#️⃣ Edição 49

O que eu aprendi ensinando o ChatGPT

Sim, vai ser mais um texto sobre a criação de conteúdo com inteligência artificial. Mas calma, prometo que vai ser útil.

Como falei na última edição, criei uma newsletter no trabalho com a ajuda do ChatGPT. Ela tem sido um belo laboratório, mas também tenho feito muitos outros testes para entender as reais possibilidades e limitações da ferramenta.

Algo não mudou mesmo com todos os testes. Inclusive, é uma percepção que ficou ainda mais forte:

É uma coisa assustadora

É possível criar praticamente qualquer tipo de conteúdo, em qualquer tom de voz, sobre qualquer tema e estilo em apenas minutos. E quanto mais você detalha o que espera dele, mais o ChatGPT entrega um resultado elaborado e rico.

Não vou mentir pra você: o ChatGPT realmente é uma mudança drástica na criação de conteúdo. E você definitivamente deve começar a usar agora. Mas não pense nele como uma solução definitiva, e sim como uma primeira versão de uma tecnologia muito nova. Mais ou menos como o primeiro celular tijolão antes do iPhone surgir. Quanto antes você embarcar, mais vai ter aptidão quando ele evoluir.

Porém, eu posso até não mentir pra você, mas...

O ChatGPT vai mentir pra você

Em um dos meus testes, pedi para a ferramenta me indicar estudos sobre impacto do ESG nas empresas. Ele me entregou uma bela lista de referências. Veio muito a calhar, afinal eu queria começas a pesquisa com dados confiáveis.

Quis ir mais a fundo e pedi também o nome dos autores, assim eu poderia referenciar corretamente cada um deles. Novamente, uma lista relacionada foi entregue em segundos e o trabalho estava feito.

Só que era tudo mentira. Os estudos não existem e, em grande parte dos casos, nem os autores. Encontrei alguns estudos com nomes parecidos, mas não eram com aqueles recortes. No caso dos autores, os poucos que existiam não faziam estudos naquela área.

Indignado, pedi para o ChatGPT um resumo de um dos estudos. E ele me entregou.

Sim, ele fez um resumo detalhado de um estudo completamente inventado por ele mesmo. Com direito a conclusões e análises de impacto.

Como assim?

Isso acontece por conta da natureza do ChatGPT. Sua função é muito mais preditiva do que informativa. Ou seja, ele consulta seu imenso banco de dados, cruza informações e cria uma resposta com base em probabilidade de atender o seu pedido. Mesmo que, para isso, ele acabe inventando coisas.

O ChatGPT não é um lugar para você conseguir informações iniciais. Ou mesmo para ter algum insight que se baseie em dados e informações verídicas. Mas ele pode desempenhar muito bem outras funções:

• Resumos e revisões de conteúdo que você recebeu de fontes confiáveis.

• Alterar o tom da escrita a partir de uma orientação, por exemplo "reescreva esse texto no estilo de Machado de Assis", ou, "deixe esse texto mais leve e com brincadeiras relacionadas ao marketing".

• Adaptar um texto para rede social, por exemplo. "Transforme este texto em um post de LinkedIn de até 30 palavras em um tom leve, inspirador e com hashtags"

• Identificar padrões ou repetições, como por exemplo, "troque palavras parecidas por sinônimos variados"

• Criar variações de títulos, descrições e outros com limitações claras de caracteres ou uso de palavras.

• Encontrar alguma informação específica dentro de um texto longo.

Ou seja, basicamente qualquer coisa que envolva conteúdos que já tiveram as informações checadas e validadas. E, mesmo assim, ao final, é fundamental checar novamente. 

Aprendendo a ensinar

Quanto mais uso o ChatGPT, mais claro fica o fato de que não somos nós que estamos aprendendo com ele, mas sim ele que está sendo ensinado por nós. Tratar cada prompt ou pedido como uma orientação para alguém que não sabe nada é a melhor maneira de receber respostas diretas e úteis.

É isso mesmo, o ChatGPT é como aquela pessoa recém-chegada como estagiária da equipe.

Cheia de potencial e disposta a te ajudar a qualquer momento. Mas para ser realmente útil, é importante que você saiba como e o que pedir. E sem dar muita responsabilidade. Se orientada do jeito certo, é uma baita adição ao time. 

TESTE RÁPIDO

Em 2022, a pirataria de conteúdo cresceu 18% (!!!). Qual foi o tipo mais afetado?

A. Filmes

B. Música

C. Publicações

D. TV

Resposta no final da news!

