O jogo infinito
1
0

O jogo infinito

Pedro Fornaza
3 min
1
0

Um texto que eu escrevi

Email image

O jogo infinito

Existem dois tipos de jogos, os finitos e os infinitos. Jogos finitos são jogos com jogadores conhecidos, regras claras, objetivos bem definidos e um final (óbvio né?!).

Quando eu vejo uma partida de basquete, é um jogo finito. Sabemos quem são os jogadores antes do jogo começar, as regras do que vale ponto ou não estão claras, e o objetivo é marcar mais pontos que o outro time. Simples. Alguém ganha, alguém perde e todos os envolvidos sabem do resultado.

Já os jogos infinitos, são os jogos onde pouca coisa é conhecida. Não sabemos quem faz parte, qual o objetivo final, sabemos, quando muito, de apenas algumas regras e mesmo assim, participamos. Te lembra alguma coisa? Nossa vida profissional, pessoal, o nosso negócio ou a empresa onde trabalhamos, são todos jogos infinitos.

Os problemas começam quando confundimos ou misturamos os dois. O principal sentimento é a frustração. Se eu tratar a minha carreira como um jogo finito, é aborrecimento na certa. Afinal, com quem eu estou competindo? Quando termina? Como eu vou saber se eu ganhei ou perdi? Não faz sentido. Precisamos separar as coisas se quisermos ser mais eficientes e felizes.

Para começar a separar, vamos entender um pouco melhor as diferenças. A primeira diferença é a temporal. Jogos finitos são jogos de curto prazo. Já os infinitos de longo e longuíssimo prazo. Quando tratamos um jogo infinito como finito, começamos a substituir o importante pelo urgente. Vira aquele ciclo infinito de apagar incêndio e correr atrás, sempre com o sentimento de que não saímos do lugar.

A segunda diferença é quem ganha. No jogo finito, ganha quem atinge o objetivo combinado. Já nos infinitos, ninguém ganha, já que não temos objetivo combinado. Ou você já viu o padeiro atravessar a rua e dizer para o concorrente que quem vender 200 pães primeiro ganha? E se ninguém ganha, o que a gente faz então? O objetivo é melhorar e continuar no jogo. Se não sabemos com quem estamos competindo e não podemos combinar o objetivo, nós disputamos com nós mesmos, sempre buscando ser melhor que ontem.

Mas não se engane, não é por que ninguém ganha, que ninguém perde. No jogo infinito perde quem sai do jogo, e se a gente não melhorar, eventualmente estamos fora. Na minha empresa eu posso continuar trabalhando sem olhar muito para os meus concorrentes e sem competir. Mas eu não posso continuar trabalhando se não tiver mais clientes. Nesse caso eu perdi, eu sai do jogo.

Para melhorar precisamos nos arriscar e mudar, e isso pode não ter o efeito positivo que a gente esperava. Tudo bem. Vamos continuar jogando. Só não podemos nos arriscar a ponto de arriscar sair do jogo. Nesse ponto, é mais importante não perder do que o quanto ganhar (ou melhorar).

Os jogos infinitos vão ser sempre uma caminhada morro acima. Não deixe a frustração te impedir de continuar subindo. As vezes vamos andar de lado e desviar de alguns obstáculos. Muitas vezes vamos precisar descer um pouco para conseguir subir novamente. Outras vezes precisamos parar um pouco e aproveitar a paisagem. Só não podemos parar. Um pé na frente do outro…


Um podcast que eu vi

Esse podcast me chamou muito a atenção nos últimos dias. Ouvi pelo menos umas 3 vezes. A profundidade do que é discutido é muito interessante e também não tem conclusão alguma, ou seja, a conclusão é sua e totalmente pessoal.


Compartilhar conteúdo