Empreendedorismo feminino: desafios, tendências e superação.
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Empreendedorismo feminino: desafios, tendências e superação.

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Mauro Mendes04/05/2021
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Monny Alencar: empreendedora.
Monny Alencar: empreendedora.

Do sexo frágil aos grandes negócios.

Estudos apontam que taxa de conversão de “empreendedoras” em “donas de negócio” é de 40% mais baixa, pois as mulheres têm maior índice de desistência do que os homens. Devido a diversos fatores, tais como: responsabilidades familiares, preconceito no ambiente de trabalho, assédios, machismo, gravidez, idade, casamento, dentre tantos outros.

Algumas pessoas encaram a temática empreendedorismo feminino como um conto de fadas no qual as princesas vivem felizes para sempre, só que na prática não é tão simples assim. A grande verdade, que muitos tentam romantizar, é o fato de que a mulher ainda enfrenta inúmeros desafios e preconceitos no mundo dos negócios. Apesar de termos conquistado uma fatia de mercado significativa, as dificuldades são verídicas e vem à tona diariamente.

Este assunto tem ganhado campo se tornando um dos temas da atualidade em maior evidência, porém é tão antigo quanto a grande maioria dos paradigmas que estão atrelados ao mesmo. Há algumas décadas um grupo pequeno e seleto de mulheres já desprendiam de características comportamentais empreendedoras de forma inconsciente, ao iniciarem uma luta que perdura até os dias de hoje. Luta esta que ainda tem muitas batalhas para serem vencidas. O empreendedorismo feminino tem se tornado uma tendência global e caminha a passos largos para ganhar mais espaço, dia após dia, ano após ano, década após década.

Escrevendo este texto surgem várias indagações: em que está pautada essa desigualdade? Por que homens que ocupam os mesmos cargos que algumas mulheres ganham mais? Por que os cargos de alto escalão não estão ocupados por mulheres? Existem diferenças intelectuais, fisiológicas, psicológicas entre os gêneros? Por que a mulher é rotulada como frágil?

Foi então que lembrei-me de um fato. Certa vez em uma das visitas a uma empresa cujo quadro societário é composto por membros da mesma família, onde apenas um dos membros é uma mulher e ocupa o cargo de diretoria da empresa; presenciei um desentendimento entre os sócios onde houve uma discussão, e curiosamente a única mulher que havia no quadro societário começou a chorar. De repente ouvi: “ela está chorando porque é sensível e está fragilizada”, ouvir aquilo foi como sentir uma adaga entrando no meu peito e um sentimento de tristeza invadiu meu corpo. Mas então parei para refletir sobre o cenário e cheguei à conclusão que ela estava capacitada para estar à frente da empresa, como líder, justamente pelo fato de ter sensibilidade, de equilibrar a razão e a emoção, de colocar seu lado humano em evidência cada vez que precisasse tomar uma decisão importante, e mais ainda para lidar com seus colaboradores com empatia e solidariedade, uma vez que são seres humanos e não robôs. Deveríamos ser postas não como frágeis, mas como seres extraordinariamente fortes, pelo simples fato de ponderar entre a razão e emoção. Você concorda?

Eu me compadeci do seu choro, não por também ser mulher, mas pelo fato de entender a pressão psicológica que estava enfrentando, pela dificuldade de fazer com que enxergassem pela sua ótica, e que de fato seu posicionamento era o mais sensato. E quem venceu a batalha? Sim, eles mesmos. Mas esse diálogo não se trata de quem “venceu” ou “perdeu” e sim da mensagem central que é subjetiva, e cabe várias interpretações, a depender do ponto de vista do leitor.  

Não que homens não possuam o lado emocional na tomada de decisão, mas a sensibilidade feminina permite uma visão mais amplificada e apurada. Essa habilidade é nata e peculiar da mulher.

A notícia boa é que mesmo em meio as dificuldades supramencionadas e um cenário caótico muitas mulheres têm se tornado protagonistas da sua história e têm sido inspiração para que outras também adentrem neste mundo e desbravem seu nicho de atuação adquirindo sucesso, para então incentivarem outras mulheres, e a tendência é que essa cadeia de motivação seja massificada.

A “competição” desleal entre gêneros no mundo dos negócios é desfavorável para as mulheres. Porém existem meios que permitirão ultrapassar as barreiras de tantas limitações. Mas como fazer isto? É possível? 

O grande desafio é promover um pensamento e comportamento disruptivos na sociedade como um topo. As mudanças culturais precisam ser trabalhadas de maneira consistente, principalmente em um ambiente onde predomina um viés preconceituoso.

Que essa mudança tome como ponto de partida o desejo de um mundo que tenha igualdade entre os gêneros e que o a alvo seja uma sociedade equilibrada. Que eu e você possamos contribuir para essas mudanças.

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