RECHEADA DE INFORMAÇÃO

Um gráfico pra você pensar…

A primeira pesquisa relevante do ano aponta que o tempo médio de consumo de vídeos online caiu em 2023 - a primeira vez nos últimos 6 anos. As razões ainda não estão claras, e vamos ter que olhar de perto pelos próximos meses. Ainda assim, não há qualquer sinal de redução estratégia na produção de vídeos nos departamentos de marketing. Você confere mais dados neste report.

TÁ QUENTINHO

As principais novidades e tendências do mundo do conteúdo.

Rede de recomendações

A onda das redes sociais ficarem menos sociais chegou e vai ficar por aqui. Nesta semana, o Vice-presidente do Facebook disse em entrevista ao G1 que a plataforma será "mais do que algo sobre amigos", o que significa que cada vez mais conteúdos de contas que você não segue serão sugeridos no seu feed. A culpa disso: dos jovens, claro. Segundo o executivo, o comportamento da Geração Z está guiando as decisões da empresa nessa direção. Afinal, deu certo para o TikTok... Mas não quer dizer que vai funcionar para todas as outras.

— 

Qual o melhor horário para postar no Facebook?

Não precisa mais ficar na dúvida, agora a própria rede social vai dizer pra você. Vazou o teste de uma atualização da ferramenta de postagens do Facebook que indica a melhor hora para programar o seu post. As opções aparecem assim que é selecionada a caixa "Agendamento" e levam em conta as faixas de melhor engajamento da sua audiência. Se funcionar mesmo, vai ser um belo adianto para as estratégias de social. Lembrando que hoje já é possível ter acesso a uma informação similar no Gerenciador do FB, mas de uma forma muito menos prática.

—

Muito interesse

O Pinterest divulgou seu relatório de resultados do ano e, além de registrar um crescimento de 4% na receita global em 2022 em comparação com ano anterior, também teve a mesma alta no número de usuários ativos. Com isso, a rede social chegou a 450 milhões de usuários. Um destaque vai para o app da empresa, que teve um crescimento de 14%, aumentando a presença mobile da plataforma. E para encerrar, outro dado interessante: quase metade dos vídeos pinados no quatro trimestre do ano passado estava em contas de usuários da Geração Z. Ou seja, a rede está indo muito bem com os jovens, obrigado.

—

Desifluencers

Sim, isso existe mesmo. E é a nova onda nas redes sociais, onde os jovens cansaram da postura perfeitinha e repleta de ações pagas dos influencers. Quem lê a RECHEIO há mais tempo já sabe que o fim dos influenciadores está mais que decretado. Em resposta, surgem os anti-influenciadores: perfis de creators que falam a real sobre produtos que compraram e focam no que a audiência não deve consumir. O movimento está relacionado (também) à falta de dinheiro do público. Ou seja, é quase uma prestação de serviço para as pessoas não gastarem com produtos ruins. Será que a moda pega? Sim. Na verdade, já pegou. A hashtag #deinfluencing tem mais de 169 milhões de views no TikTok.

CHORRINDO

É CASE QUE VOCÊ QUER, @?

Então se inspire aqui nesse exemplão de conteúdo.

Live é um software de gravação de músicas vendido pela marca alemã Ableton. Ele é muito usado por músicos profissionais, mas também tem boa penetração com o público que está começando a explorar a música pra valer. E sabe como eles conseguem isso? Incentivando qualquer um a aprender. Um exemplo incrível é a ferramenta online onde eles ensinam conceitos como beats, acordes, ritmo e melodia. Mais do que um glossário explicativo, é uma tela interativa onde você vê cada um deles na prática e como eles se aplicam na estrutura de uma canção. No fim da experiência, você sai realmente se sentindo como alguém que criou uma música. Nada mais natural como próximo passo do que explorar a versão trial do Live, não é? Ou seja, a estratégia funcionou.

BOCADITOS

Links rápidos para leituras demoradas.

• 35 dicas estilo receita de bolo pra ir bem no linkedIn.

• 24 Do's and Dont's do social media de marketing.

• 28 marcas criativas no TikTok para te inspirar.

Resultado do teste rápido

Opção D. TV. Mas as outras não ficaram muito atrás. O ranking completo: TV (46,3%); Publicações (27,5%); Filmes (12,9%); Música (7%); Software (6,2%). Mais infos aqui. 

Obrigado pela leitura!

Esta é a newsletter RECHEIO. Toda quinta-feira, às 07h08, conteúdo que importa direto no seu e-mail.

Por Alberto Cataldi, head estrategista de conteúdo e jornalista. Me segue lá no Linkedinho que também compartilho coisas deste universo (e memes).

Quer indicar para alguém? É só clicar no botão:

Se você ainda não é assinante, tá fácil e grátis:

Quero saber o que achou! É só responder este email. Mande opiniões, dúvidas e críticas.

Até a próxima!