Encontros #02 | Para mudar comece por você: entenda como a u-Shar propõe sustentabilidade.

Mudar o mundo exige uma mudança de hábito!

Ao olharmos com muita atenção para os comportamentos e práticas que compõem o nosso cotidiano, certamente conseguimos encontrar alguns hábitos que gostaríamos de mudar.

Os hábitos vêm sendo objeto de estudo da humanidade há algum tempo. De acordo com James Clear, em seu livro "Hábitos Atômicos”, a imagem que formamos sobre nós mesmos nasce dos nossos hábitos, por isso, o ato de melhorar um pouquinho a cada dia, de forma consistente leva a uma melhora significativa a longo prazo.

Neste contexto, apesar de parecer, a mudança de hábito não é algo tão simples. Ainda mais quando falamos de hábitos culturais que viram costumes de toda uma sociedade. Por isso, mudar o nosso comportamento é um desafio como poucos iguais.

Mudanças de comportamento em prol de hábitos mais sustentáveis

Em 2015 durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável foram instituídos 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030. Essencialmente, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, servem como um guia para os países que se comprometam com o desenvolvimento global de forma sustentável. Contudo, para que de fato sejam implementados até a data proposta, é preciso um compromisso e colaboração de todos, o que envolve a sociedade civil e os setores públicos e privados para um mundo mais habitável.

Por isso, atualmente muitas mudanças de hábito tanto de empresas e produtos como de ações individuais, podem ser relacionadas a atos de sustentabilidade em prol da qualidade de vida do nosso planeta. E é permeando esta crença, que a u-Shar, plataforma de marketplace de compartilhamento de produtos, convida você a repensar nos seus hábitos de consumo e nos impactos do descarte desses bens futuramente. Olhando assim, para a economia circular como forma de alavancar esta mudança.

Hoje estamos acostumados com o modelo linear de consumo e de produção. Já o modelo circular, busca redefinir a noção de crescimento sustentável, focado em formas de beneficiar toda a sociedade. Portanto, a circularidade da economia acontece quando os resíduos são pensados desde o princípio para se tornarem nutrientes em novos processos e novos produtos, a fim de serem reinseridos em novos ciclos. Neste sentido, a economia circular se torna uma meta, meta a qual, envolve uma profunda transformação dos modelos produtivos da forma como os conhecemos.

Por isso, Eryka Augusto, CEO e fundadora da u-Shar, aposta na Educação, Pesquisa e Empreendedorismo como caminho, rumo ao desenvolvimento sustentável. Para ela, estar em contato com o ecossistema de empreendedorismo, inovação e tecnologia de São Carlos, permite trocas e aprendizados diários que atuam como mola propulsora de seus sonhos! “Aqui eu encontrei a minha tribo, sinto que não sou louca! Eu sempre quis mudar o mundo e por isso eu encontrei muitos julgamentos durante minha trajetória… mas, aqui no Sanca Hub, eu sempre encontro pessoas que, assim como eu, querem mudar o mundo.”, diz Eryka durante a entrevista.

Na próxima seção você pode conferir o bate-papo que tivemos com a Eryka sobre a u-Shar.

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Bate-papo com a Eryka, CEO e fundadora da u-Shar

Quem é a Eryka e por que você começou a empreender?

A Eryka é uma mulher encantada por Educação, Pesquisa, Empreendedorismo e Sustentabilidade. Sou mãe, empreendedora, pesquisadora e professora universitária. Sobre minha jornada como empreendedora, cultivo uma relação de longa data!

Comecei a empreender aos 16 anos de idade, ainda durante o colegial. Neste período, empreendi com confecção e estamparia de camisetas, as quais eram ofertadas para o próprio colégio.

Anos mais tarde, em uma experiência profissional, durante uma conversa no banheiro da empresa - com a moça que desempenhava a limpeza do local - tive uma ideia!

Criar um sharing de serviços, com o intuito de otimizar processos, pensar em limpeza com produtos sustentáveis e sanar as principais dores de quem ofertava os serviços. Na época, junto com um engenheiro parceiro, desenvolvemos uma metodologia inovadora que utilizava pouquíssima água e produtos 100% sustentáveis para a limpeza de imóveis.

Aos poucos aquele brilho nos olhos que eu tinha no início da empresa foi se perdendo.

Junto com um diagnóstico difícil de saúde, que me dava poucos meses de vida, decidi lutar por ela! E a partir daí, escolhi fazer somente aquilo que de fato fizesse sentido... escolhi fazer apenas aquilo que de fato me trouxesse de volta o brilho nos olhos.

Foi então que a minha jornada como docente e pesquisadora teve início e, só mais tarde voltei a empreender, já com a u-Shar.

Quando foi o seu primeiro contato com sustentabilidade?

Meu primeiro contato com a temática foi aos 9 anos de idade. Eu ainda não sabia ao certo o que era sustentabilidade, mas tinha acabado de descobrir que eu queria cuidar da água do planeta!

Eu via as pessoas poluindo um rio que tinha perto de casa e, aquilo me deixava muito indignada. Na época, meu avô disse que a água poderia ser filtrada e tratada, mas, que em algum momento ela não teria mais essa mesma “capacidade”.

