Experimentamos o ID.3, que tem a responsabilidade de suceder a Fusca e Golf para ser o Volks mais vendido na era elétrica. Será que ele vem para o Brasil?
Experimentamos o ID.3, que tem a responsabilidade de suceder a Fusca e Golf para ser o Volks mais vendido na era elétrica. Será que ele vem para o Brasil? | ||
Juntos, Fusca e Golf já venderam mais de 50 milhões de unidades, tornando-se não apenas os modelos Volkswagen mais vendidos de todos os tempos, mas também, respectivamente, o terceiro e quarto modelos de maior sucesso na história da indústria automotiva (para poupar sua googada: Toyota Corolla e Ford F-Series são os líderes). | ||
Um juntou arquitetura de motor e tração traseira para baratear custos e motorizar as massas. O outro basicamente inventou o segmento de hatches médios, o “arroz e feijão” da classe média mundial (e em especial a europeia) durante décadas na hora de buscar um veículo familiar, antes da massiva “SUVificação” dos últimos anos. | ||
Pois eis que surge com a responsabilidade de suceder a esses ícones o ID.3, o primeiro Volkswagen 100% elétrico a ser oferecido em massa ao público, e baluarte da era “Rumo a Zero” emissões da nova VW – talvez a montadora generalista mais aplicada em assumir drasticamente uma imagem ambientalista na esteira do escândalo Dieselgate. | ||
Lançado em meados do ano passado na Europa, o ID.3 traz dimensões externas quase idênticas às do Golf de oitava geração, com uma diferença marcante: o entreeixos está mais para Passat, aproveitando-se do motor e tração traseiros para maximizar o espaço para os passageiros do banco de trás. Em menos de um semestre no mercado europeu, emplacou mais de 50 mil unidades para ser, hoje, um dos carros elétricos mais vendidos no planeta. | ||
Mas será que essa receita é “traduzível” para o Brasil? A Volks não confirma nem data de chegada nem preço para o ID.3, mas considerando que nosso rápido test-drive em torno do Jockey Club de São Paulo foi nossa segunda experiência com o hatch em menos de dois meses – o contato anterior havia sido de forma estática, na própria fábrica da VW na Via Anchieta –, dificilmente a marca não trará o carro para cá, até pela simbologia envolvida. | ||
| ||
Porém, com o Euro acima de R$ 6, o ID.3 aportaria por aqui como um hatch médio (um segmento já em vias de extinção no nosso mercado, mesmo na era da combustão) na faixa de R$ 300 mil, ou seja, mais do que um Audi A3 ou BMW 118i. | ||
Acelerando na Marginal Pinheiros, o desempenho do motor de 204 cv e 31 kgfm de torque é interessante, e o torque instantâneo do motor elétrico ajuda o ID.3, mesmo com mais de 1.700 kg, a cumprir o 0 a 100 km/h na casa de 7 segundos, tempo próximo do próprio Golf GTI Mk7 que nos deixou em 2019. O design do interior é moderno e o parabrisa megainclinado, como em uma minivan, “areja” o ambiente, mas os plásticos e revestimentos utilizados estão um patamar abaixo de um A3 ou Série 1, por exemplo. Já o portamala rivaliza com o do Golf, mesmo contando com o motor elétrico logo abaixo. A autonomia é de 426 km. | ||
No fim das contas, dá pra cravar que o verdadeiro foco da VW do Brasil nessa fase inicial da era zero emissões será o irmão maior do ID.3, o SUV ID.4, projetado com o mercado norte-americano em mente, e que também experimentamos na Marginal. Por lá, o SUV lançado em março desse ano deve fechar 2021 com mais de 25 mil unidades vendidas. | ||
Ao volante, o ID.4 é praticamente idêntico ao irmão menor, apenas mais lento nas acelerações, cortesia dos 300 kg a mais. Em termos de dimensões, se o ID.3 é o “Golf elétrico”, pode pensar no ID.4 como um “Tiguan eletrificado”, com um outro bônus importante: a autonomia é de bons 522 km no ciclo europeu, o que tornaria o ID.4 o elétrico de maior alcance no mercado brasileiro atual. | ||
Pensando em um preço de chegada na casa de R$ 400 mil em meados do ano que vem, o ID.4 sim tem potencial para fazer volumes relativamente interessantes no nosso mercado, batendo de frente com concorrentes como Volvo XC40 Pure Electric e BYD Tan. Esse sim, você pode cravar: estará nos concessionários VW em Terra Brasilis em 2022. |