Eu não aguento mais a Jovem Pan (parte 4)
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Eu não aguento mais a Jovem Pan (parte 4)

A Jovem Pan no geral perdeu a própria autonomia, quando se aliou ao atual governo federal, no início eu acredito que a promessa maior para a empresa era o projeto neo liberal do Paulo Guedes, porém no atual momento a rádio se tornou um braço ...

Gustavo Tavares Barros
7 min
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A Jovem Pan no geral perdeu a própria autonomia, quando se aliou ao atual governo federal, no início eu acredito que a promessa maior para a empresa era o projeto neo liberal do Paulo Guedes, porém no atual momento a rádio se tornou um braço da própria SECOM. A defesa das coisas mais absurdas possíveis chegaram a níveis alarmantes na pandemia, entretanto desde o primeiro ano de governo a rádio estava focada em proteger os desmandos do Jair.

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Parece que faz décadas que saiu a reportagem do Intercept Brasil, sobre as mensagens trocadas entre Dallagnol e Sérgio Moro, foi em nove de junho de 2019 que a bomba caiu sobre todos e todas. Diversas mensagens trocadas entre a promotoria e o juiz Sérgio Moro provaram que sim, o PT havia sido vítima de lawfare, não só o presidente Lula, que havia sido preso para não concorrer as eleições, mas também o impeachment da presidente Dilma tinham sido elaborados pela "república de Curitiba". As provas eram fortes demais, a forma como um Juiz - que devia ser isento - indicava caminhos para a promotoria, como os líderes do caso estavam lucrando com palestras e como eles não queriam "melindrar" possíveis aliados políticos. 

Até hoje eles utilizam a resposta "não reconheço a legitimidade de tais mensagens, porém se forem reais não há nada de ilegal em seu conteúdo". A minha revolta ao descobrir o teor dessas mensagens foi imensa. Socialista e idealista como sou, eu tinha me transformado em oposição ao governo Dilma, fui para as ruas com o partido PSTU nas manifestações de 2014, fui contra diversas decisões do governo federal favoráveis aos mais ricos e apoiei o impeachment após vir a público aquele maldito áudio liberado pela força tarefa. Tudo isso para descobrir com a Vaza Jato que eu fui feito de trouxa, o áudio liberado na íntegra, mostrava que não era uma tentativa de impedir a prisão do Lula, como havíamos sido levados a acreditar. Pelo contrário, era uma tentativa legítima de impedir o impeachment da presidente, me entristeço de ter sido marionete de um golpe político.

Fui obrigado a fazer essa recapitulação dos fatos para finalmente expor o cerne da Jovem Pan, durante todas essas denúncias eles simplesmente adotaram o tom de fingir demência. Dia após dia eles insistiam no discurso das mensagens obtidas de forma ilegal, apesar das maiores reportagens do mundo serem embasadas através de provas obtidas de forma ilegal. Vamos pegar o caso Snowden ou Watergate como exemplos, um destes inclusive foi reportado pelo fundador do Intercept Brasil, Glenn Greenwald, jornalista e advogado Americano que foi vítima de um dos maiores absurdos na rádio Jovem Pan. Acontece que a emissora adotou uma prática no mínimo antiética, eles começaram a atacar sempre o mensageiro e não a mensagem, essa foi a única forma de revidar, pois não tinham como defender Moro veementemente sobre os absurdos expostos pela Vaza Jato. Após meses de calúnias contra o Glenn Greenwald, Leandro Demori e parceiros das publicações da Vaza Jato, o ápice dos absurdos aconteceu.

No programa Pânico no dia sete de novembro de 2019, Glenn Greenwald foi agredido por um dos seus entrevistadores, a agressão ocorreu de forma covarde pelo Augusto Nunes, um jornalista que atacava o Bolsonaro de forma veemente, mas atualmente se tornou um lacaio do Jair. A agressão ocorre quando o jornalista do Intercept diz:

"Eu acabei de chegar aqui e descobri que Augusto iria estar aqui, eu não sabia disso mas disse tudo bem (...) mas o que ele fez, ele disse nesse canal, Jovem Pan foi a coisa mais feia e mais suja que eu vi na minha carreira como jornalista, inclusive comigo fazendo uma guerra contra a cia, contra o governo Obama, com o governo do reino unido, ele disse que um juiz de menores deveria investigar nossos filhos e decidir se nós devíamos perder nossos filhos, eles deveriam ser devolvidos para o abrigo."

