Algo que a "nova economia" não conseguiu recuperar

Talvez você tenha visto o título pensando que eu iria falar de economia ou política. Mas o que trago neste texto é algo que anda muito escasso e que por mais que se tente recuperar o planeta, a economia e outras áreas correlatas, existe algo que há muito tenho notado grande escassez: a verdadeira amizade!

Dando continuidade à serie sobre relacionamentos (o primeiro texto está aqui), desta vez decidi avançar um pouco mais no círculo de relacionamentos que todo ser humano tem (ou pelo menos deveria). Conforme o diagrama a seguir:

Mas, o que é ser amigo? Bem, na verdade, gostaria de começar dizendo o que NÃO é ser amigo: Ser amigo nada tem a ver com apoiar 100% com o que a pessoa faz, isso é bajulação.

Antes de continuarmos, gostaria de te fazer uma pergunta:

Qual foi a última vez que um amigo teu chegou pra ti e falou

• que o mundo não gira em torno de você

• que ficar buscando -a cada três meses- o emprego perfeito vai te frustrar mais do que propor felicidade

• que você errou na sua atitude

Pois é...

O verdadeiro amigo repreende quando necessário. Mas, infelizmente, no presente século a amizade se resumiu à likes e comentários em posts nas redes sociais, tirando o real sentido e profundidade do que é ser amigo e isso pode causar uma falsa impressão de que somos queridos.

Já parou pra pensar que quase nunca temos pessoas para nos repreender?! Mas, antes de continuar vamos entender a origem da palavra repreender.

Ela tem origem do Latim reprehendere que quer dizer “puxar de volta ao caminho”.

Dito isso, voltemos.

Muitas vezes nos perdemos durante o caminho por achar que somos donos do mundo e que tudo e todos devem nos servir e estarem disponíveis bem quando queremos. E não é bem assim, jovem gafanhoto! Nada nunca é só sobre você.

Mas, por que não encontramos este tipo de pessoa tão facilmente?

Porque, justamente, não é fácil ter discernimento da linha ténue que há entre a repreensão que gera vida e vigor para dar forças à pessoa melhorar e continuar a viver, e a crítica que vem para derrubar ainda mais a pessoa.

Para exercer uma função como esta, existe um ponto relacionado à maturidade a considerar: ter vivido experiências de vida e situações que exigiram resiliência na tomada de decisão desta pessoa.

Diante disso, gostaria de provocar você: Quantas pessoas você tem em seu círculo de amizades que podem chegar e te dar conselhos e te “puxar de volta ao caminho”?

Vivemos tempos em que quando uma pessoa nos chama a atenção sobre algo que fazemos de errado não temos a maturidade de processar e refletir sobre a “puxada de volta ao caminho”. Somos muito reativos, reagimos baseados nas emoções e humor, não queremos que nosso ego seja ferido. Por isso que digo que é um exercício constante (nada fácil!) demonstrar atitudes proativas diante de alguém que te “puxa de volta ao caminho”.

É mais complicado do que imaginamos...

Sabe o que acho engraçado?! Sempre vamos ter pessoas para “nos apoiar” nas decisões que tomamos, mas (QUASE) nenhuma destas pessoas irá chorar e sentir a dor e o gosto amargo das consequências com você. A pessoa que é amiga de verdade, ela irá te “puxar de volta ao caminho” e te dar um novo rumo, colocando remédio nas feridas da tua alma.

Para encerrar, gostaria de deixar um trecho bíblico que tenho pensado muito nele nos últimos 3 dias.

“Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” (Bíblia Sagrada. Livro dos Provérbios cap. 27, vers. 6)

Não se esqueça de dar ping no texto, comentar e compartilhar com todos os seus amigos que você realmente considera.

Abraços!