Um ano participando do Connect & Scale
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Um ano participando do Connect & Scale

#0049: Um pouco mais de 365 atrás decidi apoiar a Trimble em sua estratégia de Conectar & Escalar visando o desenvolvimento de uma plataforma e construção de um ecossistema de construção, uma escolha com uma tonelada de aprendizados.

Tiago Ricotta
8 min
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#0049: Um pouco mais de 365 atrás decidi apoiar a Trimble em sua estratégia de Conectar & Escalar visando o desenvolvimento de uma plataforma e construção de um ecossistema de construção, uma escolha com uma tonelada de aprendizados.

O Desafio (1/7)

Trimble Connect & Scale 
Trimble Connect & Scale 

Rob Painter, CEO da Trimble Inc., em seus calls trimestrais com investidores sempre dá um overview geral da estratégia estabelecida em 2020 na empresa para o processo de pensamento sobre o que vai ser a construção do futuro.

O principal papel de um CEO é pensar e imaginar a empresa do futuro que irá destruir sua empresa atual, afinal, se ele não fizer isso outra empresa o fará. A visão de futuro é aquilo que de mais importante que a principal liderança de uma empresa deve ter, e é isto que fará atrair talentos e mantê-los na empresa, uns chamam de propósito, eu gosto da visão de futuro mesmo.

Depois de vários anos lidando com a complexidade da indústria com sucessos e aprendizados (afinal, só fracassa quem não aprende nada), ter a visão geral do que uma gigante como a Trimble Inc. estava pensando para o futuro foi que ajudou no processo de escolha de subir no barco.

Qualquer StartUp no mundo de construção gosta de falar sobre o TAM (Total Addressable Market) da construção global, mas existe um erro muito comum das construtechs em utilizar o dado de U$ 10 trilhões, dado este que é o mais repetido sobre o tamanho do mercado de construção civil global. O erro que eu vejo deste dado é: se você não atua de ponta a ponta (toda a cadeia construtiva), você não pode usar o TAM como o tamanho do mercado que você vai atuar.

Bom, é só pegar os dados de um empreendimento construtivo: você pode investir R$ 25 milhões para construir uma torre residencial, mas menos de R$ 1 milhão é o custo de projeto em todo o seu ciclo, isto pode gerar um VGV (Valor Geral de Venda) que não é difícil ultrapassar R$ 80 milhões, sendo assim, qual o pedaço da torta que a construtech vai pegar?

Acho mais razoável e realista quando uma construtech fala que dentro dos U$ 10 trilhões ela esta mirando os X% que representa o mercado de projetos ou Y% do mercado de construção leve, não todos os U$ 10 milhões de uma vez.

E por que estou falando disso e misturando com a Trimble? Pelo simples motivo da empresa ter mais de 2000 patentes em setores que vão de hardware e software em diversas indústrias, entre elas construção, logo, se você quer conectar a construção do futuro o desafio se torna mais atingível se você controla até as máquinas que vão fazer uma terraplenagem.

E esta é a beleza do Connect & Scale, a seguir vamos destacar aquilo que é já divulgado e que torna o futuro da construção mais interessante e um pouco do que aprendemos no caminho.

SketchUp and Scale (2/7)

Simples e poderoso
Simples e poderoso

Ao longo de um ano de trabalhamos muito forte na divisão de Architecture & Design para demonstrar e, principalmente, abrir o potencial do SketchUp para América Latina.

O mais legal da jornada é a evolução da visão sobre as coisas e de futuro. Quantas vezes eu não comentei aqui ao longo do ano nas quase 50 newsletters que escrevi como era importante a questão de experiência do usuário, evitar custos ocultos, tornar mais simples o gerenciamento das informações?

Esta mentalidade do “simples, mas poderoso” é a materialização da famosa filosofia de que é preciso muita genialidade para tornar o complexo simples, tendo a capacidade de trabalhar com conjunto com produtos para auxiliar no desenvolvimento dos próximos passos é algo muito legal e um aprendizado enorme.

Com isto, ao ver o que é possível fazer com o SketchUp e trazendo a experiência de organização e fluxos de trabalho, foi juntar A com Crá para colocar a Trimble Inc. no BIM Fórum Brasil, criar um programa de experiência que ajudou LATAM a ter dois cases globais (Brasil ao Cubo e Pozas) que nos ajudaram a ter mais de 80% de crescimento no ano levando a um Mérito muito bem-vindo ao final do primeiro ciclo (o que não é muito comum em multinacionais).

Spot and Scale (3/7)

Melhor amigo dos profissionais de campo
Melhor amigo dos profissionais de campo

Na linha de pensar o que é a construção do futuro foi no mínimo surpreendente imaginar que algumas obras nos EUA desde outubro já podem contar com nosso melhor amigo em forma de robô para auxiliar no processo de escaneamento do que esta sendo desenvolvido diariamente e assim confirmar avanços de obra.

