Meu processo de aprendizagem com livros

Quem me conhece sabe que se tem uma coisa que eu amo são livros. Um dos principais benefícios da leitura é a geração de conhecimento. Aqui nesse artigo eu vou falar um pouco sobre o meu processo em relação aos livros, mais especificamente da leitura de livros de negócios/técnicos.

Talvez você esteja lendo errado...

Não, eu definitivamente não estou te chamando de analfabeto ou algo do tipo. Mas o lance é que simplesmente ler (pelo menos quando estamos falando de livros técnicos/negócios) não é o suficiente para absorver grande parte do conteúdo em uma obra.

Aposto que você já viu a pirâmide que mostra como em geral nós humanos aprendemos:

É importante já deixar claro que isso de forma alguma descarta a leitura de livros, artigos e etc mas sim que você precisa estruturar um processo acerca da sua leitura para maximizar o aprendizado.

Meu processo

Eu vou falar um pouco sobre como eu estruturei meu processo ao longos dos anos. Eu sempre tive duas grandes preocupações em relação à leitura:

1- Não lembrar do que li (não no sentido de decorar mas pelo menos dos pontos importantes

2- Não conseguir aplicar nada do que aprendi.

1- Marcações

Quando comecei a construir meu hábito de leitura eu ainda era do tipo que tinha muita dó de marcar o livro. E isso foi a primeira coisa que descontruí.

Uso uma combinação de post-it para livros com marca texto, para facilitar eu grifo as partes importantes e uso o post-it para deixar fácil de encontrar.

Em desenvolvimento: Estou tentando sistematizar as cores de forma que eu saiba o que são citações bacanas, aprendizados e etc.

2- Anotações

Agora que estamos destacando as partes importantes com as marcações chegou a hora de tirar isso do livro e trazer para um espaço de anotações.

Mas Léo, celular é válido também? Sim, é e eu vou explicar o porquê.

O ponto sobre anotações não é o meio que você usa mas a forma como você anota.

Se você quer decorar informações factuais (datas, nomes, números e etc) é melhor transcrever exatamente o que você está lendo, vendo ou ouvindo.

Se você quer absorver o conceito é melhor que você faça anotações relacionais, usando exemplos e correlações familiares para você. De certa forma seria um "pensar pra anotar".

Aqui fica um episódio do podcast Naruhodo que vai explicar isso de maneira muito mais detalhada e apresentando as referências cientificas necessárias.

PS: Isso foi uma grande virada de jogo pra mim pois fazia questão de anotar a mão temendo que ao usar o celular que perdesse aproveitamento. Ah e mais uma coisa, se for usar o celular cuidado com os ladrões da atenção eim, nada de olhadinha no insta.

Bom, continuemos.

A minha estratégia atual de anotações é usar as mesmas separações do livro, ou seja, por capitulo.

A cada capitulo eu resumo as ideias mais interessantes, tiro foto de partes que precisaria transcrever e tento sempre colocar algo relacionado a uma coisa mais pessoal justamente pra aproveitar o melhor das anotações relacionais. Me arrependo amargamente das minhas anotações que não eram separadas por capítulo, sério.

Eu faço tudo isso no Notion e acabei de comprar um tablet com caneta para aproveitar toda a liberdade de um caderno mas ainda em uma ferramenta tecnológica que me permita sistematizar meus aprendizados.

Eu tenho dois pontos sobre as anotações que acho importante deixar bem claro

Primeiro: Não faça as anotações no mesmo momento da leitura (por isso uso as marcações) e sim de preferência no dia seguinte.

Segundo: Tente fazer anotações sobre cada um dos capítulos.

Vou explicar mais um pouco o primeiro ponto.

Anotar em um dia diferente do dia que foi lido o conteúdo faz com que você crie um momento para revisitar o conteúdo, reler as marcações para aí sim anotar.

Você vai perceber que não vai lembrar de tudo e vai ter que procurar algum conceito/detalhes dentro do capítulo. Isso é normal e é ótimo pois você está se dando um momento para revisar.

3- Refinamento das Anotações

Esse não é um passo obrigatório mas acaba sendo natural quando realizamos o próximo passo.

O refinamento é o momento para reler as anotações, buscar alguma referência e reorganizar o material para prepara-lo para produção de conteúdo externo.

Ao reler suas anotações pense nos seguintes pontos:

• As ideias estão claras? Fiquei com alguma dúvida relendo as anotações?
• Consegui trazer exemplos relacionados ao meu contexto?
• Algum conteúdo visual ou de apoio poderia complementar minhas anotações?

4- Conteúdo Externo

A verdade é que todos os outros pontos são para te preparar para esse ponto aqui.

Lembra da pirâmide do Glasser? Então, as atividades que mais nos ajudam a aprender são justamente relacionadas a debater, praticar e ensinar. E é isso que você pode fazer usando a internet.

Se tiver oportunidade, aplique pelo menos uma coisa que aprendeu em um livro. Sim, não precisa aplicar tudo, se você conseguir testar e validar um aprendizado o livro já terá valido a pena. Aliás, livros sempre valem a pena.

Se não tiver oportunidade de aplicar o conceito no dia a dia por algum motivo (por favor se esforce antes de dizer que não tem como mesmo êim) então você pode optar pelo caminho de ensinar.

Discuta sobre o que aprendeu com amigos, produza conteúdo na internet ou conta pra sua família um negócio bacana que aprendeu.

Sempre que ouvir um assunto correlato ao que você viu em um livro não perca a oportunidade de cita-lo e se precisar, corre pegar o livro pra relembrar e falar sobre isso.

O segredo é colocar em prática, seja de fato praticando ou pelo menos ensinando e falando sobre isso por qualquer meio.

Enfim...

Comece perdendo a dó dos seus livros e rabisque, marque e meta post-it nas partes que você achar importante.

Faça anotações, lembrando que o meio não importa e sim a forma. Separe as anotações por capitulo e as faça em um dia diferente da leitura.

Refine o que anotou e use isso pra aplicar na prática no seu dia a dia e se não der pelo menos fale ou ensine sobre o que você aprendeu no livro.

Independente de qualquer coisa, leia. Só leia.