Foi no Outono de 1933, na cidade de Nova York, que eu
Foi no Outono de 1933, na cidade de Nova York, que eu |
fui até Abdullah e lhe apresentei um problema. Ele me |
fez uma única e simples pergunta, "O que você quer?" |
Eu lhe disse que eu gostaria de passar o inverno em |
Barbados, porém eu estava quebrado. Eu literalmente |
não tinha um centavo. |
"Se você se imaginar em Barbados," disse ele, |
"pensando e vendo o mundo a partir deste estado de |
consciência, ao invés de pensar sobre Barbados, você |
passará o inverno lá. Você não deve se preocupar com |
os meios para chegar lá, pois o estado de consciência |
de estar em Barbados, se ocupar a sua imaginação, |
conceberá o meio mais adequado para realizar-se." |
O homem vive ligando-se a estados invisíveis, fundindo |
sua imaginação com aquilo o que ele vê, como algo |
diferente de si, e nesta união, ele experimenta os |
resultados desta fusão. Ninguém pode deixar de viver |
aquilo o que vive, salvo pelo desligamento do estado |
onde naturalmente se vive as coisas experimentadas. |
"Você deve imaginar-se exatamente no estado do seu |
desejo realizado," Abdullah me disse: "Caia no sono |
vendo o mundo através de Barbados." |
O mundo que descrevemos através da observação deve |
estar de acordo como o que descrevemos em relação a |
nós mesmos. Nossa imaginação nos conecta com o |
estado desejado, mas devemos usar a imaginação com |
maestria, não como um espectador pensando no final |
da cena, mas como um integrante da cena, pensando a |
partir da cena. Na verdade, devemos estar lá, em |
imaginação. Se fizermos isso, nossa experiência |
subjetiva será realizada objetivamente. |
"Isto não é mera fantasia," ele disse, "...mas sim, uma |
verdade que você poderá provar na prática." |
O seu apelo para entrar no pedido realizado era a chave |
para se pensar a partir do fim. Cada Estado já existe |
como uma "mera possibilidade", enquanto você pensar |
sobre ele, mas se torna extremamente real quando você |
pensa a partir dele. Pensar a partir do fim é o caminho |
para Cristo. |
Eu comecei isso bem ali, fixando os meus pensamentos |
além dos limites dos sentidos, na sensação de já estar |
em Barbados, vendo o mundo através deste ponto de |
vista, e não sobre os aspectos aos quais meu presente |
estado dava vida. |
Ele enfatizava a importância do estado em que o |
homem vê o mundo conforme ele cai no sono. Todos os |
profetas afirmam que a voz de Deus é especialmente |
ouvida pelo homem durante os seus sonhos. |
Em um sonho, em uma visão durante a noite, quando o |
sono profundo cai sobre os homens, adormecidos em |
suas camas, ele abre os seus ouvidos e sela a sua |
instrução. (Jó 33, versículos 15 e 16). |
Naquela noite, e durante várias noites seguintes, eu |
adormeci estando com a concepção que eu estava na |
casa do meu pai, em Barbados. Dentro de um mês, |
recebi uma carta do meu irmão dizendo que ele tinha |
um forte desejo de reunir a família para o Natal, e me |
pedia para usar uma passagem de barco já reservada, |
para Barbados. Eu naveguei dois dias depois de receber |
a carta do meu irmão, e passei um inverno maravilhoso |
em Barbados. |
Este acontecimento me convenceu que o homem pode |
ser qualquer coisa que ele quiser, se ele manter uma |
concepção constante, e pensar através de um fim. Me |
mostrou também que eu já não posso mais arrumar |
desculpas, colocando a culpa nos fatores externos — |
que o meu próprio sucesso e meu próprio fracasso não |
dependem de coisa alguma, a não ser de mim mesmo e |
do estado através do qual eu enxergo o mundo e as |
coisas nele manifestadas. |
O homem, que é livre em suas escolhas, age através de |
concepções que ele mesmo escolhe livremente, embora |
nem sempre sabiamente. Todos os possíveis estados |
aguardam a nossa escolha e a nossa posse, mas nenhum |
nível racional é capaz, por si só, de nos conduzir ao |
estado de consciência que se precisa possuir. |
Um cenário imaginativo é a única coisa a se buscar. |
O maior objetivo da imaginação é criar em nós "o |
espírito de Jesus," que é o contínuo perdão dos |
pecados, a contínua identificação do homem com o seu |
ideal. Somente através da nossa identificação com o |
nosso objetivo, é que nós poderemos nos perdoar por |
nossas falhas. Todo o resto é um esforço inútil. Neste |
ponto, para qualquer lugar ou estado em que |
encaminharmos a nossa imaginação, para o mesmo |
lugar ou estado nos encaminharemos fisicamente |
também. |
Na casa de meu pai existem muitas mansões. Se não |
fosse assim, EU vos teria dito. EU vou para prepararvos um lugar. |
E se EU for e vos preparar um lugar, eu |
retornarei novamente e os tomarei para mim, para que |
onde EU estiver, estejais vós também... E agora eu vos |
digo isso antes que aconteça, para que quando isso |
acontecer, que vós possais acreditar também. (João 14, |
versículos 2, 3 e 29). |
Dormir na casa do meu pai em minha imaginação, como |
se eu realmente estivesse dormindo lá em carne e osso, |
fundiu a minha imaginação com este estado, e por isso |
fui compelido à experiência deste Estado em carne e |
osso também. |
Isto se tornou tão vívido para mim, que eu poderia ter |
sido visto na casa do meu pai se algum sensitivo |
entrasse em sua sala, onde eu dormia em minha |
imaginação. |