Começando pelo silêncio
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Começando pelo silêncio

Olá, meu nome é Elisa e criei esse canal de comunicação no intuito de expandir o que escrevo e posto no Instagram sobre assuntos relacionados ao mundo da música, na conta @pc.historias. Vamos começar pelo silêncio.

Histórias Cruzadas
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Olá, meu nome é Elisa e criei esse canal de comunicação no intuito de expandir o que escrevo e posto no Instagram sobre assuntos relacionados ao mundo da música, na conta @pc.historias.

Ao invés de iniciar falando de música, vou começar pelo silêncio, como o próprio título diz. Pensei sobre vários assuntos para ser o primeiro conteúdo aqui, mas essa semana, ao assistir o filme O Som do Silêncio (2019), dirigido por Darius Marder, decidi que iria escrever exatamente sobre a abordagem do filme em relação à ausência de som.

(Foto: divulgação / Amazon.com)
(Foto: divulgação / Amazon.com)

O filme traz a história do baterista Ruben Stone, que repentinamente perde grande parte de sua audição e busca uma maneira de continuar a vida. Abordando diversas questões como dependência química, amor e escolhas, a principal narrativa nos mostra o aprendizado de Ruben em ser uma pessoa com deficiência auditiva.

Diante de tantas cenas incríveis e um final, no mínimo, interessante, gostaria de falar sob as perspectivas do som e da audição.

Nós, ouvintes, passamos nossos dias ouvindo diversos sons e às vezes sequer reparamos em alguns que chegam aos nossos ouvidos. Mas, se imagine como o personagem principal do filme, perdendo repentinamente sua audição; com certeza você sentiria falta do "barulho", da voz de alguém importante, de ouvir alguma música ou até mesmo de um som chato do cotidiano.

Neste sentido, a edição de som no filme nos leva a "sentir nos ouvidos" o que Ruben passou. As cenas iniciais são constantemente preenchidas por sons e diversas músicas, mas no decorrer da história, somos levados ao silêncio e percepções sensoriais que nos deixam perdidos, assim como Stone ficou. Ele ficou dividido sobre querer voltar a ouvir (através de uma tentativa cirúrgica) ou continuar em sua nova vivência através de uma comunidade de surdos que não consideravam as pessoas lá apenas por sua deficiência auditiva.

O ponto chave que fez eu tirar uma "lição" diante do filme, não foi sobre nada falado acima, mas sim uma palavra que é falada para Ruben quando ele percebeu que sua vida era tão agitada que não conseguia simplesmente parar: Quietude (ou no inglês, stillness).

Embora vivamos em um mundo totalmente cheio de "sons", precisamos de momentos de quietude, de reconhecimento do silêncio como uma coisa boa. Fato é que Ruben, mesmo quando perdeu sua audição, não conseguia permanecer no silêncio, pois sua mente era barulhenta demais!

Perceber a necessidade da quietude é tão interessante que o silêncio faz parte até da música. Para quem não sabe ou nunca reparou, em uma pauta de música existe a "pausa", que é o comando para o momento em que o músico não emita som, deixando pairar sobre o ouvinte somente o foco em algum elemento, como a voz, por exemplo.

Que a gente saiba começar pelo silêncio e depois prosseguir reconhecendo a infinidade de sons que nos cercam e, principalmente, ao escutarmos música.


Para quem ficou interessado na história e gostaria de saber os outros temas tratados na trama de Ruben Stone, o filme O Som do Silêncio está disponível na plataforma Prime Video.

E para aqueles que se interessam pelo mundo da música, o Projeto Histórias Cruzadas vai falar muito sobre isso, sempre com alguns toques de outras artes, pois aqui nós gostamos da mistura cultural.

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Até breve! :)

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