é tudo aquilo que sem querer nos coloca para exercitar gratidão.
Dádiva | ||
Para Adriana Falcão: “Tudo que é dado com tanto amor e recebido com tanta felicidade que só sendo divino mesmo.” Eu tomo liberdade de complementar - dádiva também é tudo aquilo que sem querer nos coloca para exercitar gratidão. | ||
⏳ A exaustão | ||
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No final do dia, é cada um por si. É você e os seus leões. E você acumula noites sem dormir. E você acumula crises de ansiedade. E você acumula medos. E você acumula inseguranças. Mas isso é a vida, né?! Deve ser. Pelo menos, é o que dizem. | ||
Tá cada um dando conta da sua jornada. E você vai dar conta da sua. Você dá conta! Um belo dia alguém te diz. “Deus nunca dá um fardo maior do que você possa carregar”. E no fardo as taquicardias que só você sentiu, as horas não dormidas e a sua resposta que tá tudo bem - só para não render ou porque ninguém queria ouvir. É você dando conta. | ||
Quando na verdade o corpo inteiro dói, a paciência foi embora, e você não sabe quando volta e se volta. É você dando conta, num intervalo entre o sem fim de uma coisa e outra, que se repete, enquanto você caminha desejando que tudo aquilo terminasse e o peso da dor e do fardo aliviasse. | ||
Porque dar conta, muitas vezes é só você mergulhado no cansaço, na falta de forças ouvindo a exaustão falar e não você. Dar conta pesa e parece por vezes o peso do mundo. E quem vai dizer que não é? Afinal, cada mundo tem seu peso e só você conhece o peso do seu. | ||
🔖 Um trecho de um livro | ||
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Essa semana me lembrei do Livro A sociedade do cansaço, do filósofo Byung-Chul Han. E visitei um texto que escrevi no início de 2021. Trouxe um trecho dele para hoje porque tenho pensado nessa nossa necessidade de descanso e de ócio para nos tornarmos produtivos de verdade. | ||
Parece até contraditório, mas descansar é fundamental para obter uma produtividade real. E a gente se esquece mesmo. Porque à medida que fomos nos tornando senhores do nosso tempo, nos transformamos em nossos próprios escravos. Nos vangloriamos de termos nos tornado multitarefas e nos privamos da capacidade de contemplação. | ||
Encurtamos distâncias, mas 24 horas passou a ser pouco para as demandas do trabalho, e sete dias da semana insuficientes para conter a semana. E os nossos pensamentos não desaceleram, e não sabemos mais, como diz o filósofo desfrutar do tédio (ócio); não sabemos celebrar a festa da vida. “No mundo de hoje, tudo que é divino e festivo ficou obsoleto”. Fomos feitos para contemplar o belo e mergulhar na festa. Mas, só estamos sobrevivendo cansados. | ||
Quem se entendia no andar e não tolera estar entediado, ficará andando a esmo inquieto, irá se debater ou se afundará nesta ou naquela atividade. Mas quem é tolerante com o tédio, depois de um tempo irá reconhecer que possivelmente é o próprio andar que o entendia. Assim, ele será impulsionado a procurar um movimento totalmente novo. […] Comparada com o andar linear, reto, a dança, com seus movimentos revoluteantes, é um luxo que foge totalmente do princípio do desempenho” – Byung-Chul Han, Sociedade do Cansaço, p.35 | ||
😁 Dolce Far Niente | ||
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🎶Uma música — Para te lembrar de ficar firme. | ||
🧘♀️ Um aconchego — Você pode fazer cada uma dessas posições por 3 minutos e terá uma mente mais calma, em menos de 10 minutos | ||
🌌 Uma espiadinha no espaço — Nesta imagem temos a ‘Montanha mística’ capturada pelo Hubble, as cores encontradas correspondem ao brilho do oxigênio (azul), hidrogênio e nitrogênio (verde) e enxofre (vermelho). | ||
🍂 Paciência — Uma lembrança de uma outra tarde de inverno. | ||
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