#0037: Como diria Alan Kay “a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”. Muitos termos novos surgiram em 2021, sementes foram plantadas, em 2022 vão florescer?
#0037: Como diria Alan Kay “a melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo”. Muitos termos novos surgiram em 2021, sementes foram plantadas, em 2022 vão florescer? | ||
Conceitos (1/7) | ||
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Longe de ser Nostradamus ou brincar de adivinhação, mas parte do trabalho na empresa é analisar o que está ocorrendo no mercado e direcionar os esforços para estudar novas tecnologias e fluxos de trabalho que aumentem a produtividade dos clientes. | ||
Sendo assim, passamos o ano inteiro conversando sobre diversos temas que fazem parte da hype de tecnologia, algumas são hypes antigas e requentadas, mas nem por isso devemos menosprezar ou ignorar, afinal, em tecnologia o timing também é muito importante. | ||
Não foram poucas as vezes em que abordei um tema e alguém veio comentar que isso já tinha sido testado 10, 20 ou 30 anos atrás e que era besteira dar atenção a determinado assunto, mas 10, 20 ou 30 anos atrás não tínhamos a internet e celulares que temos hoje, a sociedade que temos hoje e, principalmente, a briga pela atenção que temos hoje em dia. | ||
Sendo assim, para ser curto e grosso no processo, o que eu acredito que vamos ouvir falar cada vez mais em 2022 que pode impactar o setor de AEC é o seguinte (não necessariamente nesta ordem): | ||
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Existe uma coisa que ao final do texto eu discorro sobre o que eu acredito que deveria ser a principal busca do mercado AEC em 2022 e que definitivamente você não vai ouvir falar em nenhum lugar. | ||
Já falamos bastante disso aqui neste espaço, então não vai ser muita novidade, mas é só pra criar um suspense mesmo. | ||
O que então são as novas (ou não tão novas assim) sopas de letrinhas? | ||
Vamos as definições. | ||
web3 (2/7) | ||
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Já falamos aqui sobre descentralização algumas vezes e esse conceito vai ficar cada vez mais forte a partir de 2022. | ||
Antes de cair na web3, como chegamos a ela? Qual foi o caminho que traçamos? | ||
Bom, a web 1.0 nada mais é do que o nascimento da internet na década de 90 em que quem estava ali estava consumindo conteúdo de sites de aparência duvidosa e estático (basicamente era uma página com texto e imagem). É como uma internet de somente leitura. | ||
A web 2.0 surgiu em meados dos anos 2000 evoluindo aquelas páginas estáticas para uma internet interativa e social, ou seja, você não mais está preso em um texto ou imagem estática, agora é possível criar conteúdo de maneira simples e sem necessariamente ser um programador profundo de HTML para existir neste mundo. | ||
Da evolução da web 2.0 surgiram vários problemas e os principais foram na questão de segurança e utilização de dados que levaram a criação de GDPR. | ||
A web3 ou web 3.0 é a evolução da web 2.0 para um modelo descentralizado em que o que é criado é criado para ser uma série de termos que são horríveis de serem traduzidos: verifiable, trustless, self-governing, permissionless, distributed and robust, stateful, native built-in payments. | ||
O que da vida a web 3.0? Blockchain e descentralização. | ||
Hoje já estamos acostumados a receber no fechamento do dia do mercado o resultado dos índices das bolsas, o dólar, o euro e quanto está valendo o Bitcoin. | ||
Na prática, acho difícil vermos no noticiário algo além do “empresa X agora aceita pagamentos em Bitcoin” quando o Bitcoin estiver subindo e “empresa X cancela pagamentos em Bitcoin” quando o Bitcoin estiver caindo. | ||
No fim, é bom acompanhar e entender o que está acontecendo. | ||
openBIM (3/7) | ||
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Se o mundo está caminhando para uma descentralização, ou pressupõe-se que está caminhando para isto como vimos na questão do web3, por que devemos ter os dados em construção centralizados em um formato único fechado? | ||
Existem diversas iniciativas open source acontecendo e cada dia mais em que um programador pisa no terreno de AEC para estudar os padrões da BuildingSMART é uma força maior que o mercado AEC ganha no entendimento e facilidade de uso dos padrões abertos. | ||
UX definitivamente não é o forte de AEC, menos ainda na BuildingSMART, mas mesmo com as dificuldades inerentes de linguagem foi interessante acompanhar em 2021 o nascimento de um movimento em que os padrões abertos saem do domínio de early-adopters e talvez comece a subir a curva de early-majority. | ||
Intercambialidade pode ter sido uma saída para a indústria nos anos recentes, afinal, o mercado não espera e a interoperabilidade fechada pode ter funcionado até aqui, mas o discurso vai envelhecer muito mal se houver uma persistência de que este é um caminho válido para o futuro. | ||
Como diria Charles Wicz, quem não acompanha openBIM é louco. | ||
MMC (4/7) | ||
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MMC stands for Modern Methods of Construction. Uati? | ||