E aí perguntei a ele: “mas a água do planeta pode acabar?” e ele me disse: “Pode! Se a gente continuar poluindo pode acabar!”.

Na escola, eu havia aprendido que precisávamos de água para viver, e então eu pensei, “tenho que cuidar da água do mundo!”. Com o passar dos anos, conforme fui crescendo, este sonho foi ficando adormecido.

E só então, muito mais tarde, pude repensar na minha essência, e descobri que a vida só vale a pena quando fazemos o que amamos… foi assim que retomei, enfim, o sonho adormecido de trabalhar com sustentabilidade!

Durante minha graduação em Tecnologia da Informação (TI), quando tive que escolher meu tema de Trabalho de Conclusão de Curso, optei pela temática TI Verde, e foi assim, que dentro desta temática comecei a olhar para logística reversa de equipamentos eletroeletrônicos.

Como surgiu a u-Shar e qual o propósito da sua startup?

A u-Shar não nasceu do nada!

Ela veio de uma grande inquietação. Não consigo dizer exatamente em que momento a u-Shar foi criada na minha cabeça. Afinal de contas, eu já venho alimentando a um tempo o sonho de fazer com que as pessoas pudessem enxergar o consumo de um modo bem diferente da forma como a sociedade faz hoje.

Desse modo, o propósito da u-Shar é ajudar o mundo a passar de uma modelo de Economia Linear, para um modelo de Economia Circular. Tudo isso, de uma forma que continuemos gerando riquezas a partir de um mesmo bem e, ainda, gerando menos Impacto ao planeta.

Nossa startup se propõe a ajudar na mudança de mindset de consumo da sociedade, por meio de um modelo de locação de bens. Assim, um mesmo bem atende várias pessoas e, depois ao final de sua “vida útil”, conseguimos gerar um único resíduo que também pode ser reciclado, podendo enfim, retornar a cadeia de suprimentos.

É importante dizer, que basicamente, a u-Shar é uma plataforma de Marketplace que une pessoas que têm bens ociosos e querem gerar uma renda extra a partir de um modelo diferenciado (baseado na economia circular) e, pessoas que precisam desse bem para realizar sonhos e projetos. As pessoas podem alugar os itens desejados através da nossa plataforma, por lá, elas terão à disposição um conjunto de ferramentas tecnológicas que facilitam o aluguel, pagamento, definição de pontos de entrega e devolução, sendo esses processos mediados por algoritmos de Inteligência Artificial para dar maior transparência e segurança aos mecanismos.

Fiquei sabendo que a u-Shar está fazendo parte do programa “Centelha”! Como o programa está ajudando a impulsionar a sua startup?  

No momento fazemos parte de alguns programas, todos eles equity free. Os principais deles são: o programa Centelha, o Catalisa do SEBRAE e o programa de residência de startups do IAM Founder, aqui do município de São Carlos.

No Catalisa já passamos por todas as etapas e, agora estamos na fase de assinatura de bolsas, no entanto, até aqui o programa nos ajudou muito com conexões de diferentes players do ecossistema, por meio da prática de princípios da inovação aberta.

Em relação ao Centelha, estamos na segunda fase do programa, além da ampliação do nosso networking, percebi que nos aprimoramos muito com a escrita do projeto e, agora estamos aprendendo bastante com as capacitações em gestão, vendas e marketing e, logo menos, saberemos da possibilidade de aporte financeiro por este programa também. Atualmente, estamos buscando parcerias estratégicas com varejistas, indústria de bens e pessoas da área de marketing, para levarmos a nossa solução até todos nossos consumidores, criando uma grande comunidade que atua no compartilhamento de produtos, por meio de locação. Então toda expansão da nossa rede de contatos é muito bem vinda através desses programas.

E por fim, mas não menos importante, através do IAM Founder, eu pude conhecer ainda mais o rico ecossistema de empreendedorismo do Sanca Hub e fazer parte dessa comunidade através da imersão no programa e no Atena. Sobre São Carlos, eu não tenho nem palavras para descrever como é estar imersa em uma comunidade em que as pessoas realmente estão dispostas a ajudar e fazer um ecossistema acontecer, eu tinha passado por essa sensação apenas na Europa, onde eu via as universidades se unindo ao poder público para fazer pessoas transformarem as suas ideias em negócios. E por isso quando eu cheguei aqui eu fiquei encantada!

Na sua última resposta você comentou sobre o Atena, e sei que quando você vem para São Carlos fica hospedada por lá. Gostaria de saber como vem sendo a sua imersão no espaço.

Então foi uma situação interessante.

Quando eu vim para cá, quis logo de cara fazer parte do Atena. Eu sabia do espaço devido a parceria que eles tem com o programa do IAM Founder. E quando descobri a pegada do coliving eu nem cogitei outra possibilidade… para mim, o Atena hoje tem sinônimo de FAMÍLIA. Por aqui, sinto liberdade para me aprofundar nas relações e falar sobre a vida, e sinto que a cada conversa eu aprendo com as diferentes visões de mundo. Sempre que estou aqui me sinto abastecida de trocas muito ricas e acolhedoras. Teve um dia que precisei vir para São Carlos e não tinha um quarto disponível no Atena, e eu posso dizer, não quero ficar em um hotel de novo!

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