Em 2001, um livro fez com que muitas pessoas ficassem OTIMISTAS em relação ao futuro do ensino superior. O futuro proposto pelo livro acabou chegando primeiro no ensino básico.
Em 2001, um livro fez com que muitas pessoas ficassem OTIMISTAS em relação ao futuro do ensino superior. | ||
Se tratava do livro "Cibercultura" do Pierre Lévy, um filósofo francês que estudava a internet e que previu fenômenos como a Wikipedia e a Amazon antes deles se tornarem realidade. | ||
O livro é cheio de definições acadêmicas circulares — daquelas usadas para encher as revisões bibliográficas de monografias — e propõe que o estado influencie e regule fortemente o futuro resultante da tal cibercultura, o que não me agrada. | ||
Mas no meio do livro, há sim uma visão MUITO INTERESSANTE para o futuro da educação. | ||
O autor percebeu que "pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no início de seu percurso profissional estarão obsoletas no fim de sua carreira." | ||
Daí, concluiu que "os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não correspondem a suas necessidades reais." | ||
O que o levou à seguinte previsão: | ||
Diplomas escolares e universitários serão substituídos pela combinação de uma simples "formação elementar de qualidade" com um portfólio de competências, um "reconhecimento dos conjuntos de saberes pertencentes às pessoas". | ||
Se pararmos para pensar, isso era basicamente o caminho natural que a educação estava seguindo antes da criação do sistema escolar prussiano, momento que deu início à participação do estado na educação e à regulação da educação pelo estado. | ||
Considere, por exemplo, o que se conhece por educação clássica, composta pelo trivium (basicamente, domínio da linguagem e suas aplicações) e pelo quadrivium (basicamente, domínio da matemática e suas aplicações). | ||
É a tal "formação elementar de qualidade." | ||
Considere também a possibilidade de ter as suas habilidades reconhecidas por quem te contrata sem a necessidade de um diploma carimbado pelo estado. | ||
É o tal "reconhecimento dos conjuntos de saberes pertencentes às pessoas." | ||
A novidade do Lévy era a observação de que a internet permite que esse reconhecimento de competências seja muito mais completo, seguro e eficiente. | ||
Com a internet, testes e certificações podem ser criados para qualquer tipo de habilidade e aplicados em escala. | ||
Com isso, diplomas tradicionais se tornariam obsoletos diante da proliferação de micro-certificações mais pulverizadas e mais confiáveis que os diplomas. | ||
As pessoas iriam poder trilhar seus próprios caminhos de aprendizado, escolhendo a dedo não só os assuntos que gostariam de estudar mas também onde estudá-los e como certificá-los. | ||
Essa previsão animou muitas pessoas que passaram a imaginar um futuro sem os incontáveis problemas das universidades. | ||
Para a tristeza dessas pessoas, contudo, a realidade dos últimos 20 anos revelou um obstáculo enorme para a chegada desse futuro: a academia e as entidades de classe não admitem largar as regulações que sustentam os seus privilégios. | ||
Mas no caso do ensino básico, o contrário ocorreu e a previsão do Lévy, que parecia ser mais direcionada ao ensino superior, virou realidade. | ||
Devido ao movimento do homeschooling, uma realidade de liberdade educacional está ao alcance de qualquer pai. Além disso, certificações para o ensino básico como o ENCCEJA e o ENEM já existem e já operam em escala. | ||
E quais são as vantagens dessa liberdade educacional? | ||
Em primeiro lugar, sob o homeschooling, podemos aproveitar os benefícios do caminho natural da educação que a criação do sistema escolar interrompeu. Podemos pular conteúdos insignificantes e focar o ensino no domínio da linguagem, da matemática e das suas respectivas aplicações. Em cima disso, podemos adicionar história e literatura como uma forma de edificar morais. | ||
Em segundo lugar, com o tempo que economizamos, podemos objetivar ir além do que a escola faz hoje. Podemos buscar certificados avançados de inglês, português e matemática. Podemos desenvolver habilidades técnicas que não são vistas na escola. E podemos introduzir nossos filhos adolescentes ao mundo do trabalho. Assim, fornecemos aos nossos filhos um conjunto de experiências e certificados que valem muito mais que um diploma tradicional. | ||
Por fim, podemos aproveitar os benefícios de uma competição mais livre entre instituições, profissionais e métodos de ensino. | ||
Pense comigo: | ||
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A resposta para todas essas perguntas é sempre a segunda opção. | ||
E é somente com o homeschooling e a ausência de regulações na educação que a combinação de todas essas segundas opções se torna uma possibilidade. | ||
É por esse e outros motivos que Bastiat afirma: | ||
A necessidade mais urgente é, não que o estado ensine, mas que ele permita a educação. Todos os monopólios são detestáveis, mas o pior de todos é o monopólio da educação. | ||
Quando pais têm a liberdade de escolher a educação dos seus filhos, as melhores instruções (conteúdos, habilidades e valores mais relevantes, métodos mais eficientes, etc.) irão se popularizar graças aos exemplos e resultados demonstrados por quem recebeu essas instruções. | ||
Mas quando o estado regula a educação, conteúdos e métodos são adotados não porque eles são melhores, mas porque eles convêm ao estado ou porque alguns burocratas foram seduzidos pela última moda educacional. E como isso é uma consequência da natureza do estado, isso ocorre até mesmo nos países de "primeiro mundo". | ||
A melhor educação do mundo não está ocorrendo em escolas da Finlândia, de Cingapura ou do Reino Unido. A melhor educação do mundo está ocorrendo em cursinhos especializados e nas casas de pais que possuem e exercitam a liberdade de definir todos os aspectos da educação dos seus filhos. | ||
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Vejo você semana que vem! | ||