Métodos Modernos de Construção é o que significa MMC e já existe uma literatura grande em torno do tema que aborda entre outros temas aquilo que eu vi de mais inovador em 2020/2021 no Brasil: a modularização e industrialização da construção. | ||
Mais do que buzz, se você não viu, faça um favor a você mesmo e veja o webinar que o BIM Fórum Brasil fez com a Brasil ao Cubo sobre industrialização. | ||
Particularmente eu não acredito muito na robotização da construção através de máquinas que fazem assentamento de tijolos, mas eu não duvido muito de que o futuro vamos ter uma fábrica de casas baseadas na fábrica mais alucinante que já visitei na vida até que eu entre em uma Gigafactory da Tesla: a fábrica da BMW em Munique, na Alemanha. | ||
Conhecendo de perto algumas iniciativas de modularização e industrialização eu diria que o Brasil está muito bem-posicionado neste sentido, se o leviatã não atrapalhasse tanto e esmagasse tributariamente o setor produtivo já teríamos avançado algumas décadas. | ||
O maior risco aqui, de longe, vem do leviatã e sua fome de arrecadar mais / lobby do establishment, nos demais temas o conhecimento que está sendo produzido no país é de orgulhar todo mundo que trabalha em AEC. | ||
Foquei na modularização, mas MMC tem várias outras tecnologias que você pode entender melhor aqui. | ||
Outro ponto importante aqui é a questão de sustentabilidade e fontes renováveis de energia, pode ter certeza que 2022 vão ter muitas notícias e pesquisas relacionadas ao tema. | ||
Metaverso (5/7) | ||
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Buzz ou não, pode ter certeza de que 2022 vai chover notícias sobre Metaverso do tipo “empresa X contrata empresa Y para desenvolver sua sede no Metaverso”. | ||
Já falamos bastante do tema aqui na Newsletter e a minha visão sobre isto é que é preciso acompanhar a tendência para entender os impactos disto nos negócios, podem existir sim boas oportunidades de negócios. | ||
O cuidado em relação ao tema é o quanto haverá de fato a adoção no futuro desta tecnologia. Não vejo muito o mercado AEC fazendo todas as suas reuniões no Metaverso como quer o Bill Gates já em 2023, afinal, ainda em 2021 tem gente entregando projeto em CAD com todos os elementos no layer 0... | ||
Já disse anteriormente, para mim o principal ponto é o acesso aos hardwares que te fazem entrar na brincadeira e a experiência como um todo, nisto eu acredito muito no que a Meta está fazendo em torno da interface natural. | ||
O interessante aqui é comparar as estratégias da Alphabet (Google) com a da Meta (Facebook). Enquanto a Meta está mergulhando de cabeça neste mundo e querendo compatibilidade com a web3 a Alphabet está em uma linha (perante o mercado) defensiva e investindo muito em AR e Smart devices. | ||
Busquem a visão de futuro do Sundar Pichai, é uma visão igual, porém diferente do que o Mark Zuckerberg tem. | ||
Total Experience (6/7) | ||
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É o foco dia sim e dia também por aqui e é o que acredito que deveria ser o foco das empresas atualmente, afinal, de que adianta pular na frente do web3, modularizar a construção, ter padrões abertos e construir sua sede no Metaverso se você caga na cabeça dos clientes? | ||
Já falamos algumas vezes de que entramos na era da experiência e o Total Experience nada mais é do que a junção da experiência do cliente, experiência do colaborador, experiência do usuário e jornada do cliente para alavancar os resultados da empresa. | ||
Ninguém, mas ninguém vende melhor o seu negócio do que o seu cliente. É fácil trabalhar isto nas empresas? Definitivamente não, e a tendência em grandes organizações é esbarrar na burocracia de decisão e isto te consome por dentro. | ||
Como fazer? Bem, aí dá para fazer um tratado em relação ao tema, mas minimamente toda empresa deveria ter a jornada do cliente mapeada e os pontos de interação com coleta de feedback do cliente em busca de melhorias. | ||
A constante busca pelo crescimento passa pela constante melhoria baseada no feedback de quem usa o seu produto e, claro, de quem constrói o produto para o clientes. Só focar em um lado hoje em dia é complicado e o turnover das empresas está aí para não me deixar mentir. | ||
Talvez não tenhamos tantas notícias em relação a este tema, mas fica minha singela contribuição sobre o que deveria ser o foco de verdade para 2022. | ||
Keep Learning (7/7) | ||
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A única certeza que tenho para 2022 é que os aprendizados continuarão com foco naquilo que você leu por aqui na edição desta newsletter. | ||
O projeto da AEC Experience tem sido bastante legal e a constância e cadência que damos ao espaço foi bem recompensador até o momento. | ||
Talvez em 2022 possamos ampliar o leque de atuação, alguns novos produtos podem surgir a partir daqui nada que demande muito trabalho, mas que traga melhor atendimento ao público que vamos cativando por aqui. | ||
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Tiago Ricotta | ||
Publicado em 29 de Dezembro de 2021 às 13:04 |