Foi uma ação muito baixa do jornalista da Jovem Pan, não satisfeito em atacar o mensageiro, ele tentou atacar a família do Glenn, insinuando que dois homens que moram juntos e trabalham estariam negligenciando seus filhos. Essa agressão em si já deveria ser motivo suficiente de demissão e investigação pelo crime de homofobia pelo ministério público, entretanto ele continua nos quadros da empresa, mesmo depois de ter agredido o jornalista após essa fala. Acontece que o Augusto foi considerado um herói pelas hordas fascistas/bolsonaristas, após agredir o jornalista que provou a farsa que foi a operação Lava Jato. O momento que antecede a agressão é bizarra, o Augusto age covardemente ao tentar se explicar, acusa novamente o Glenn de ser um bandido por ter recebido o material dos hackers e diz que ele falha em entender uma ironia e um ataque bem humorado? vamos a integra do comentário:

"Esta é a prova de que o Brasil criou o faroeste a Brasileira, é quem tem que se explicar e quem comete crimes que fica cobrando quem age honestamente, ouça o que eu disse primeiro e vocês vão perceber que ele ainda não sabe identificar ironias, não sabe identificar um ataque bem humorado e eu convido ele a provar em que momento eu pedi a algum juizado fizesse isso. Eu disse apenas que o companheiro dele passa o tempo em Brasília e ele passa o tempo todo com um material roubado, quem iria cuidar dos filhos era isso."

A briga escalou até este "jornalista" agredir o entrevistado, não me admira que a Jovem Pan mantenha pessoas tão pouco qualificadas como comentaristas políticos, mesmo após agressões físicas ele continua sendo o apresentador de dois programas dentro da rádio. Temos então o caso mais recente, Rodrigo Constantino, que fez um comentário abjeto sobre o caso Mariana Ferrer. Foi um das atitudes mais absurdas que eu já presenciei e como todo covarde eles sempre culpam a nós por não entender, se escondem atrás do discurso do "está fora de contexto" ou no caso do Augusto "é um ataque bem humorado". Pessoas como essas conseguem falar para milhares de outras pessoas, focadas em  banalizar aquilo que não deveria ser banalizado, os ataques contra a garota que foi estuprada foram absurdos, pior ainda quando ele diz que se fosse a filha dele ele "pediria as circunstâncias". 

Semana passada, o Morning Show deu novos exemplos de como legitimar ataques baixos. Adrilles e Zoe fizeram questão de defender o ministro da CGU reafirmando o comentário Machista contra a senadora Tebet, dizendo que ela estava descontrolada sim, sendo que minutos antes a senadora utilizou seu tempo para provar, através de documentos concretos, como o CGU estava prevaricando para proteger o governo federal. Os dizeres sobre a senadora só não foi pior do que os dizeres sobre o senador Contarato. No programa do dia primeiro de outubro de 2019, os mesmos comentaristas que tentaram proteger o machista da CGU, tentaram proteger o empresário Bolsonarista HOMOFÓBICO que prestava depoimento a CPI do genocídio. Eu fiquei enojado quando Adrilles diz que o empresário não deveria ter pedido desculpas, que ele só o fez, pois estava sendo pressionado por um identitarismo globalista, com o objetivo claro de seguir a cartilha do Olavo de Carvalho, sempre ataque e nunca se defenda mesmo que esteja errado. Os argumentos são tão furados que chegam a dar dó, o Ex BBB afirma que o empresário não foi homofóbico naquele tweet por que foi uma piada, como ele não usou palavras ofensivas contra o Contarato tudo passou de uma piada, infelizmente os covardes sempre usam o humor como escudo para dizer barbáries.

Vamos aos fatos, o empresário Otávio Fakhoury fez vários ataques a senadores da república, dois destes ataques foram homofóbicos e ambos podem ser utilizados para o processarem, lembrando que este empresário é acusado de ser financiador de fake news sobre a pandemia. A fala homofóbica foi a seguinte:

"O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o 'perfumado' que lhe cativou?"

E não foi a única declaração homofóbica, ele também chamou o senador Randolfe Rodrigues de "gazela". Fatos estes que Adrilles acha que faz parte da liberdade de expressão, como eu já disse anteriormente, o limite da liberdade de expressão é a lei, homofobia não é opinião é crime e deve ser tratada como tal. por isso acredito que ambos os senadores devem processa-lo, a cadeia é pouco para pessoas tão cruéis, que ainda disseminaram noticias falsas que mataram gente na pandemia. Felizmente o relatório da CPI já tem data marcada, dia vinte de outubro de 2021 será votado o relatório, a responsabilização das mais de 600 mil mortes na pandemia está próxima e a grande maioria dos criminosos estão sim ligados ao governo federal.

Essa é a quarta parte do meu artigo de estreia "Eu não aguento mais a Jovem Pan", para ler a terceira parte desse extenso artigo é só clicar no link abaixo.

Vejo vocês em breve.

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