Para quem não sabe do que estou falando, o Spot é o robô doguinho da Boston Dynamics que pode ser alugado com um contrato turnkey com a Trimble na divisão de Fieldtech.

O bom do doguinho eletrônico é que ele já pode vir adestrado no qual você ao receber o bichinho pode configurar o trajeto que o mesmo irá fazer e, com o laserscan da Trimble no lombo, ele vai subir e descer escadas, andar pelos andares e já ir capturando a realidade do que esta sendo construído.

A parte interessante é que o Spot tem um monitor de bateria que faz com que ele vá calculando seu tempo de vida útil no trabalho e quando esta ficando sem bateria ele automaticamente vai até a base de carregamento, deita, se carrega e quando percebe que já pode voltar para a labuta levanta e vai fazendo seu processo de trabalho novamente.

O que me assusta nesta história é a velocidade com que surgiram os primeiros doguinhos da Boston Dynamics e como eles em pouco tempo já estavam em produção direto no campo.

Reality and Scale (4/7)

Hololens na obras
Hololens na obras

Em agosto de 2021 foi muito interessante o anúncio do CEO Rob sobre a nova contratação da empresa para o cargo de CTO: Poppy Crum - pesquisadora sobre Design Research e Design Criativo e Crítico que defende que a tecnologia empática pode abrir muitos horizontes no processo de design e construção.

A maioria das pessoas já pensa sobre as formas de melhorar as máquinas, mas as mais recentes pesquisas indicam que a melhor maneira de melhorar as interfaces humano-computador é através da tecnologia empática: sensores, câmeras e software, por exemplo, usados para atender a necessidade do indivíduo.

A visão dela combinada ao que a empresa já tinha de parceria com a Microsoft e outros fabricantes trás algo muito legal que é a capacidade de moldar a construção dentro de um ambiente virtual.

Obviamente ainda tem um longo caminho pela frente, mas poder acompanhar a evolução do que pode ser o futuro misto de construção e ter a possibilidade de trazer isto para mais perto do nosso país é algo único.

Heavy and Scale (5/7)

Análise multicritério
Análise multicritério

Uma das áreas que mais gostei de trabalhar no passado foi quando juntamos fluxos de trabalho BIM com a espacialidade GIS para criação de análises multicritério para obras de infraestrutura.

Sementes de 2018 floresceram em 2022, muita coisa plantada naquela época finalmente saiu nos últimos meses o que só confirma que a visão naquela época estava certa.

Diante disto, conhecer o que pode ser feito com análise multicritério para obras lineares com tecnologias das divisões de Heavy Industries e Geospatial é algo que me fez lembra muito um grande amigo “não sabia que existia, mas já não sei como vivo sem”.

Ver como 50 traçados podem ser calculados usando análise multicritério e, após a escolha do melhor traçado, como isto chega na base central de um veículo que vai autonomamente nivelar o terreno para construção daquele traçado é o que sempre quis ver após o trabalho de 2018.

Connect and Scale (6/7)

Uma das coisas que mais gosto é entender a história por trás de algumas decisões e uma das histórias que mais gostei de conhecer foi o processo de desenvolvimento de algumas aplicações que geraram o Trimble Connect.

De um lado havia os finlandeses do Tekla BIM Sight que até hoje é um dos cases mais bacanas de growth que temos dentro da indústria AEC. Do outro havia a recém adquirida Gehry Technologies com o GTeam. Da fusão dos dois saiu o Trimble Connect

Em 2012 conseguimos trazer a Gehry Technologies para palestrar em um evento que a empresa estava sediando no cinema do JK Iguatemi, o nível de trabalho era surreal, mas isso não significa que as consultorias da Gehry acabaram desde a compra em 2014, na verdade se o projeto é desafiador é sim possível trazer os arquitetos e engenheiros da empresa para trabalhar em conjunto com as engenharias brasileiras.

Desenvolver o CDE de mais de 20 milhões de usuários até abril/2022 não é o único legado da empresa, vários prédios, metrôs, aeroportos continuam se beneficiando do conhecimento adquirido ao longo dos anos e ter a oportunidade de aprender um pouco mais com eles em algumas reuniões foi algo muito gratificante.

People and Scale (7/7)

Foi um primeiro ano bastante interessante este na empresa e com a certeza de que a visão de futuro que esta sendo construída é algo que anima muito para os próximos anos.

Foi muito bom dar uma oxigenada, ver coisas diferentes, conhecer outros mercados, outras pessoas e visões de mundo totalmente fora da caixa que estava acostumado.

Ficar na zona de conforto definitivamente não é algo que nos move, vamos seguir compartilhando muitas experiencias aqui no canal, para isso nos ajude a continuar a crescer o canal compartilhando o nosso conteúdo e seguindo nosso canal:

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Obrigado,

Abs.

Tiago Ricotta

Publicado em 21 de Abril de 2022 às 18:46