A PÉ NAS NUVENS
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A PÉ NAS NUVENS

A PÉ NAS NUVENS

Monica G. e Daniela S.
4 min
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A PÉ NAS NUVENS

Seguimos a pé nas nuvens. Parece estranho seguir por onde ninguém esperava. Mas é impossível conter o ímpeto da caminhada. Somos filhas do fruto dessa jornada e deste nada que nos abraça. 

Seguimos por um caminho árido cercado por água parada que não nos reflete, apenas turva essa nossa existência cansada.

Não sabemos muita coisa, a não ser que devemos seguir por essa estrada.

Às vezes os nossos olhos são desertos. Outras vezes são praia.

Não sabemos se devemos esperar da vida alguma coisa. Só sabemos que não abrimos mão de contar uma história nunca contada. A nossa história. Tantas vezes apagada, reescrita, recontada, omitida, deturpada, silenciada. Uma história que só a nós pertence. E a mais ninguém. Mas que mesmo ao tempo é a história de cada um, de toda gente que segue como nós rumor por rotas mal traçadas escrevendo um destino que nós não sabemos se existe, mas que todo dia bate à nossa porta, impaciente, insistente, para nos fazer sair e olhar o sol quando é dia e olhar a lua quando é madrugada. Eita destina-se a seguir que não aceita a palavra desistência no nosso se nosso, que nos obriga a seguir os pés descalços,

Você pode nos perguntar tudo o que quiser e nós podemos simplesmente não querer te responder. Apenas escrevemos com as tintas que encontramos pelo caminho. Às vezes na pele. Às vezes na carne. Às vezes no papel. Às vezes nos sonhos. Mas não largamos a mão de escrever. É a nossa sina. Não podemos mais fugir. Até já tentamos. Mas a vida, com todos os nossos caprichos, nos trouxe de volta, colocou um lápis em nossas mãos e falou ao pé dos ouvidos. escreva, escreva, pintem o mundo, desenhem o sonho, me encatem, sonho contem, e só aí, vocês vão encontrar paz que o mundo ainda não vai encontrar uma que existe.

Somos definitivamente impensáveis. Figuras que não se encaixam no espelho. Somos o que queremos ser apesar de tudo e todos.

É fato. Temos uma pretensão, uma ousadia de sermos uma interrogação poética. Literária. Talvez fictício. Não sei ao certo. Mas o que realmente nos interessa é a poeira que vai subir pela estrada enquanto a gente vai viver. Vai crescendo. Vai envelhecendo. Vai renascendo. Vai sendo. Sempre. Deixando um rastro de humanidade que traduz nas folhas de papel que muitas vezes jogamos fora pelo caminho. E que outras vezes guardamos como gravação. Mas existem folhas especiais, que sempre nos dizem muito. Essas tatuagens no peito, guardamos perto de nós para não cair no esquecimento. Não queremos que se apaguem. Elas são mãe, são filha. São vocês. Somos nós. Os momentos que importam sendo eternos.

Uma dúvida. Talvez 2 ou 3. Quem somos? buscam os poetas. Ousamos acreditar que somos as histórias que contam de nós, mesmo que não sejam reais. Quem sabe fruto que deixamos tatuado nos olhares. Alguns que nos amam. Outros que amamos. Poucos que nos odeiam. E uma quantidade indefinida dos que não fazem a menor diferença.

Vão poetas. Nós? Poetas? Não! Somos seres viventes. Escreventes. Tecendo histórias para aliviar nosso coração do peso dias, do peso do peso dias.

Você quer saber se o que escrevemos é verdade ou não? Esqueça. Esse prazer nós não te damos. Nos divertimos com essa molecagem de escrever verdade como ficção e ficção como verdade. Decifra-nos ou devoramos-te? Jamais. Não perca tempo tentando entender o mundo. Venha celebrar um mistério. Para que acabar com a festa antes do tempo? Ofereça conosco um brinde à literatura e sua infinita sabedoria que nos faz pensar que sabe de tudo enquanto nada sabe. Nem quem somos nós.

Mônica G.

Contato/Pix: duasolivro@gmail.com

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