Nem tudo são flores (ou tulipas): criptoativos também estão suscetíveis a riscos. Pois bem, precisamos falar sobre eles!
Por Ronaldo Raposo. | ||
Dia #7 | ||
Falar sobre Web3 é como assistir àqueles ilusionistas de circo com o truque do pano infinito: na lapela do paletó, um singelo pedaço de fita. Mas, quando você o puxa, não param de sair cores, retalhos, cortes e tecidos -- tudo emendado por nós muito bem dados. E quem é o palhaço? Isso mesmo, a gente. | ||
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Dia #9 | ||
Se você acompanhou a última news, percebeu que tratar de NFT é falar sobre capital. A Web3, de maneira geral, nos permite pensar de maneira autônoma quanto a monetização do nosso conteúdo, sendo os tokens não fungíveis um meio incrível de atingir uma nova forma de relação com o nosso público. | ||
Porém, tal qual a anedota da fita infinita, um assunto puxa o outro. E, bom, se você está disposto a entender mais sobre o assunto, é sempre preciso dar uns passos atrás. Falar sobre NFTs leva ao debate sobre blockchain, intimamente ligado às criptomoedas. Essas, por sua vez, conduzem a discussão sobre o que é um ativo e, para falar sobre ativos, não podemos fugir dos riscos. | ||
E qual é a melhor maneira de discutir riscos? Falando delas, as tulipas. | ||
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As tulipas são um grande símbolo nacional da Holanda. Tudo começou quando, em 1593, o botânico Carolus Clusius levou para o país alguns bulbos de tulipa vindos diretamente da Constantinopla, e o sucesso foi imediato. | ||
A chegada das tulipas na região provocou um frisson imediato: todo mundo queria um bulbo de tulipa; além de uma beleza notável e extrínseca ao ambiente, a exclusividade da planta atraía a atenção das altas camadas da sociedade holandesa. Assim, em pouquíssimo tempo, tulipa virou uma obsessão, tornando-se sinônimo de status no país. | ||
A procura pelas tulipas era tão fervorosa que especuladores compravam bulbos da planta e revendiam por preços altíssimos; no século XVII, era comum ver pessoas trocando bens pelas tulipas -- alguns adoidados, inclusive, trocavam suas casas por meia dúzia de tulipas (eu não tô brincando). | ||
Estudos apontam que um bulbo de tulipas chegou a custar o equivalente a R$ 200 mil. Era a tulipomania tomando conta dos países baixos. Até que, em algum momento da história, um iluminado pensou: "galera, isso é uma planta, apenas". Quando essa consciência tornou-se coletiva, figurou a primeira grande bolha financeira da história. | ||
Ocorre que o mercado das tulipas é sazonal, uma vez que demoram de 7 a 12 anos para florescer. Em vista desse horizonte de tempo, os especuladores holandeses passaram a vender contratos de tulipas (tipo os contratos de futuros negociados na bolsa de valores). Mas, quando bateu a bad na galera percebendo que estavam trocando bens valiosos por um punhado de plantas, o circo já estava armado. | ||
Nem preciso ir muito além nessa história -- spoiler: foi um caos. Mas esse fato nós diz muito sobre os dias atuais. Quando falamos em ativos, estamos tratando de elementos com valor. Assim, podemos pensar ativos a partir de categorias: | ||
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Nesse sentido, ambos podem ser subdivididos em: | ||
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Para facilitar a visualização, podemos pensar a partir do plano cartesiano (handmade by me, bora dar valor) abaixo: | ||
Consegue perceber a diferença? Tomemos o dólar por referência: trata-se de um ativo fungível e tangível, já que tocamos nele e o usamos para transações. O Bitcoin, por sua vez, é um ativo intangível e fungível, pelo fato de que, apesar de não ser material, comporta-se tal qual uma moeda (limitado e especulativo). | ||
Uma casa, por outro lado, é um ativo tangível e não-fungível: você não tem liquidez numa casa, não consegue convertê-la em dólar com facilidade -- mas isso não retira o valor dela, muito pelo contrário. | ||
Sabe o que todos esses ativos têm em comum? Todos são dotados de valor, mas esse valor só vale enquanto acreditamos que ele vale. Retomando o caso das tulipas, a lógica empregada em 1593 foi de assemelhar uma planta a uma casa, dado que esses bens foram, em certo momento da história, intercambiáveis. Contudo, percebeu-se que tal equiparação não faz sentido. | ||
Trazendo o bitcoin para nossa discussão: essa criptomoeda circula desde 2009, mas somente a partir de 2020 ganhou a robustez atual. Isso se deve ao fato de que a digitalização da vida como um todo é um movimento irreversível, inadiável e irrefutável. | ||
Mas e se criptoativos forem como as tulipas? | ||
Dia #10 | ||
A resposta nem é suspense; ela tá no título, com uma afirmação categórica: criptoativos não são tulipas. Tulipas foram um hype no século XVII, da mesma forma que muitos olham e julgam a onda dos criptoativos e NFTs como algo passageiro. | ||
Contudo, não sejamos anacrônicos. O que diferencia um criptoativo de uma tulipa é a capacidade que ele tem de cumprir as três funções de uma moeda: ser dotado de reserva de valor, ter unidade de conta e poder ser utilizado como meio de troca. O bitcoin, por exemplo, é finito, de modo que sua mineração fica cada dia mais difícil, além de ser dotado de conversibilidade para o dólar. E planta, faz isso? | ||
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Dia #13 | ||
Em se tratando de NFT, podemos adicionar uma camada nessa história: os tokens não fungíveis são usados para criar escassez digital verificável. Eles também exigem muito poder de computação (energia) para lidar com criptografia e validação no blockchain. | ||
Os riscos também existem: estão passíveis de precificação subjetiva (com lavagem de dinheiro, excessos de alavancagem e especulação, além de possibilidade de bolhas), bem como captura de propriedade alheia e ataques do governo (restrições e monitoramento. Mas você sabe quem também tá exposto a esses mesmos riscos? Picasso, Da Vinci, Van Gogh e tantos outros. Deixaram de ter valor? Não, porque esse valor só vale enquanto acreditamos que ele vale. | ||
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E assim fechamos nosso arco. Bem amarrado e blindado das opiniões avessas, com informações históricas, fatos empíricos e dados estatísticos. Ufa, foi longo! Espero que isso tenha esclarecido um pouco mais sobre o valor e veracidade desse movimento que vivemos enquanto sociedade (que frase bonita, né? Achei poético). | ||
E, bom, você tá sentindo isso daqui muito teórico? Eu também! Como que a gente lida com tanta informação assim? | ||
Vixe, isso é papo para outro momento. Te vejo semana que vem? Espero que sim! | ||
📚 Ronaldicas | ||
A gente tem falado muito sobre monetização, certo? Mas saiba que o caminho para prosperar enquanto creator não é apenas por meio da Web3, tampouco de NFTs. | ||
Enquanto creators, é importante que nos sintonizemos na Nova Era para viver uma vida de abundância e colaboração, e só existe uma forma de viver por um mundo melhor.: por meio do amor. | ||
Nessa pegada leve porém muito profunda, Rodrigo e Victor falam sobre os caminhos para prosperar como creator, lá no podcast The Creator's Twist. Tá bom demais o episódio novo! | ||
Para conferir, basta clicar aqui. Se joga! | ||
🏞️ O que mais rola na Creatorsfera... | ||
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🚧 Ei! Se você conhece alguém que se amarra nesse assunto, manda nossa news para ele! É facinho, vai! Só compartilhar o link. Mas moleza que isso só… Sei lá, é tão fácil que não consigo nem pensar! | ||
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