Pamplona | ||
Nascido em 1936, no arquipélago do Marajó, Dener Pamplona de Abreu cresceu no Rio de Janeiro, onde, desde criança, já desenhava vestidos que via em revistas. No entanto, o seu primeiro contato expressivo com o mundo da moda se deu em 1948, quando teve a oportunidade de trabalhar na famosa boutique carioca "Casa Canadá". | ||
A proposta da loja era de importar o estilo francês e vestir a alta sociedade. Esse foi o cenário que Dener encontrou, o mundo da elite em que mulheres ricas de todo o país buscavam a Casa para se adequar às últimas tendências. Entretanto, coleções espelhadas nas produções francesas não eram bem o sonho dele: seu real desejo era fazer uma "moda à brasileira". | ||
Em 1957, aos 20 anos, abriu seu próprio ateliê em São Paulo, na praça da República, intitulado "Dener Alta Costura". A partir daí, suas criações o garantiram uma condecoração do, na época, Ministério da Cultura, a "Ordem do Mérito Cultural". Suas obras ficaram tão famosas que, no ano seguinte, transferiu sua sede para Av. Paulista e, posteriormente, em 68, inaugurou a primeira grife nacional: a "Dener Difusão Industrial de Moda". | ||
Em 1965, casou-se com Maria Stella Splendore, de apenas 16 anos. O casamento foi um show: uma multidão se aglomerou em frente à Igreja, atrapalhando até o sermão do padre pelo microfone. Em 66, nasceu o primogênito Frederico. Em 67, veio a filha Maria Leopoldina e nos anos seguintes, em 1969, o divórcio do casal foi assinado. Seis anos depois, já tinha sua segunda esposa: Vera Helena, sua cliente, amiga e conterrânea. | ||
No início dos anos 70, deu início à carreira na televisão na TV Tupi, no programa do Flavio Cavalcanti, onde determinava o que era "lixo" e o que era "luxo". Em uma sequência de conquistas, Dener foi o primeiro costureiro a vestir uma primeira-dama, Maria Teresa Goulart, de quem se tornou amigo íntimo. | ||
Com seu nome consolidado e mundialmente conhecido como o maior designer brasileiro de luxo, ele e o também famoso estilista da época, Clodovil Hernandes, desenvolveram uma rixa midiática- sobre a qual já falamos na newsletter de semana passada. Mas se engana quem pensa que essa foi a única excentricidade da vida de Pamplona. | ||
Certa vez, para receber o milionário alemão Gunter Sachs, Dener decorou sua casa no Pacaembu com cores brasileiras, vestiu as copeiras com roupas de baiana e, sobre cada mesa, colocou uma gaiola com "pássaros exóticos". Na verdade, como não os encontrou, comprou pombas e resolveu pintá-las. Só que no meio da festa as aves morreram, intoxicadas pela tinta em suas penas. Entretanto, graças à decoração, os convidados não perceberam o desastre. | ||
E calma que tem mais, suas camisas de uso pessoal tinham o colarinho muito acima da média, 9 cm de altura, pois, como já dizia, “não dá nem para mexer o pescoço, mas não importa porque só gosto de olhar as coisas de frente". Seu cabelo era minuciosamente despenteado e seus lençóis de linho irlandês, trocados diariamente. Já deu para perceber que, como ele, não tinha igual! | ||
Infelizmente, essa figura tão icônica da indústria fashion brasileira morreu cedo, aos 42 anos, em 1978, deixando um incrível legado cultural e uma influência internacionalmente reconhecida ainda hoje. | ||
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