2022 Tech em AEC
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2022 Tech em AEC

#0037: Como diria Alan Kay “a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”. Muitos termos novos surgiram em 2021, sementes foram plantadas, em 2022 vão florescer?

Tiago Ricotta
9 min
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#0037: Como diria Alan Kay “a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”. Muitos termos novos surgiram em 2021, sementes foram plantadas, em 2022 vão florescer?

Conceitos (1/7)

365 novas oportunidades de...
365 novas oportunidades de...

Longe de ser Nostradamus ou brincar de adivinhação, mas parte do trabalho na empresa é analisar o que está ocorrendo no mercado e direcionar os esforços para estudar novas tecnologias e fluxos de trabalho que aumentem a produtividade dos clientes.

Sendo assim, passamos o ano inteiro conversando sobre diversos temas que fazem parte da hype de tecnologia, algumas são hypes antigas e requentadas, mas nem por isso devemos menosprezar ou ignorar, afinal, em tecnologia o timing também é muito importante.

Não foram poucas as vezes em que abordei um tema e alguém veio comentar que isso já tinha sido testado 10, 20 ou 30 anos atrás e que era besteira dar atenção a determinado assunto, mas 10, 20 ou 30 anos atrás não tínhamos a internet e celulares que temos hoje, a sociedade que temos hoje e, principalmente, a briga pela atenção que temos hoje em dia.

Sendo assim, para ser curto e grosso no processo, o que eu acredito que vamos ouvir falar cada vez mais em 2022 que pode impactar o setor de AEC é o seguinte (não necessariamente nesta ordem):

  • web3
  • openBIM
  • MMC
  • Metaverso

Existe uma coisa que ao final do texto eu discorro sobre o que eu acredito que deveria ser a principal busca do mercado AEC em 2022 e que definitivamente você não vai ouvir falar em nenhum lugar.

Já falamos bastante disso aqui neste espaço, então não vai ser muita novidade, mas é só pra criar um suspense mesmo.

O que então são as novas (ou não tão novas assim) sopas de letrinhas?

Vamos as definições.

web3 (2/7)

descentralização
descentralização

Já falamos aqui sobre descentralização algumas vezes e esse conceito vai ficar cada vez mais forte a partir de 2022.

Antes de cair na web3, como chegamos a ela? Qual foi o caminho que traçamos?

Bom, a web 1.0 nada mais é do que o nascimento da internet na década de 90 em que quem estava ali estava consumindo conteúdo de sites de aparência duvidosa e estático (basicamente era uma página com texto e imagem). É como uma internet de somente leitura.

A web 2.0 surgiu em meados dos anos 2000 evoluindo aquelas páginas estáticas para uma internet interativa e social, ou seja, você não mais está preso em um texto ou imagem estática, agora é possível criar conteúdo de maneira simples e sem necessariamente ser um programador profundo de HTML para existir neste mundo.

Da evolução da web 2.0 surgiram vários problemas e os principais foram na questão de segurança e utilização de dados que levaram a criação de GDPR.

A web3 ou web 3.0 é a evolução da web 2.0 para um modelo descentralizado em que o que é criado é criado para ser uma série de termos que são horríveis de serem traduzidos: verifiable, trustless, self-governing, permissionless, distributed and robust, stateful, native built-in payments.

O que da vida a web 3.0? Blockchain e descentralização.

Hoje já estamos acostumados a receber no fechamento do dia do mercado o resultado dos índices das bolsas, o dólar, o euro e quanto está valendo o Bitcoin.

Na prática, acho difícil vermos no noticiário algo além do “empresa X agora aceita pagamentos em Bitcoin” quando o Bitcoin estiver subindo e “empresa X cancela pagamentos em Bitcoin” quando o Bitcoin estiver caindo.

No fim, é bom acompanhar e entender o que está acontecendo.

openBIM (3/7)

interoperabilidade fechada é fadada a envelhecer bem mal...
interoperabilidade fechada é fadada a envelhecer bem mal...

Se o mundo está caminhando para uma descentralização, ou pressupõe-se que está caminhando para isto como vimos na questão do web3, por que devemos ter os dados em construção centralizados em um formato único fechado?

Existem diversas iniciativas open source acontecendo e cada dia mais em que um programador pisa no terreno de AEC para estudar os padrões da BuildingSMART é uma força maior que o mercado AEC ganha no entendimento e facilidade de uso dos padrões abertos.

UX definitivamente não é o forte de AEC, menos ainda na BuildingSMART, mas mesmo com as dificuldades inerentes de linguagem foi interessante acompanhar em 2021 o nascimento de um movimento em que os padrões abertos saem do domínio de early-adopters e talvez comece a subir a curva de early-majority.

Intercambialidade pode ter sido uma saída para a indústria nos anos recentes, afinal, o mercado não espera e a interoperabilidade fechada pode ter funcionado até aqui, mas o discurso vai envelhecer muito mal se houver uma persistência de que este é um caminho válido para o futuro.

Como diria Charles Wicz, quem não acompanha openBIM é louco.

MMC (4/7)

vai ver como fazem essas máquinas...
vai ver como fazem essas máquinas...

