Experimentação e evolução
0
0

Experimentação e evolução

Pedro Fornaza
3 min
0
0

Um texto que eu escrevi

Email image

Experimentação e evolução

“No sábado você não precisa ser completamente racional.” Essa foi a frase que Oliver Smithies usou para descrever os seus sábados de manhã.

Oliver foi um biólogo e pesquisador que trabalhava em um laboratório, durante a semana de maneira “normal”. Porém, aos sábados de manhã, quando o laboratório estava vazio, fazia as experiências que lhe vinham à cabeça e seguia os seus interesses.

Seu objetivo era testar o que o intrigava mas que tinha pouca relação com seu projeto principal e conduzir experimentos que durante a semana seriam considerados desperdício de tempo e equipamento.

Ele foi um estudante a vida toda, sempre buscando assuntos novos e perseguindo tudo aquilo que chamava a sua atenção, inclusive mudando de campo de pesquisa diversas vezes. Esse acúmulo de conhecimento, especialmente conhecimentos bastante distintos permitiram que ele avançasse em várias pesquisas e chegasse até a receber um Nobel por uma descoberta.

O método de Oliver não é ser um gênio. Nem ficar com a cara enfiada em livros o tempo todo. Muito menos, se tornar um especialista super profundo. Ele simplesmente praticava a curiosidade. Tentava combinar ideias diferentes, coisas que se pareciam mas não tinham nenhuma relação direta, e assim por diante.

Com todos os confortos da vida moderna e o peso do dia a dia cada vez mais corrido e abarrotado, deixamos de fazer essa exploração que é tão importante para nosso crescimento. Um dos motivos de uma criança aprender muito mais rapidamente que um adulto (fora a plasticidade cerebral) é a experimentação extrema. A todo o tempo a criança pergunta, tenta e se expõe a novas experiências e situações.

Quando foi que você aprendeu uma coisa nova? Ou seguiu algo que te interessava? Eu sei, é difícil. Nem sempre dá tempo, muito menos vontade. Às vezes estamos cansados, sem tempo ou até mesmo com vergonha de ser o iniciante outra vez. É normal!

O fato é que nós não aumentamos a amplitude das nossas experiências, não fazemos coisas diferentes fora do trabalho. Tempo livre virou sinônimo de passividade. Pedir comida pelo aplicativo, ver TV, dormir e ficar no Instagram. Uma maneira de se enganar e se distrair do trabalho da semana.

Se você quer se tornar alguém mais interessante, buscar uma nova carreira, ou quem sabe, só ser mais feliz, você pode começar por aí. Pesquise um assunto que te chama atenção. Deixe a sua curiosidade se soltar. A curiosidade vai te levar a busca. A busca te leva à experimentação. A experimentação te leva ao conhecimento, ao entendimento.

Tente isso nem que seja para depois descartar, perceber que não gosta ou que não serve para nada. Pelo menos você aprendeu. Temos essa pressão intensa de sermos produtivos o tempo todo. Isso é uma bela mentira!

Acredito que o ser humano funciona em uma oscilação muito forte, períodos de extrema produtividade e períodos de “recuperação” e ócio. Se cobre menos, pratique a amplitude e vá em busca de algo que te agrada mais do que o que você faz agora. Eu acredito em você.

Coragem!


Uma serie que eu assisti

Arnold - Netflix
Arnold - Netflix

Mesmo que você não goste dele ou não queira ser um bodybuilder, a serie ainda assim é muito interessante. Na história contada, podemos entender que vencer é uma atitude. É preciso buscar, se arriscar, experimentar e se adaptar. Nada vem de graça, é preciso muito suor e esforço.


Compartilhar conteúdo