Em 1920 o Brasil marcou um amistoso contra a Argentina após ambos serem eliminados do campeonato sul americano, torneio que viria se transformar no que hoje é a Copa América. No dia do jogo, 3 de outubro, um jornal argentino chamado "La Criti...
Em 1920 o Brasil marcou um amistoso contra a Argentina após ambos serem eliminados do campeonato sul americano, torneio que viria se transformar no que hoje é a Copa América. No dia do jogo, 3 de outubro, um jornal argentino chamado "La Critica" estampou em sua capa um desenho de um time de macacos com a camisa do Brasil e o título "Macacos em Buenos Aires". O texto estava cheio de ofensas racistas aos brasileiros e dizia que a partida tinha que acabar antes do anoitecer para que os jogadores do Brasil pudessem ser vistos. | ||
"Os brasileiros são pessoas de cor que se vestem como nós e pretendem se confundir à raça americana" - Este era o "aviso" de La Critica. | ||
Nenhum brasileiro jamais teria visto o jornal se não fosse por um detalhe: o jogo foi adiado para 6 de outubro! Com esta mudança os jogadores tiveram acesso ao jornal e muitos deles foram até a sede da publicação revoltados com o jornalista Antonio Palacio. Dizem até que quase caíram na porrada. | ||
Quase metade dos jogadores se recusou a jogar o amistoso mas o protesto não deu em nada. A CBD (predecessora da CBF) cagou e andou para os jogadores, assim como o babaca do presidente brasileiro Epitácio Pessoa que, inclusive, proibiu que nossa seleção levasse para o próximo torneio sul-americano na Argentina (em 1921) qualquer jogador brasileiro que tivesse ascendência africana (inclusive alguns brancos). Nem mesmo Arthur Friedenreich escapou! | ||
Arthur era o grande craque e maior ídolo brazuca da época. Para se ter noção da importância dele, considerando dados extra-oficiais, Friedenreich seria o maior artilheiro da história do futebol com 1.329 gols, superando até mesmo o Rei Pelé (somando partidas oficiais e não-oficiais, claro, porque oficialmente foram "apenas" 338). | ||
Alguns historiadores defendem que foi este episódio que deu início à rivalidade esportiva entre Brasil x Argentina. | ||
Obviamente esse racismo puro, idiota e sem punições popularizou-se rapidamente na Argentina e é visto e sentido até hoje quando nossos times jogam a Libertadores. | ||
Como não se lembrar daquela final de 1963 entre Boca x Santos na qual os argentinos cuspiram e xingaram Pelé bradando “Pelé hijo de puta, macaquito de Brasil!”? | ||
"Nunca, em parte alguma, me cuspiram tanto. Golpearam-me por todos os lados. O gol da vitória foi o mais emocionante de toda a minha vida." - desabafou o Rei após destruir os argentinos NA BOLA e na vitória em plena Bonbonera. | ||
Como não lembrar também da prisão de Desábato no Morumbi após atos de racismo contra Grafite em 2005? | ||
Como não lembrar de todos os outros casos de racismo que ocorreram e ocorrem até hoje, 2022, em pleno século XXI quando jogamos na Argentina (veja os links mais abaixo)? | ||
O pior é que alguns imbecis brasileiros acham que o racismo é algo pontual e restrito ao futebol argentino. Pessoas que não devem ter lido sequer 2 páginas de um livro de história usam tal argumento para apoiar os porteños & cia passando-lhes aquele pano gigantesco e ignorando suas raízes fascistas. Sim, fascistas. | ||
Aos desavisados, a Argentina foi simpatizante do nazismo durante toda a guerra. E só declarou guerra contra a Alemanha em 1945, poucos dias antes do fim, para entrar na recém-criada ONU e não sofrer sanções. O então coronel Juan Domingo Perón, amante do fascismo, abriu as portas para os nazistas. E quando tornou-se presidente em 1946 ele fez da Argentina um refúgio seguro para eles. | ||
A Argentina queria desenvolver sua indústria bélica e para isso abrigou os piores nazistas sobreviventes da guerra como Otto Skorzeny (um dos libertadores de Benito Mussolini da prisão), Kurt Tank (engenheiro projetista do caça Fw 190 que criou na Argentina o 1º avião a jato da América Latina), Adolf Eichmann (um dos maiores organizadores do Holocausto, criador da câmara de gás) e Josef Mengele (médico de Auschwitz responsável pelo extermínio de 400 mil judeus e conhecido como 'Anjo da Morte'). | ||
Se ainda restam dúvidas que a Argentina era amiga de nazistas, é só lembrar que o comandante Heinz Schaeffer preferiu viajar 108 dias para se render na Argentina do que se entregar na Europa aos aliados (inclusive chegou-se a suspeitar que Hitler estivesse à bordo de seu submarino). | ||
A simpatia com nazistas era tão grande que o próprio presidente argentino empregou o principal criminoso de guerra croata, Ante Pavelic, como chefe de sua guarda especial! (a Croácia, a propósito, é outra xenofóbica simpatizante do nazismo e por isso não ficaria nem um pouco feliz com sua classificação para a final, mas isso é papo para outro dia). | ||
Para se ter uma noção de como os argentinos abraçaram os nazistas, estima-se que mais de 12 mil deles viveram confortavelmente em cidades argentinas sustentados por um esquema de lavagem de dinheiro onde os bens monetários expropriados de judeus na Alemanha eram enviados à Argentina e depois depositados na Suíça por intermédio de bancos alemães em Buenos Aires. | ||
Segundo historiadores, muitos eram inclusive considerados "cidadãos modelo" até sua morte ou extradição, que só ocorria quando órgãos de outros países, como Israel, os descobriam e capturavam - caso por exemplo, de Adolf Eichmann (vejam o ótimo filme da NetFlix "Operação Final" com Oscar Isaac). | ||
E se você acha que toda essa xenofobia e racismo ficou no passado, dá uma olhada na música que os torcedores argentinos estão cantando para Mbappé no Catar: https://tinyurl.com/2r3ogmwa. | ||
É por tudo isso que nenhum brasileiro jamais deveria apoiar a seleção Argentina. | ||
Talvez você não veja razão para torcer contra eles. Tudo bem. Talvez você ache que Messi não mereça pagar o preço por ter nascido no meio de gente preconceituosa. Tudo bem. Talvez você ache que o futebol está acima do racismo. Tudo bem. Então, pelo menos, seja neutro. Porque enquanto tiver brasileiro babando ovo pra racista sempre haverá algum argentino imbecil nos chamando de macacos. | ||
Jamais torça pelo triunfo do racismo! #ElesNão | ||
PS: é bom ressaltar que nem todo argentino é racista! e não é porque houve (e há) xenofobia por parte deles que temos que responder com ódio na mesma medida não. Creio que torcer "contra" já é o suficiente para o mal se dissipar. | ||
E tenho dito. | ||
Leitura adicional: | ||
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