MMC stands for Modern Methods of Construction. Uati?

Métodos Modernos de Construção é o que significa MMC e já existe uma literatura grande em torno do tema que aborda entre outros temas aquilo que eu vi de mais inovador em 2020/2021 no Brasil: a modularização e industrialização da construção.

Mais do que buzz, se você não viu, faça um favor a você mesmo e veja o webinar que o BIM Fórum Brasil fez com a Brasil ao Cubo sobre industrialização.

Particularmente eu não acredito muito na robotização da construção através de máquinas que fazem assentamento de tijolos, mas eu não duvido muito de que o futuro vamos ter uma fábrica de casas baseadas na fábrica mais alucinante que já visitei na vida até que eu entre em uma Gigafactory da Tesla: a fábrica da BMW em Munique, na Alemanha.

Conhecendo de perto algumas iniciativas de modularização e industrialização eu diria que o Brasil está muito bem-posicionado neste sentido, se o leviatã não atrapalhasse tanto e esmagasse tributariamente o setor produtivo já teríamos avançado algumas décadas.

O maior risco aqui, de longe, vem do leviatã e sua fome de arrecadar mais / lobby do establishment, nos demais temas o conhecimento que está sendo produzido no país é de orgulhar todo mundo que trabalha em AEC.

Foquei na modularização, mas MMC tem várias outras tecnologias que você pode entender melhor aqui.

Outro ponto importante aqui é a questão de sustentabilidade e fontes renováveis de energia, pode ter certeza que 2022 vão ter muitas notícias e pesquisas relacionadas ao tema.

Metaverso (5/7)

Imersão a vista
Imersão a vista

Buzz ou não, pode ter certeza de que 2022 vai chover notícias sobre Metaverso do tipo “empresa X contrata empresa Y para desenvolver sua sede no Metaverso”.

Já falamos bastante do tema aqui na Newsletter e a minha visão sobre isto é que é preciso acompanhar a tendência para entender os impactos disto nos negócios, podem existir sim boas oportunidades de negócios.

O cuidado em relação ao tema é o quanto haverá de fato a adoção no futuro desta tecnologia. Não vejo muito o mercado AEC fazendo todas as suas reuniões no Metaverso como quer o Bill Gates já em 2023, afinal, ainda em 2021 tem gente entregando projeto em CAD com todos os elementos no layer 0...

Já disse anteriormente, para mim o principal ponto é o acesso aos hardwares que te fazem entrar na brincadeira e a experiência como um todo, nisto eu acredito muito no que a Meta está fazendo em torno da interface natural.

O interessante aqui é comparar as estratégias da Alphabet (Google) com a da Meta (Facebook). Enquanto a Meta está mergulhando de cabeça neste mundo e querendo compatibilidade com a web3 a Alphabet está em uma linha (perante o mercado) defensiva e investindo muito em AR e Smart devices.

Busquem a visão de futuro do Sundar Pichai, é uma visão igual, porém diferente do que o Mark Zuckerberg tem.

Total Experience (6/7)

start
start

É o foco dia sim e dia também por aqui e é o que acredito que deveria ser o foco das empresas atualmente, afinal, de que adianta pular na frente do web3, modularizar a construção, ter padrões abertos e construir sua sede no Metaverso se você caga na cabeça dos clientes?

Já falamos algumas vezes de que entramos na era da experiência e o Total Experience nada mais é do que a junção da experiência do cliente, experiência do colaborador, experiência do usuário e jornada do cliente para alavancar os resultados da empresa.

Ninguém, mas ninguém vende melhor o seu negócio do que o seu cliente. É fácil trabalhar isto nas empresas? Definitivamente não, e a tendência em grandes organizações é esbarrar na burocracia de decisão e isto te consome por dentro.

Como fazer? Bem, aí dá para fazer um tratado em relação ao tema, mas minimamente toda empresa deveria ter a jornada do cliente mapeada e os pontos de interação com coleta de feedback do cliente em busca de melhorias.

A constante busca pelo crescimento passa pela constante melhoria baseada no feedback de quem usa o seu produto e, claro, de quem constrói o produto para o clientes. Só focar em um lado hoje em dia é complicado e o turnover das empresas está aí para não me deixar mentir.

Talvez não tenhamos tantas notícias em relação a este tema, mas fica minha singela contribuição sobre o que deveria ser o foco de verdade para 2022.

Keep Learning (7/7)

e pra resolver isso?
e pra resolver isso?

A única certeza que tenho para 2022 é que os aprendizados continuarão com foco naquilo que você leu por aqui na edição desta newsletter.

O projeto da AEC Experience tem sido bastante legal e a constância e cadência que damos ao espaço foi bem recompensador até o momento.

Talvez em 2022 possamos ampliar o leque de atuação, alguns novos produtos podem surgir a partir daqui nada que demande muito trabalho, mas que traga melhor atendimento ao público que vamos cativando por aqui.

Se você gostou do conteúdo curte aí e compartilhe com os amigos, temos muito o que crescer no próximo ano.

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Obrigado,

Abs.

Tiago Ricotta

Publicado em 29 de Dezembro de 2021 às 13:04